A inclusão escolar sempre foi um tema desafiador para os profissionais da Educação e sempre mereceu destaque em debates e capacitações. Preocupados em jogar uma luz sobre as questões que envolvem o assunto, os professores Edilmar Galeano Marques e Francimar Batista Silva, ambos da Escola Municipal Professor José de Souza, elaboraram um estudo que foi apresentado no 6º Simpósio de Educação Inclusiva e Adaptações e no 4º Simpósio Internacional de Educação a Distância, organizados pelo Centro de Promoção para a Inclusão Digital Educacional e Social. Os eventos acontecem até esta quarta-feira, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista, no campus de Presidente Prudente.

O objetivo do estudo dos dois professores é promover reflexões a respeito da inclusão escolar, além de apresentar contribuições para os desafios encontrados na escola em que atuam. Para elaborar o trabalho, Edilmar, que é o diretor da escola e Francimar, realizaram uma pesquisa de campo, iniciada em novembro de 2016, seguida de análise documental, feita a partir da coleta, seleção e avaliação de temas relacionados a estudantes com deficiência. O trabalho também engloba o papel da escola na aprendizagem e inclusão escolar.

O diretor Edilmar Galeano Marques explica que a ideia de elaborar a pesquisa, que ainda está em andamento, surgiu após observar o número expressivo de alunos especiais matriculados na escola. Ano passado eram 30 estudantes e em 2017 esse número saltou para 42. “Decidimos falar sobre inclusão devido a constante busca de novas estratégias e recursos que possibilitem a aprendizagem dos alunos com deficiências”,  explicou Edilmar

Ele atribui a grande procura ao suporte que a Semed oferece aos profissionais que atuam na Educação Especial da Rede, o que reflete no atendimento às crianças. “Temos um apoio muito grande em termos de recursos humanos. Sempre somos atendidos com muita agilidade em nossas necessidades. Além disso, todo são muito capacitados”, ressalta.

A qualidade desse atendimento, na opinião dele, é o que assegura a permanência dos alunos da escola, fator também destacado em sua  apresentação.

Edilmar revela que muitos pesquisadores ficaram surpresos com o nível de qualificação dos profissionais que trabalham com as crianças especiais nas escolas da Reme e se mostraram interessados em vir à Capital conhecer o trabalho de perto.

Ainda de acordo com o professor, o trabalho descreve as características físicas da escola, no trabalho docente e na avaliação com base em instrumentos de pesquisa das práticas docente e pedagógica demonstrando como ocorre o processo inclusivo do aluno com deficiência no espaço escolar, marcando com isso um processo contínuo e permanente de aprendizagem desse público específico.

Atenção

A Rede Municipal de Educação conta, atualmente, com 1860 alunos especiais. Para atender esse público, a Semed implantou 65 salas de recursos, onde os estudantes recebem um atendimento educacional especializado no contra turno, além de orientações aos familiares.
O quadro de profissionais é formado por 80 intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais), 250 estagiários capacitados para atender as necessidades dos alunos, 500 auxiliares pedagógicos especializados, além de 50 assistentes de inclusão e 60 técnicos que trabalham na orientação das famílias e professores.

A preocupação em atender os alunos com algum tipo de deficiência é uma das prioridades da secretária municipal de Educação Ilza Mateus, tanto que a Divisão de Educação Especial  está trabalhando na implantação de mais salas de recursos e na formação contínua dos profissionais.
A chefe da Divisão, Lizabete Coutinho de Lucca, afirma que observa um crescente número de alunos especiais que estão migrando da rede particular para a Reme. “Temos uma estrutura de atendimento maior e investimos nas formações continuadas o que acaba fortalecendo nosso trabalho”, ressaltou.