O sonho antigo de aproximadamente 1,5 mil famílias residentes na comunidade Homex de serem atendidas com redes de água e esgoto começa a se tornar realidade a partir da próxima segunda-feira (18). O contrato que autoriza o início das obras de saneamento básico na região foi assinado neste sábado (16) durante o evento ‘EMHA em Ação’, realizado na Escola Municipal Professora Maria Regina de Vasconcelos Galvão, localizada no Parque Novo Século.

“A Prefeitura está dando passos largos. São quase 1,5 mil famílias e quase 5 mil moradores que precisam ter dignidade, é por isso que, a partir de segunda-feira a poeira vai levantar e logo ela vai baixar e trazer aquilo que é o sonho de vocês. As famílias da Homex morarão em um lugar digno, vamos mudar essa realidade e trazer novas oportunidades”, afirmou a prefeita Adriane Lopes.

Além do início das obras, a prefeita anunciou a construção de 10 novas salas de aula na Escola Municipal Professora Maria Regina de Vasconcelos Galvão.“As mães precisam trabalhar e de um lugar seguro para deixar suas crianças, pois muitas mães da comunidade são arrimo de família”. Adriane Lopes também anunciou a oferta de novos cursos a partir da próxima semana. “Os jovens da Homex vão aprender um ofício e as portas da escola vão se abrir com 80 cursos gratuitos na terça-feira”, anunciou a prefeita.

“Fiquei muito feliz quando soube disso [início das obras]”, declara Arlete Mota, 62 anos, moradora da Homex há cinco anos. A aposentada relata que esta é uma conquista pela qual a comunidade esperava há muito tempo e que finalmente está se concretizando. “Água é fundamental para nossa saúde e qualidade de vida. Aos poucos a gente vai vendo as coisas acontecendo e mudando”, completou Arlete.

“É um momento de grande alívio pra nós aqui na comunidade”, compartilha Rafael Moura, 64 anos, aposentado e residente da área há sete anos. Ele conta que vivia sozinho no lote até o início da pandemia, quando seu irmão contraiu covid-19 e passaram a morar juntos, devido à dificuldade de arcar com o aluguel. “A gente não vê a hora de ter tudo pronto, água, luz e o lote regularizado”, conclui Rafael.

Ao todo, serão aproximadamente nove quilômetros de rede de água e mais de 12 quilômetros de rede de esgoto que atenderá toda a comunidade. O investimento necessário para concretizar essa importante infraestrutura está estimado em cerca de R$ 8 milhões. Essa obra não apenas melhora a qualidade de vida das famílias locais, mas também reforça o compromisso da prefeitura em promover o acesso a serviços básicos essenciais para toda a população.

Benefícios e melhorias

Durante o evento, o diretor executivo da Águas Guariroba, Gabriel Buim, anunciou alguns benefícios que os moradores da Homex terão após a regularização. “No primeiro mês, não haverá cobrança. Isso é para que vocês compreendam o funcionamento do consumo, a quantidade de água utilizada e como será calculada a conta. Nos próximos três meses, todos estarão enquadrados na Tarifa Social, independentemente do consumo. Isso é para que vocês possam se conscientizar e entender o funcionamento do sistema de abastecimento. Então, serão quatro meses de benefícios, para oferecer o melhor atendimento à comunidade”, explicou Gabriel Buim.

Para o diretor-presidente da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (EMHA), Claudio Marques, o principal objetivo é a regularização fundiária, o que requer avanços em melhorias. “Não basta apenas regularizar sem trazer melhorias. Já foi iniciado o processo de regularização da energia, que está na fase final, e agora estamos dando início à regularização da água. Em parceria com a Águas Guariroba, foi desenvolvido um planejamento cuidadoso para alcançar esse objetivo. Buscando melhorias diárias para as comunidades, e isso está se tornando realidade”, afirmou Claudio Marques.

Comunidade Homex

A comunidade Homex abrigava desde 2013 cerca 1,5 mil famílias em condições irregulares de moradia. Em março do ano passado, a Prefeitura de Campo Grande sancionou o Projeto de Lei nº 10.885/2023 que regulariza a área fundiária da Homex, colocando fim ao drama vivido pelos moradores que aguardavam o desfecho há mais de uma década.

No local, a EMHA já iniciou os trabalhos de georreferenciamento, levantamento topográfico e finalizou a selagem das moradias e a captação da documentação necessária para a abertura dos processos individuais de regularização fundiária.