Em setembro de 2015, quando o prefeito Alcides Bernal reassumiu seu mandato, a prefeitura de Campo Grande passava por uma grave crise econômica e moral, sem recursos sequer para pagar os salários dos servidores. Com muita austeridade e eficiência, as contas da prefeitura foram sendo saneados e apenas cinco meses após a sua volta, a administração Bernal já havia colocado os salários em dia. O trabalho em 2016 foi para recuperar a cidade e principalmente para garantir que os salários fossem pagos em dia.

O planejamento foi feito para reservar mensalmente os valores do 13º salário, mas situações criadas pelos criminosos da Coffee Break continuaram afetando as finanças do município. Em 2016, R$ 81 milhões dos cofres municipais tiveram que ser utilizados para cobrir despesas do IMPCG, que sofreu com a ingerência do grupo que passou pela prefeitura, enquanto o prefeito Alcides Bernal estava fora.

O consórcio CG Solurb, alvo de investigações da Polícia Federal e Gaeco, é responsável pela retirada de milhares de reais dos cofres, em pouco mais de um ano, foram cerca de R$ 122 milhões, sendo R$ 80 milhões do bloqueio judicial (20% do ICMS e FPM) e R$ 42 milhões do acordo trabalhista. Para receber os valores do bloqueio, a Solurb simplesmente apresenta as notas fiscais, sem qualquer contestação ou aferição dos valores apresentados. Ou seja, a empresa está recebendo milhões de reais mensalmente, sem sequer precisar pagar os salários para seus funcionários, e os impostos obrigatórios não estão sendo descontados. Por baixo, calcula-se um desvio de mais de R$ 39 milhões.

Diante deste cenário, a administração municipal definiu o pagamento do 13º dos servidores, sendo que os que ganham até R$ 2.000,00 (cerca de 7.000 funcionários) receberão seu pagamento integral. Os servidores que têm salário acima deste valor (10.000) receberão R$ 1.500,00. O depósito será feito nesta quarta-feira (21) e na quinta (22) já estará liberado na conta dos servidores.

Para pagamento da diferença, a administração municipal conta com alguns recursos até o final do ano: liberação dos depósitos judiciais no valor de R$ 30 milhões; liberação recursos do IPTU, cerca de R$ 25 milhões; devolução do IRRF/ISS pela câmara municipal, R$ 5 milhões e da sobra do duodécimo, R$ 6 milhões, que constitucionalmente devem ser repassados este ano e as multas de repatriação, pelo Governo Federal, R$ 7 milhões.