Nesta terça-feira (29), a partir das 19h, inicia mais uma exibição dos projetos contemplados no I Prêmio Ipê de Artes Visuais. O vernissage é uma realização da Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), e traz duas plataformas artísticas bastante diferentes: o lambe-lambe, junto de registros fotográficos, de Léo Mareco e as pinturas a óleo de Kim Matos. As obras poderão ser admiradas na Galeria de Vidro, dentro da Plataforma Cultural, com entrada gratuita.

Leonardo Mareco tem 25 anos e é um dos principais nomes da nova geração da arte urbana de Mato Grosso do Sul. O jovem é formado em Artes Visuais – licenciatura pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e há anos vem realizando intervenções pelas ruas da Capital que se conectam com a arquitetura e o contexto local, criando assim uma nova atmosfera mais sensível dentro de um processo de cidadania de conscientização.

Neste ano, Mareco foi indicado para o 1º Prêmio Megafone de Ativismo Brasileiro, promovido pelo Greenpeace e pelo WWF, e foi um dos selecionados para a CUÍCA, primeira residência de artistas de lambe-lambe do Brasil. Para o Prêmio Ipê de Artes Visuais, o artista decidiu trazer ao público justamente essa técnica, que vem ganhando destaque novamente na cultura urbana de Campo Grande. Os trabalhos consistem em pinturas ou imagens impressas em papel que são colados em muros. Diferentemente do grafite, que é feito na hora, o lambe-lambe pode ser produzido com mais calma em casa pelos artistas e aplicado rapidamente nas superfícies.

A coleção que estará exposta, intitulada “Intervenções Pandêmicas”, foi produzida durante a crise sanitária provocada pela covid-19. Mareco afirma que as pessoas puderam “ter a clara noção de que as diferenças sociais se acentuaram ainda mais” durante o período. Pensando nisso, ele espalhou conteúdos reflexivos sobre o tema em pontos que iam ao encontro dos transeuntes. Por se tratar de uma obra efêmera, que pode ser removida por ações do tempo ou de pessoas, Mareco tratou de fazer registros fotográficos de cada intervenção, que também serão expostos na galeria.

Junto do trabalho de Léo estarão as pinturas de Kim Matos, que foi contemplada com a coleção “Alumia” – sua primeira exposição artística. Nas palavras da autora, a exposição é “uma carta de amor, um processo crescente, morada para guardar o que há de mais puro e verdadeiro no ser. Entre curvas e encruzilhadas, o movimento da ascensão se apresenta, convite aberto para mentes despertas que buscam retomar raízes sensíveis entre natureza, corpo e território”.

Kim Matos também é formada em Artes Visuais – licenciatura pela UFMS. Conta em seu currículo com uma exposição no Museu de Arte Contemporânea do Mato Grosso do Sul, em conjunto com a coletiva Descendentes de Lídia; também fez residência artística pelo Estúdio Laranja Orgânica (SP) e foi convidada para a Conferência da Juventude pelas Ações Climáticas do Mundo (LCOY), ações da ONU versão Brasil. Em seus trabalhos, busca retomar as raízes sensíveis entre natureza, corpo e território fazendo uso de diferentes plataformas: pintura, desenho, performance, poesia e vídeo.

Atualmente Kim vem realizando pesquisas no campo das medicinas da floresta Ayahuasca e Rapé, produzindo pinturas durante cerimônias ritualísticas. Kim é arte-educadora e desenvolve mentoria de arte on-line para artistas da nova era, com mais de 50 participantes de 22 estados do Brasil.

O secretário municipal de Cultura e Turismo, Max Freitas comentou sobre a nova exibição coletiva do Prêmio Ipê de Artes Visuais. “Esta é a segunda vez que estamos produzindo uma mostra com dois artistas diferentes, e acredito que seja uma experiência enriquecedora tanto para os contemplados quanto para o público. É um exercício interessante ver como diferentes plataformas de arte conversam entre si, e isso só ressalta a riqueza da cultura produzida em Campo Grande. Contamos com a presença da população”, finalizou Max.

Serviço: 

As exposições “Alumia” e “intervenções Pandêmicas” começam no dia 29 de novembro, às 19h, e vão até 14 de dezembro. Elas serão montadas na Galeria de Vidro, localizada dentro da Plataforma Cultural. O endereço é Avenida Calógeras, n.º 3.015. A entrada é gratuita.