A comunidade do Loteamento Parque dos Sabiás está completa a partir de hoje, com a entrega das últimas unidades habitacionais do empreendimento que acolhe os moradores do loteamento Vespasiano Martins, reassentamento que foi condenado após laudo técnico expedido em 2018. São 47 casas que significam para essas famílias mais do que um sonho realizado, mas a garantia de uma moradia digna na prática, em local seguro e apropriado para viver.

Construídas com recursos próprios da Prefeitura de Campo Grande, as 17 unidades que restavam foram entregues oficialmente às famílias nesta tarde. O empreendimento contempla 42 famílias da antiga comunidade Cidade de Deus e mais 5 unidades foram destinadas às famílias em situação de vulnerabilidade, a pedido do Ministério Público Estadual (MPE-MS).

Sobre o loteamento, o prefeito Marquinhos Trad destaca o local como um divisor de águas na vida dessas famílias, já que a área escolhida para a construção das 47 unidades conta com todos os equipamentos públicos comunitários necessários. “Eles saíram de um local onde não conseguiam dormir com medo da estrutura desabar, para uma área nova, que conta com toda a infraestrutura necessária para recomeçarem. Essas famílias já vão se mudar podendo contar com escola, Emei e unidade de saúde bem pertinho”.

As unidades foram construídas por intermédio do inovador programa Credihabita, da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Amhasf), no qual foi possível a aquisição de materiais de construção e a contratação de assistência técnica (modalidade ATHIS – Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social) para viabilizar este empreendimento.

Ao informar que as famílias já poderiam ocupar as unidades a partir desta quarta-feira (21), já que está concluída a ligação de água e energia, a diretora-presidente da Amhasf, Maria Helena Buggi, lembrou de todo o histórico dessa comunidade até o dia de hoje.

“Essas famílias até chegaram a receber a construção de unidades habitacionais em 2016, porém, laudo técnico acabou condenando tanto o local quanto as construções. Diante disso, a prefeitura teve que fazer todo um trabalho de reassentamento dessas famílias para que elas pudessem, de fato, ter a tranquilidade de morar em um imóvel seguro, em um local seguro, dentro de todas as legislações pertinentes”, disse a diretora.

Emocionada ao receber as chaves de sua unidade, a diarista Angela Lemos de Roas desabafa que chegou a perder a esperança de ter uma casa, quando seu sonho foi interrompido ao descobrir junto com os vizinhos que as antigas construções do local para onde foram levados estavam totalmente condenadas.

“Foi um caminho difícil até aqui. De repente a gente descobre que ao invés de reassentar a gente, o que fizeram foi nos jogarem ali naquela antiga área. Quando nos disseram que havia risco de tudo desabar foi o momento em que achei que não haveria solução. Mas, em pouco tempo, com pouco tempo de prefeitura, veio uma nova equipe aqui e resolveu tudo, e dessa vez do jeito certo. Aí a gente entende o que é boa vontade e organização”, conta Angela, que pretende se mudar no sábado para a casa, onde vai morar com dois filhos.

Mãe de quatro crianças menores de 10 anos, a Hilda Patrícia disse que a ansiedade é grande para começar a decorar os espaços da casa nova. “Achei tudo tão lindo. Já começo a imaginar cada lugar com os móveis que pretendo conquistar aos poucos, até que fique tudo do jeitinho que estou criando aqui na minha cabeça. O sentimento é só de felicidade por um lugar assim para criar meus filhos. Isso é dignidade. Significa muito para todos nós, que muitas vezes não sabemos como será o nosso amanhã já que as oportunidades que tivemos ao longo da vida foram poucas. Essa casa aqui me enche de esperança de construir um futuro melhor para a minha família”.