Produção de máscaras, desenhos, música, oficinas de arte e até um ensaio fotográfico. Com essas atividades, profissionais de unidades da Secretaria de Assistência Social (SAS) estão, durante esta semana, desenvolvendo ações socioeducativas com foco no Carnaval. O objetivo é abordar os vários elementos da festa, que é uma das principais expressões da cultura brasileira.

Apesar de decreto municipal ter transferido a folia para os dias 20, 21 e 22 de abril, com o objetivo de impedir aglomerações devido à pandemia, algumas unidades decidiram enriquecer as atividades já programadas para esta semana, com ações de resgate da cultura carnavalesca tradicional.

No Cras “Alair Barbosa de Rezende”, nas Moreninhas, a equipe organizou um baile para as crianças do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos que contou com a presença da rainha do Carnaval 2020/21 de Campo Grande, Rebeca D’Albinie que, além de sambar com as crianças, levou informações sobre a cultura e tradição carnavalescas.

“As crianças adoraram. Buscamos fazer sempre atividades diferentes para que elas se sintam mais motivadas a participar. Festas como essas são fundamentais para fortalecer os vínculos familiares porque todos os usuários do serviço participam, relata o coordenador da unidade, João Henrique Bezerra.

Encantada com a fantasia da rainha do Carnaval, Lorena Garcia Medeiros afirma que o que mais chamou sua atenção foi a facilidade de sambar de Rebeca. “Adorei ter participado. Nunca tinha visto uma pessoa assim de perto e adorei a roupa dela também, quero vir sempre que tiver outras festas assim”, ressalta Lorena, que participa do Serviço de Convivência no Cras.

Além do baile, que resgatou músicas tradicionais de Carnaval, as crianças produziram desenhos baseados nas informações dos educadores sociais.

A iniciativa do Cras não emocionou apenas as crianças. De tradicional família carnavalesca, Rebeca contou que foi a primeira vez que fez um trabalho voluntário em uma unidade da rede de Assistência Social e elogiou a ação. Para ela, resgatar as tradições e democratizar as festas populares é garantir a preservação da história.

“São crianças que vivem em situação de vulnerabilidade social e que, muitas das vezes, não têm a oportunidade de participar de momentos como esses. Minha voz embargou porque vi o tamanho da minha responsabilidade, mas creio que consegui passar a mensagem de que o Carnaval é uma festa acolhedora, de inclusão. Foi um evento puro e que proporcionou uma experiência incrível. Agora quero aprimorar meu discurso para contribuir mais com a cidadania delas e passar a esse público, de forma lúdica, os ensinamentos de uma cultura tão rica”, frisou Rebeca.

Já no Cras São Conrado teve produção de máscaras e oficina de música.

Ensaio

O resgate da autoestima foi a proposta da equipe do Cras “Severino Emperador Palazuelos”, no bairro Zé Pereira, que organizou uma sessão de fotos com os idosos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, que puderam escolher diversos adereços para serem clicados por um fotógrafo profissional voluntário, que improvisou um estúdio na unidade.

A coordenadora da unidade, Rita Elaine Bittencourt , explicou que, pelo fato de muitos idosos terem dificuldade de locomoção, a equipe decidiu pelo ensaio fotográfico ao invés de uma dinâmica que exigisse movimento corporal e que também incentivasse a liberdade de escolha dos usuários. “A atividade foi uma forma de construir as vivências individuais e incentivar a interação em grupo, já que alguns quiseram ser fotografados com os amigos. Foi uma experiência muito enriquecedora e eles ficaram muito felizes”, pontuou.

Ansiosa para receber a foto tirada com a irmã, a aposentada Benedita Rodrigues Sandim, disse que participa de todas as atividades organizadas no Cras e revela que nunca havia tido a oportunidade de participar de uma sessão de fotos profissional. “É muito importante essas atividades porque ajuda a vencer a timidez e a incluir o idoso na sociedade”, enfatizou.