Queijo, verduras, doces, geleias e até produtos de limpeza. Esses são alguns itens apresentados hoje (25), durante a feirinha que acontece todas as sextas-feiras na Secretaria Municipal de Educação (Semed), e onde pela primeira vez a Escola Rural Barão do Rio Branco, do distrito de Rochedinho, SONY DSCapresentou seus produtos para a venda.

A escola Barão fica localizada a 35km da capital, e possui seus alunos, na maior parte, de áreas rurais do distrito, chácaras, sítios e fazendas. Tradicionalmente conhecida pela produção de queijos e outros produtos derivados, a Escola veio até a Semed para apresentação dos produtos fabricados pelos alunos através de uma disciplina, do incentivo aos alunos e renda para o projeto da escola.

O objetivo de estar trazendo os produtos produzidos pelos alunos da escola é fomentar o componente curricular da unidade, em uma das disciplinas, colocando a venda os produtos como parte de uma etapa, fazendo parte de um processo, desde a produção até a revenda. A intenção também é mostrar para os alunos que o projeto é lucrativo e tem retorno financeiro.

A disciplina de orientação dos alunos são duas: ‘Iniciação a Prática Agrícola’ e Iniciação a Práticas ou técnicas, aplicada para os estudantes das turmas do 1º ao 5º ano. Para as turmas do 6º ao 9º anos é aplicada a disciplina de ‘Prática Agrícola’ e ‘Práticas ou técnicas’.

“O interessante é que os alunos trabalham junto com os professores capacitados para isso, a produção, a colheita e a revenda. A reversão desse valor é revertida para o projeto, ou seja, um projeto custo zero para a Semed. É um projeto auto-sustentável”, explicou o diretor da Escola Barão, Francislei Galdino.

Produtos

Pelos alunos da unidade são fabricados vários produtos derivados do leite, como: manteiga, requeijão, doce de leite, iogurte, queijos variados (estilo mineiro, temperado com ervas, trufado recheado com doce de leite).SONY DSC

Na questão do reaproveitamento, a escola trabalha com óleo de cozinha para fazer sabão. Os itens fabricados são sabão líquido e em barra. Com a produção de hortaliças, o que sobra também é reaproveitado para alimentação das aves como galinha e codorna.

Entre outros produtos são produzidos conservas de pimentas, cebolinhas, jiló, brócolis, couve flor. As geleias produzidas são de pimenta, menta, abóbora, mamão e morango. Do leite são produzidos ainda cachorrada, requeijão fundido e cremoso e manteiga. Na limpeza produz amaciantes, sabonetes, detergente e desinfetante. As hortaliças são: tuberosas, folhosas, frutas, medicinais e condimentares.

No área animal, zootécnica, a escola Barão realiza junto com os alunos e a comunidade, Associação de Pais e Mestres  – APM, a criação de ovinos de corte, suínos de corte e frangos de corte.

Complementando renda familiar

A aluna Gabriele Vasconcelos, de 10 anos, cursanda do 5º ano, falou que gostou da feira e que está aprendendo. Seus pais a incentivam também a participar. “Achei legal apresentar os produtos e vender. Eu já aprendi a fazer anéis de cebola fritos. Meus pais acham legal eu vir pra aprender a vender”.

Para a aluna Emanuele Plains Santana, de 14 anos, do 9º ano, a feira é uma maneira de aprender tudo que viu na escola. “É muito legal porque fazemos tudo na escola. Aprendemos todos os protocolos na escola, onde temos uma cozinha. O que eu mais gosto de fazer é o doce de leite. Meus pais acham muito interessante porque aprendo coisas que posso fazer e ganhar dinheiro.”

A aluna Emanuele acrescentou ainda, que muitas técnicas que aprendeu na escola ensinou aos seus pais, que hoje produzem alguns doces, que complementam a renda de sua família.

Aprendizado

SONY DSCPara a funcionária Maria de Mato Moraes, que trabalha na área de técnica da gestão da Superintendência de Gestão e Normas – Sugenor, a venda de produtos pelos alunos estimula o aprendizado.

“É muito positivo. Essa ação esta socializando um produto que, além de ser natural de origem, ele propaga todo um aprendizado dos próprios alunos da instituição”.

A psicóloga Juliana Rosa Souza, também funcionária da Semed, que frequenta a feirinha às sextas-feiras, considerou também a apresentação dos produtos pelos alunos uma forma de aprendizado.

“Achei a apresentação maravilhosa, tudo muito natural e as crianças representam muito bem. Os alunos aprendem noção de responsabilidade, de administração do dinheiro, do valor e de cultivar coisas naturais. Incentiva as crianças”.