A Secretaria Municipal de Educação de Campo Grande (Semed) foi uma das 20 redes de ensino do país selecionadas pelo Ministério da Educação (MEC) para receber o Selo Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva de Educação para as Relações Étnico-Raciais. O reconhecimento nacional destaca o compromisso da capital sul-mato-grossense com políticas educacionais voltadas à promoção da equidade racial, valorização das culturas afro-brasileiras e quilombolas e enfrentamento ao racismo estrutural por meio da educação.

A seleção faz parte da Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ), coordenada pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (SECADI/MEC). Campo Grande receberá R$ 200 mil por proposta contemplada, via Plano de Ações Articuladas (PAR), para fortalecer, sistematizar e disseminar as ações apresentadas.

As secretarias selecionadas passaram por rigorosos critérios de avaliação, incluindo a adesão ao Diagnóstico Equidade, indicadores de formação em relações étnico-raciais e quilombola, além da relevância e sustentabilidade institucional das propostas. A Semed apresentou até duas iniciativas, ambas voltadas à formação continuada de professores e à implementação de práticas pedagógicas antirracistas nas escolas municipais.

O secretário municipal de Educação, Lucas Henrique Bittencourt, comemorou a conquista e destacou a importância do reconhecimento.“Receber o Selo Petronilha é uma honra e uma responsabilidade. É a confirmação de que Campo Grande está no caminho certo ao investir em uma educação comprometida com a justiça social, com o combate ao racismo e com a valorização da história e da identidade do nosso povo. Os recursos que conquistamos serão fundamentais para garantir continuidade e aprofundamento das ações formativas voltadas aos nossos profissionais da educação e para transformar nossas escolas em espaços cada vez mais inclusivos e equitativos.”

Para a superintendente de Políticas Educacionais da Semed, Ana Dorsa, a conquista é resultado de um trabalho coletivo e contínuo que vem sendo estruturado com base em escuta, compromisso e formação. “Esse reconhecimento valida a trajetória construída em Campo Grande com o fortalecimento das políticas afirmativas na educação. Investimos em formação, criamos espaços de escuta ativa com as comunidades escolares e desenvolvemos práticas que realmente impactam a sala de aula. O selo é mais do que um prêmio — é uma reafirmação da nossa responsabilidade institucional com a equidade racial.”

O chefe da Divisão de Políticas Específicas de Educação, Felipe Augusto, que coordenou a elaboração técnica das propostas enviadas ao MEC, destacou o trabalho intersetorial e a importância de consolidar as ações como política pública permanente.
“O diferencial das nossas iniciativas foi o alinhamento técnico com as diretrizes da PNEERQ e o envolvimento direto de professores, gestores e comunidade. Trabalhamos para que as ações não sejam pontuais, mas estruturantes, com impacto real na formação dos educadores e no currículo das escolas.”

O Selo Petronilha tem como base legal as Leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008, que tornam obrigatórios o ensino da história e cultura afro-brasileira, africana e indígena no currículo escolar. A conquista reforça o papel da Semed de Campo Grande como referência nacional na implementação de políticas públicas voltadas à diversidade e à superação das desigualdades raciais no ambiente educacional.

Com a premiação, a Semed Campo Grande reafirma seu compromisso com uma educação pública de qualidade, plural e antirracista, consolidando-se como protagonista na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.