Foi lançado nesta segunda-feira (11) o projeto “Cidade da Juventude – 2025: Campo Grande te chama para o futuro”, que nos dias 7, 8 e 9 de novembro vai transformar a Vila Morena, nos altos da Afonso Pena, em um grande espaço de experiências, conhecimento e cultura. Durante três dias, a cidade se voltará para seus jovens, oferecendo oportunidades, conexões e inspiração para que cada um possa escrever sua própria história.

Com foco em três pilares — educação, tecnologia e cultura —, o evento vai reunir universidades, atléticas, empresas, cooperativas e organizações sociais em um mesmo espaço. A programação inclui desde palestras e oficinas de qualificação profissional até apresentações musicais de diferentes gêneros, disputas de cosplay, batalhas de dança e um ambiente de podcast para troca de ideias. Tudo pensado para fortalecer o protagonismo juvenil, abrir portas para o mercado de trabalho e projetar os jovens campo-grandenses para os desafios do futuro.

O lançamento, que integra o calendário comemorativo dos 126 anos de Campo Grande, aconteceu no Ginásio do Instituto Mirim e marcou o início de uma grande mobilização em torno da juventude. A proposta é oferecer, em um só lugar, experiências que unam formação acadêmica, inovação e lazer, conectando diferentes setores da sociedade em prol de quem vai construir os próximos capítulos da cidade.

Entre as atrações, estão a participação de oito instituições de ensino superior, atléticas universitárias organizando a praça de alimentação, apresentações musicais com artistas locais e nacionais, além de iniciativas como a Casa da Tecnologia — um espaço interativo que vai oferecer imersões e atividades voltadas ao universo digital. Também estão previstas disputas de cosplay, batalhas de breaking, festa das cores, premiações para jovens de destaque em diversas áreas e prêmio para as melhores redações de estudantes do 7º ano ao 3º ano do ensino médio.

A cerimônia de lançamento, realizada no Ginásio do Instituto Mirim, reuniu representantes do poder público, instituições de ensino, entidades estudantis e cooperativas, marcando o início de uma construção coletiva que visa transformar realidades. Para o secretário executivo da Juventude, Paulo Landis, a proposta é ambiciosa, mas necessária.

“Queremos provocar nossos jovens. Hoje, muitos já não têm mais ambição, já não sonham com sua casa própria, com sua independência. A juventude precisa ser cutucada novamente para ocupar espaços, se capacitar e se preparar. A tecnologia já está aí, o futuro já chegou. Nosso papel é garantir que eles estejam prontos para isso”, afirmou emocionado.

A prefeita Adriane Lopes agradeceu o trabalho do secretário e destacou a importância de dar oportunidades à juventude. “Você está pensando nos jovens de Campo Grande. Eu tenho convicção de que não errei na escolha”, afirmou.

Ela destacou que as políticas públicas para a juventude devem ser construídas com a participação direta dos jovens. “Eu não quero propor como prefeita políticas para vocês, quero que vocês tragam as propostas. Hoje não queremos mais errar na juventude de Campo Grande”, disse.

Em tom inspirador, a prefeita contou parte de sua trajetória. “Eu vendi sorvete de porta em porta para pagar minha faculdade e hoje sou prefeita da Capital. Não desista. Tá difícil? Dá mais um passo, segura na mão de alguém, ouve uma música, mas não desista. No final, vence quem não se acovarda”.

Parcerias estratégicas para o futuro

Segundo Leandro Basmage, da Agetec, a proposta impressionou desde o início. “Quando o Paulo me apresentou o projeto da Cidade da Juventude, eu vi o tamanho do desafio, mas também o tamanho do impacto que isso pode gerar. Educação, tecnologia e cultura são pilares que realmente falam com a juventude. Estamos aqui para somar e fazer acontecer”, destacou.

Além da Agetec, a iniciativa também conta com a presença e o apoio do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), representado pelo pró-reitor de pesquisa, inovação e pós-graduação, professor Edivânio Chagas. Ele reforçou o papel estratégico do evento para a juventude. “A maioria dos nossos estudantes tem entre 14 e 17 anos. Estar em um projeto como este é essencial para oferecer novos caminhos, mostrar possibilidades e ajudar a construir trajetórias mais sólidas, dentro e fora do mercado de trabalho.”

Outra presença marcante no lançamento foi a do Sicredi, representado pelo gerente de marketing Gabriel Moro. A instituição participa da Cidade da Juventude com ações voltadas à educação financeira, orientação profissional e apresentação do modelo cooperativo de crédito aos jovens.

“O interesse genuíno pela comunidade é um dos nossos principais valores. Estar neste projeto é uma forma de mostrar que eles podem, sim, construir carreiras dentro das cooperativas. Muitos dos nossos líderes começaram como estagiários, como jovens aprendizes”, afirmou Gabriel. Segundo ele, além da orientação sobre finanças, também será abordado o consumo consciente e os riscos do mundo digital. “Hoje temos um cenário preocupante com o consumismo exagerado, apostas esportivas e o uso inconsciente da tecnologia. Queremos dialogar com os jovens sobre isso.”

As Atléticas e o protagonismo do esporte universitário

As atléticas universitárias, muitas vezes estigmatizadas pela sociedade, ganharam destaque no evento. A parceria com a prefeitura representa uma importante oportunidade para dar visibilidade e apoio a essas organizações, movidas pela paixão dos estudantes e pelo papel fundamental na integração social e na promoção do esporte.

Otávio Benatti, vice-presidente da Atlética de Computação da UFMS, destacou que o projeto ajudará o público a compreender melhor o trabalho das atléticas. “Muita gente não entende como funciona uma associação atlética acadêmica. Com esse projeto, vamos estar no holofote para mostrar que nosso foco é o esporte para o jovem na faculdade”, afirmou. Ele ainda ressaltou que a parceria é essencial para aliviar os altos custos com treinos e quadras.

Ítalo de Paula, da Atlética de Direito da Uniderp, reforçou a importância de ser reconhecido pelo poder público. “Enfrentamos muitas dificuldades e, muitas vezes, não somos vistos. Essa visibilidade agrega muito para o nosso curso e para a faculdade como um todo”, disse. Rafael Lemos, da Atlética de Engenharia da mesma universidade, acrescentou que a parceria traz benefícios financeiros importantes, já que os custos com quadras, treinadores e equipamentos são altos durante o ano.

Júlia Nascimento de Sousa, da Atlética de Direito do Insted, ressaltou o impacto da parceria para uma atlética recém-criada. “Somos uma atlética muito nova e a maior dificuldade são as quadras para treino, que têm um custo muito alto. Ter acesso gratuito a esses espaços é fundamental para continuarmos o trabalho”, explicou.

Para Luiz Grotti, da Atlética de Biologia da UFMS, o evento é uma oportunidade para combater o estigma que muitas vezes cerca as atléticas. “Muita gente associa a atlética à bagunça, mas o nosso real objetivo é a prática esportiva e a integração entre os estudantes. Essas ações ajudam a mostrar essa verdadeira face”, concluiu.