Com foco na inclusão, a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), deu início, na noite desta segunda-feira (2), a etapa 2020 do curso de Libras, que é oferecido, de forma gratuita, a profissionais da Educação e população em geral. Os quatro módulos do curso contemplam 850 alunos, distribuídos em 17 turmas. As aulas acontecem as segundas e terças-feiras (noturno) e quarta-feira (vespertino), no Centro de Formação da Semed.

De acordo com a chefe da Divisão de Educação Especial, Lizabete Coutinho, o curso atende a lei nº 10.436/02, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão e que representa uma conquista da comunidade surda que tem a Libras como primeira língua.

“O curso ofertado pela Semed é de suma importância para garantir a difusão do ensino de Libras para familiares de pessoas surdas, professores, profissionais da saúde e do comércio e para a comunidade em geral”, pontuou Lizabete. Ela ainda ressaltou que a proposta do curso é contribuir com a inclusão.

Dividido em cinco níveis, com duração de um ano cada, os alunos começam no Básico I podendo chegar até a formação para tradutor e intérprete de Libras. Ao concluir o avançado, o aluno que deseja trabalhar, por exemplo, na Semed, precisa realizar uma prova prática para comprovar o domínio da língua. No entanto, Lizabete destaca que quem conclui o módulo três já está apto a se comunicar, porém reforça que para dominar a Libras é necessária muita prática.

É isto que a professora Jussara Terra está buscando. Apesar de estudar a língua há cinco anos, ela decidiu recomeçar a partir do nível básico. “Cheguei até o avançado, mas quero aperfeiçoar, por isso quis fazer novamente desde o início. Meu objetivo é ser intérprete, então preciso de muito estudo. Vejo que é uma carreira em crescimento devido aos poucos profissionais formados”, destacou a professora que leciona na escola municipal “Advogado Demósthenes Martins”.

As pedagogas Rayssa Ricarda Aparecida Petri da Silva e Bianca Ramos Lopes tiveram um primeiro contato com a Libras na faculdade e decidiram fazer um curso para aprimoramento. “Desde o Ensino Médio tenho contato com alunos surdos e eu já observava a necessidade de aprender a se comunicar com eles porque sempre precisava de um intérprete para intermediar. É muito importante conversar direto com a pessoa surda porque a troca de experiências fica melhor”, disse Rayssa.