Cidadãos dedicados, que fazem de suas vidas uma missão para promover melhorias sociais e fortalecer o espírito de coletividade em suas comunidades. No Dia Nacional do Líder Comunitário, 5 de maio, a Prefeitura de Campo Grande destaca a importância dessas lideranças que atuam como intermediários entre a população e o poder público, buscando soluções para questões locais, defendendo os interesses coletivos e promovendo um ambiente mais justo e solidário para todos.

A prefeita Adriane Lopes destaca o papel estratégico das lideranças comunitárias no fortalecimento das políticas públicas e reconhece que ouvir quem vive a realidade de cada bairro é essencial para uma gestão eficiente e próxima das pessoas.

“Os líderes comunitários são fundamentais para o desenvolvimento das regiões, pois representam os interesses da população e atuam como ponte entre os moradores e o poder público. São eles que conhecem de perto as necessidades, apontam prioridades e contribuem com soluções que impactam diretamente a qualidade de vida nas comunidades. A Prefeitura está atenta a essas vozes e tem o compromisso de planejar e atender com agilidade as demandas que surgem desse diálogo”, afirma a prefeita de Campo Grande.

É no contato diário com os vizinhos, nas conversas na calçada e nas reuniões comunitárias que Cláudia Arguelho encontra sentido para sua missão. Presidente da Associação de Moradores do Ana Maria do Couto, ela dedica mais de 20 anos à construção de uma comunidade mais unida e participativa — uma trajetória marcada pelo compromisso com o bem coletivo e pela força de quem escolheu liderar com o coração.

“Tudo começou há mais de uma década, quando fui até a escola do bairro e me deparei com uma situação muito difícil. Não havia água e a estrutura daquela unidade escolar estava muito ruim. Conversei com a diretora e perguntei: como podemos resolver isso? Ela me respondeu com um convite que mudou minha vida: ‘Vamos construir um projeto e buscar apoio junto ao poder público e à iniciativa privada’. Desde então, nunca mais parei. Entendi que podia fazer a diferença e passei a me dedicar a apoiar quem estava à minha volta”, relembra Cláudia.

“Muitas pessoas pensam que atuar como liderança comunitária é apenas ficar recebendo reivindicações de sua comunidade. Não é bem assim. Muitas das vezes temos que nos organizar, colocar nossas pastinhas debaixo do braço e ir em busca de recursos. No caso da escola do meu filho, minha primeira causa coletiva há anos atrás, foi a parceria com uma empresa privada que conseguimos o recurso para reformar o teto. Tem que ter foco e determinação e buscar alternativas de apoio em todos os setores sociais”, complementa a líder comunitária da Região Imbirussú.

Para muitos, ser uma liderança comunitária não transforma apenas a rotina, mas também a forma de enxergar o mundo e de se relacionar com as pessoas. É o que relata Carlos Alberto Romero, presidente da Associação de Moradores da Vila Fernanda, na Região Urbana do Lagoa. “Quando você passa a atuar como um agente comunitário, toda a sua vida passa por uma transformação, pois muitos assuntos que até então desconhecemos passa a ser comum em nossa rotina. É necessário iniciar um debate, provocar o envolvimento das pessoas e buscar resultados”, é o que conta Carlos Alberto Romero, presidente da Associação de Moradores da Vila Fernanda, Região Urbana do Lagoa.

O eletricista profissional destaca o papel fundamental da união entre a associação de moradores, a comunidade e o poder público para promover melhorias no bairro. “A Avenida do Ponte é a via mais importante aqui da Vila Fernanda, pois liga nosso bairro a outras regiões da cidade e é rota do transporte público. Com o engajamento da nossa associação e o apoio da Prefeitura, conseguimos importantes avanços, como a pavimentação asfáltica e a instalação da rede de esgoto. Ganhamos uma nova qualidade de vida com esse benefício”, compartilha.

Os líderes comunitários atuam como porta-voz da população, representando seus anseios e necessidades perante o poder públicos e outras instituições. Esses agentes facilitam a comunicação entre a comunidade e as autoridades, identificam problemas e demandas, e buscam soluções para o coletivo. E esse também é o caso de Rubens Honório Alcântara, mais conhecido como Rubinho, liderança há pelo menos 20 anos no Bairro Dom Antônio e que auxilia os moradores através de demandas, ações sociais e encaminhamentos.

“Sem foco e determinação resultado não chega. Mas foi assim que conquistamos a unidade de saúde do Dom Antônio Barbosa no ano passado, uma  passarela elevada em frente à Escola Municipal Tomaz Ghirardelli, o campo iluminado e, uma conquista muito importante é que hoje temos 100% da rede de esgoto no bairro, que trouxe qualidade de vida para todas as famílias da região. Então, temos a missão de levar as nossas reivindicações até o poder público e ficamos felizes em ser atendidos. Também neste ano, conquistamos uma arena esportiva de grama sintética e a nossa praça que após muitas administrações não olhando para ela, agora esse equipamento teve um olhar especial e foi revitalizada. Ganhamos uma pista de caminhada, uma quadra de areia e academia ao ar livre”.

Rubinho comemora todas as conquistas com orgulho e frisa que uma das maiores conquistas enquanto liderança foi a rede de esgoto para todo o seu bairro. “Com saneamento básico, reduzimos casos de doenças e consequentemente há menos pessoas nas filas dos postos. Então, esse também é um investimento em saúde e que beneficiou milhares de pessoas”, comemora.

Na região urbana do Segredo, que abriga o bairro mais populoso da Capital, o Nova Lima, trabalha Juscimeire Maciel. Liderança comunitária há seis anos, viu a região se desenvolver e sua história interlaçar-se a do bairro onde mora há mais de 40 anos.

“Nascida e criada aqui. Fui me interessando pelos conselhos regionais e me descobrindo como liderança ao longo do tempo. Minha mãe era aquela ‘Dona Maria’ que servia comida para todo mundo em casa, que sempre tinha uma coberta ou uma roupa para doar para alguém. Na época, eu não entendia e nem havia um nome para isso, hoje eu entendo que ela, mesmo sem saber assinar o próprio nome, era uma líder comunitária, tinha um movimento social e eu herdei dela essa coisa de cuidar das pessoas”, frisa.

Ela explica que sua maior motivação é ser uma solucionadora de problemas, podendo ser a ponte entre as pessoas para buscar soluções. Em se tratando de resolução de problemas, ela não pensa duas vezes em falar sobre o asfalto novo que chegou à região.

“Esse asfalto é um antigo sonho que se tornou realidade. Nós esperamos por muitos anos por ele. Me lembro de tempos em que eu ainda nem era liderança e já ouvia falar, já via as lideranças da época lutando por isso e hoje a gente vendo as nossas ruas se transformando, é maravilhoso”, diz com orgulho.

Alegria sentida também pelos moradores do Jardim Noroeste, na região urbana do Prosa, onde obras de pavimentação estão mudando a paisagem e a vida dos moradores. É nesta região também que mora e trabalha Carlos Henrique Faustino Rosa, ou simplesmente “Seu Henrique”, como é conhecido pela comunidade. Ele lembra que chegou ao bairro em 1992 e impulsionado pelo desejo de lutar por melhorias para o local onde mora, tornou-se líder comunitário em 2005.

Ele conta que a parceria entre a prefeitura e comunidade vive um novo momento. O reconhecimento e a valorização ao trabalho das lideranças comunitárias por parte da administração municipal são apontados por ele como um estímulo extra para seguir com a missão.

“É uma alegria para todos nós esse reconhecimento e a valorização das lideranças comunitárias. Houve um tempo em que chegávamos nas secretarias, éramos até recebidos, mas não atendidos. As demandas não saíam do papel, mas hoje não, a gente marca com os secretários, apresenta os problemas e já recebe uma resposta com a solução, tem um feedback, e isso é algo fundamental para que as melhorias cheguem até as comunidades.”

Seu Henrique conta que entre as reivindicações apresentadas e executadas estão a reforma da quadra da Escola Municipal Professora Ione Catarina Gianotti Igydio, a reforma geral do CEINF Maria Dulce Cançado, além de 19 ruas que estão recebendo pavimentação asfáltica.

“É uma satisfação muito grande porque sabemos o quanto o asfalto impacta na qualidade de vida das pessoas. Desde o transporte público à acessibilidade são coisas do dia a dia que melhoram consideravelmente com a pavimentação”, comemora.


Foi no ano de 2010 que a necessidade de representatividade levou João Batista do Nascimento a se interessar pelo movimento comunitário. Morador da Região Urbana do Bandeira desde a década de 70, o presidente da Associação de Moradores dos bairros Tiradentes 2, 3 e Nova Tiradentes conta que as melhorias na praça localizada na esquina entre a Avenida Babilônia e a Rua Marrei Junior são respostas de solicitações encaminhadas ao poder público.  Academia ao ar livre, iluminação de LED para o campo de futebol, além de quadra de areia e pista de caminhada, integram o pacote de benfeitorias.

“São melhorias que há tempos a população nos cobrava e, graças à articulação com a gestão municipal conseguimos que essa estrutura fosse instalada no bairro, proporcionando aos moradores um espaço de excelência para lazer e, consequentemente, mais qualidade de vida para os moradores da região”, destaca Nascimento.

Na região Centro, a mais antiga da capital, atua Rosane Nely de Lima, presidente reeleita para o terceiro mandato frente à Associação de Moradores do Bairro Amambaí. Professora de formação e apaixonada pelo bairro, ela explica que a vocação para o comunitário vem de casa. Filha de um motorista e uma costureira, Rosane viu desde muito cedo o pai investir em ações sociais e por meio do esporte encontrou a ferramenta de transformação de vida, promovendo escolinhas de futebol para que crianças e adolescentes trocassem as ruas pelos terrões. Ela conta que o despertar como liderança aconteceu quando já atuava como comerciante, na antiga rodoviária.

“A necessidade foi me levando para esse caminho e eu fui gostando. Na época, por volta de 2005, minha irmã tinha um restaurante onde eu trabalhava e por sempre resolver questões, pouco tempo depois passei a administrar o prédio da antiga rodoviária, mas enquanto administradora do prédio, me sentia limitada, não podia fazer tanto quanto sentia que podia fazer pelo bairro e desde então passei a me dedicar e assumir essa vocação”.

Rosane também conta que o trabalho conjunto entre lideranças comunitárias e o poder público tem rendido melhorias significativas no quesito segurança naquela região.

“Estamos recebendo apoio para as demandas que apresentamos à prefeitura, principalmente com relação à segurança. A Guarda Civil Metropolitana realiza um trabalho exemplar aqui na região Centro, atuando de forma integrada com a Polícia Militar, trazendo essa sensação de segurança nos moradores e comerciantes”.



Rosane também enaltece a sensibilidade da gestão municipal ao fortalecer a parceria com as lideranças comunitárias com o objetivo de dar maior celeridade às demandas apresentadas pela população.

“Campo Grande tem grandes líderes comunitários e acredito que a administração municipal entendeu isso ao criar a Secretaria Especial de Articulação Regional. Através dela o poder público trabalha lado a lado com quem conhece o problema, com quem pode dar o diagnóstico e, por ser uma secretaria composta por quem entende a realidade das lideranças comunitárias, permite que possamos tratar diretamente sobre as mais diferentes situações, sem intermediários, e isso faz toda a diferença. Campo Grande vai avançar muito com relação a melhorias para cada região a partir desse formato de trabalho”.

Para Rosane, ser líder comunitário é trabalhar para despertar nas pessoas uma visão de coletividade, um sentimento de pertencimento, o que torna todo o trabalho de gestão da cidade e a vida em sociedade mais leve.

“Antes do ‘eu’ precisa vir o ‘nós’, porque ninguém se realiza sozinho — é cuidando do coletivo que construímos um bem maior. Precisamos desse envolvimento coletivo no cuidado das pessoas e também dos equipamentos públicos. Somente com esse sentimento de pertencimento, de que aquilo também é da pessoa, que ela vai passar a ter um outro olhar, uma outra postura. Eu acredito que isso pode nos tornar melhores, e é isso que me move”.

“Essa data é muito importante, pois celebra pessoas que se dedicam às suas comunidades. A Prefeitura de Campo Grande trabalha para que essas lideranças sejam ouvidas e para que o trabalho conjunto seja fortalecido. Queremos que essas lideranças sejam valorizadas em todas as sete regiões da Capital e que as demandas apresentadas, assim como as decisões tomadas, beneficiem a população, a partir da orientação de quem conhece profundamente a realidade e as necessidades de cada bairro”, ressalta o Secretário Especial de Articulação Regional, Darci Caldo.




#PraTodosVerem: Na matéria há oito fotos. A
primeira, usada como capa é um mosaico com imagens de lideranças comunitárias;
a segunda imagem mostra Cláudia Arguelho, presidente da Associação de Moradores
do Ana Maria do Couto; a terceira fotografia mostra Carlos Alberto Romero,
presidente da Associação de Moradores da Vila Fernanda; a quarta imagem é um
registro de Rubens Honório Alcântara, mais conhecido como Rubinho, liderança do
Bairro Dom Antônio; a quinta imagem mostra Juscimeire Maciel, liderança
comunitária da região do Segredo; a sexta fotografia é um registro de Carlos
Henrique Faustino Rosa, líder comunitário da região urbana do Prosa; a sétima
foto mostra João Batista do Nascimento, líder comunitário da Região Urbana
Bandeira; a oitava foto é da presidente da Associação de Moradores do Bairro
Amambaí, Rosane Nelly de Lima.