O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, apresentou na tarde desta terça-feira (3) um balanço financeiro com informações sobre o valor em caixa e o que precisa arrecadar para pagar o salário dos servidores, que foi elencado como prioridade para o início da gestão. Hoje, a Prefeitura tem R$ 37 milhões em caixa e precisa de mais R$ 29 milhões para fazer o pagamento líquido do salário dos servidores.

“O objetivo maior é a transparência nos números. No dia da posse, o ex-gestor apresentou um saldo de R$ 252.192.947,61 e nos disse que muito desse valor seria para pagamento de funcionário público e não corresponde à realidade. É verdade que o prefeito deixou R$ 252 milhões? É. Não é mentira dele. Ele pecou em não dizer para vocês que dos R$ 252 milhões, somente R$ 37 milhões eu posso utilizar para pagar salários”, explicou o prefeito.

Marquinhos ressaltou que os mais de R$ 200 milhões citados pelo ex-gestor referem-se à verba carimbada, que não pode ser utilizada para efetuar pagamentos. É o caso da verba destinada ao Sistema Único de Saúde ou convênios com o Governo Federal, por exemplo.

“Quando alguém intitula: Marquinhos tem R$ 252 milhões e, mesmo assim, fala que não tem dinheiro para pagar funcionário público, não é verdade. O que nós temos de condição para efetuar o pagamento de salário é R$ 37 milhões”, detalhou

O secretário de Fazenda, Orçamento e Finanças, Pedro Pedrossian Neto, relatou que o grande desafio da atual gestão é conseguir honrar com os servidores até o quinto dia útil. Isso sem contar o valor destinado ao IMPCG, INSS e consignados, que junto com o valor líquido soma R$ 111.064.844,00.

“Nossa preocupação é pagar os R$ 66 milhões, porque os encargos têm um pouco mais de fôlego, já que alguns vencem dia 20”, explicou Pedrossian. A expectativa é de que até o dia 10 de janeiro a Prefeitura arrecade R$ 150 milhões, que seriam suficientes para pagar pelo menos o salário do servidor público. No pior cenário, o salário entrará na conta até o dia 12 de janeiro.

O prefeito também conta com a arrecadação do IPTU para pagar o décimo terceiro salário dos servidores. A Prefeitura precisa de mais R$ 19 milhões para efetuar o pagamento de todos os servidores. O antigo gestor depositou apenas duas parcelas, de R$ 25 milhões e R$ 10 milhões.

A gestão anterior deixou um montante de R$ 363.424.000,00 em restos a pagar, sendo uma parte liquidada, com serviço executado e outra que não foi paga. Outra parte da dívida foi apenas empenhada, sem a realização do serviço. “Vamos verificar os empenhos abertos, em que o serviço não foi executado para que possa fazer o cancelamento deste empenho. Só ai poderemos saber quanto há de restos a pagar”, explicou Pedrossian.

Marquinhos também explicou que a antiga gestão deixou de pagar quase R$ 12 milhões de contas de água e luz. “Usou água e luz e não pagou”, contou o prefeito. “Pedi pra Energisa não cortar a luz dos prédios públicos e fui atendido”, complementou Pedrossian.