Foi lançada na manhã de hoje (14) a terceira etapa da “Operação Mosquito Zero – É Matar ou Morrer”, que acontece na região do distrito sanitário Bandeira. Durante o lançamento, o alerta foi para a quantidade de focos do Aedes aegypti encontrados nas residências, mais de 80% do total. 

A região é de grande preocupação quando se trata das notificações de suspeita de dengue, já que três dos sete bairros que estão em alerta de surto, são localizados no Bandeira, sendo eles: Universitário, Tiradentes e Vila Carlota. 

Para o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, a principal preocupação está nos locais onde são encontradas as larvas do mosquito. “Esses focos estão nas residências, são encontrados principalmente nos baldes que deixamos com água por aí. Não basta tirar a água, precisamos lavar esses recipientes e ter a consciência de que não afeta só a nossa vida, mas também a vida do vizinho. Vamos continuar com nossas ações de prevenção e educação para que menos pessoas sejam atingidas”, lamenta. 

Morando há mais de 20 anos na região, uma das lideranças Emar Ferreira da Silva, ressaltou a importância da Campanha. “Eu nunca tinha visto aqui na região uma ação como esta, de tamanha importância e tamanho envolvimento da comunidade. Isso aqui é uma responsabilidade de todos e estamos no caminho certo”, disse.

O Secretário Municipal de Saúde, José Mauro Filho, ainda completa questionando a forma como o mosquito é tratado pela população. “Nós estamos tratando-os como animais domésticos, damos água, comida e um lugar para se abrigar. Nossa maior preocupação são os adultos, porque nas escolas as crianças são orientadas e entendem a necessidade do combate, mas quando chegam em casa os pais falam que é besteira”.

Ele ainda reforça o que foi observado pelos agentes de combate a endemias quando encontrados os focos do mosquito. Somente em baldes estão mais de 14% do total de focos, pneus, vasos de plantas e potes vêm logo em seguida. 

A Operação acontecerá na região até o dia 21, e contará com o apoio de 326 agentes de endemias, que reforçarão as visitas em residências com orientações e descarte de depósitos quando necessário, e quatro pontos de coleta de materiais inservíveis de grande e pequeno volume. 

Presidente do Conselho de Segurança da região do Bandeira, Seu Pereira como é conhecido, deixou um recado à população. “Quero convocar a população a fazer sua parte, limpe o seu quintal e evite que a dengue traga morte para Campo Grande”.

Esses pontos de descartes estarão nos seguintes endereço: Rua Jatuba, esquina com Ingá Doce, no Moreninhas III, Rua Sizuo Nakazato, equina com Deocleciano Dias, no Jardim Itamaracá, Rua Marrey Júnior, esquina com as ruas Loiola e Álvaro Silveira, no bairro Tiradentes, e na rua Tabagi, na esquina com a rua Lagoa Rica, no bairro Maria Aparecida Pedrossian. 

Com as outras duas etapas da campanha, que aconteceram no Imbirussu e Anhanduizinho, já foram vistoriadas mais de 16 mil residências, onde os agentes realizaram o descarte mecânico de depósito nos locais em que havia a necessidade. 

 

 

 

Cronograma 

A expectativa é de que até abril as sete regiões de Campo Grande tenham recebido uma ação semelhante, conforme cronograma pré-definido. 

1ª Semana – Imbirussu. 

2ª Semana –  Anhanduizinho. 

3ª Semana –  Bandeira. 

4ª Semana –  Prosa. 

5ª Semana – Lagoa. 

6ª Semana – Segredo. 

7ª Semana –  Centro. 

Dados epidemiológicos 

Segundo informação da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica, até o dia 11 de fevereiro foram notificados 3.277 casos de dengue em Campo Grande, sendo que 126 deles foram confirmados. Essas notificações fizeram com que o secretário José Mauro oficializasse a situação epidêmica provocada pela dengue. 

“Nós estamos tecnicamente em epidemia, temos mais de 850 mil habitantes e, apesar de termos 1,5 milhões de cartão SUS registrados aqui – ou seja, atendendo toda essa população – , a epidemia é definida através da população da cidade”, explica. 

O número de óbitos provocados pela doença também subiu, sendo três registrados no Município, de um homem de 30 anos, uma senhora de 74 e uma criança de 9 anos de idade. 

Foram registradas 34 notificações de Zika Vírus e 17 de Chikungunya, que ainda estão passando por processo de avaliação laboratorial para confirmar ou não as suspeitas. 

Durante todo o ano de 2019, foram registrados 39.417 casos notificados de dengue em Campo Grande, sendo 19.647 confirmados e oito óbitos. 

Apesar dos números expressivos, impulsionados pela epidemia do último ano, o mês de dezembro fechou com aproximadamente 45% a menos de casos registrados no ano anterior. 

Infestação pelo Aedes 

Conforme o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo o Aedes aegypti (LIRAa), sete áreas de Campo Grande foram classificadas com o risco de surto de doenças transmitidas pelo mosquito. 

O número de áreas em alerta praticamente dobrou, em comparação com o último LiRaa divulgado em novembro do ano passado, passando de 22 para 42 áreas. Dezoito áreas permanecem com índices satisfatórios. 

O índice mais alto foi detectado na área de abrangência da USF Iracy Coelho, com 8,6% de infestação. Isso significa que de 233 imóveis vistoriados, em 20 foram encontrados depósitos. A área da USF Azaleia aparece em segundo com 7,4% de infestação, seguido da USF Jardim Antártica, 5,2%, USF Alves Pereira, 4,8, USF Sírio Libanês, 4,4%, Jardim Noroeste, 4,2% e USF Maria Aparecida Pedrossian (MAPE), 4,0%.