A Semed vai recomendar aos diretores e coordenadores pedagógicos das 94 escolas de Ensino Fundamental da Reme, para que conversem com os pais dos alunos no sentido de alertar sobre os jogos virtuais “Baleia Azul” e “Fadas de Fogo”, que tem motivado o suicídio de adolescentes.

O mais popular, o “Baleia Azul” teria surgido na Rússia, consiste em estabelecer 50 desafios através de grupos fechados do Facebook e WhatsApp, levando os adolescentes a praticarem mutilações, chegando até ao suicídio.

Preocupada com a notoriedade dos jogos, a secretária de Educação Ilza Mateus pediu às equipes da Semed, que orientem a direção das escolas a se informarem a respeito dessas atividades, além de instruir os professores a prestarem atenção a sinais que possam indicar a participação ou influência dos jogos na vida do aluno.

O documento que será enviado aos diretores também ressalta a necessidade de prestar atenção nas mudanças radicais de comportamento, comunicando os familiares sobre as alterações e, se for o caso, o Conselho Tutelar e órgãos de assistência social.

A Semed também está elaborando uma carta para ser entregue aos pais, através das escolas, onde explica a origem e o propósito dos jogos. O texto pede que os pais fiquem atentos às atividades dos filhos, especialmente nas redes sociais.

O documento também faz um alerta sobre a série americana “Os 13 porquês”, onde uma jovem comete suicídio após sofrer bullying. A carta informa a classificação indicativa do programa, que é de 18 anos e ressalta que profissionais da área de Psicologia afirmam que o tema é muito complexo e precisa ser debatido com responsabilidade, além de abordar as questões expostas na série de forma mais profunda.

Em reunião com diretores participantes do programa Mais Educação, a secretária aproveitou para adiantar as recomendações da Semed e alertar sobre o jogo virtual.

“Esse jogo é algo muito grave, que está destruindo famílias. Precisamos ficar atentos as ações de nossos filhos e sempre buscar o diálogo para descobrir se estão com algum problema”, ressaltou Ilza Mateus

A superintendente de Gestão de Políticas Educacionais, Carla Britto explicou que a Semed também irá solicitar apoio dos órgãos e entidades que participam dos projetos desenvolvidos pela Reme que buscam evitar a violência entre os alunos, promovendo a solução pacífica para os conflitos.

Entre eles está o Escola que Protege, que atende alunos do 6º ao 9º e visa oportunizar as escolas, subsídios para a resolução dos problemas relacionados ao número excessivo de faltas, casos de evasão escolar e de violência.

Proposta semelhante tem o Programa de Conciliação para Prevenir a EvasãoEscolar, voltado a todos os alunos de Ceinfs e escolas da Reme. A idéia é monitorar a freqüência dos estudantes e elaborar recomendações que respaldem a direção da escola na aplicação do regimento escolar.

Já o Justiça Restaurativa atende alunos do 6º ao 9º de sete escolas e busca a prevenção e resolução de conflitos, através de círculos de diálogo.

Todos estes projetos tem como parceiros os conselhos tutelares, Tribunal de Justiça e a 27ª Promotoria da Infância e Juventude.

“Esse é um momento de união de todos os interessados em garantir o bem-estar de nossas crianças através de ações que ofereçam também, apoio psicológico”, ressaltou Carla Britto.