Na próxima segunda-feira, 5 de julho, inicia a segunda fase de liberações dos mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia em Campo Grande. Mais dez bairros irão receber os chamados “Wolbitos”, com objetivo de fazer o controle da dengue, Zika e chikungunya, são eles: Taquarussú, Jacy, América, Jockey Club, Parati, Piratininga, Pioneiros, Alves Pereira, Los Angeles e Centro Oeste.

As liberações nos bairros da primeira fase  serão finalizadas na sexta-feira, 2 de julho, e o monitoramento do estabelecimento da Wolbachia, que já vem ocorrendo desde o primeiro mês de liberação, continuará por mais quatro meses, a fim de avaliar a proteção nesses locais. Este trabalho é realizado pelas equipes da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), utilizando a malha de ovitrampas da cidade.

A superintendente de Vigilância em Saúde do município, Veruska Lahdo, explica que as etapas iniciais de cada fase ocorrem de maneira simultânea para garantir que não haja intercorrência durante o processo.

“Desde o dia 21 de maio nós já estamos realizando as ações de engajamento comunitário nos bairros que compõem a terceira fase de implementação do método na cidade”, destaca.

Os bairros que estão recebendo ações de engajamento são: Carlota, Dr. Albuquerque, Jardim Paulista, Maria Aparecida Pedrossian, Rita Vieira, São Lourenço, TV Morena, Vilasboas, Universitário, Tiradentes, Chácara Cachoeira, Chácara dos Poderes, Noroeste, Veraneio, Estrela Dalva e Carandá.

Primeira fase

As  liberações da primeira fase começaram pelos bairros Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado. Nestes bairros, os Wolbitos foram liberados semanalmente, durante 30 semanas, por agentes da Sesau. As liberações ocorreram no período da manhã e foram feitas por meio de veículos cedidos pela SES. Esses bairros estarão em fase de monitoramento.

” O Wolbachia é  um método complementar às demais ações de controle das arboviroses realizadas pela prefeitura. A população deve continuar a realizar as ações de combate à dengue, Zika e chikungunya que já realizam em suas casas e estabelecimentos comerciais”, complementa a superintendente de vigilância do município.

A liberação dos mosquitos faz parte da estratégia do Método Wolbachia, iniciativa do World Mosquito Program (WMP), conduzida no país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com apoio financeiro do Ministério da Saúde, e que utiliza a bactéria Wolbachia para o controle de arboviroses, doenças que são transmitidas por mosquitos.

Na capital, a implementação da iniciativa é realizada em parceria com a Prefeitura de Campo Grande e Secretaria Estadual de Saúde (SES). Estão previstas seis fases para implementar o Método Wolbachia em toda a cidade.

Wolbachia

O Método Wolbachia tem eficácia comprovada. Um Estudo Clínico Randomizado Controlado (RCT, sigla em inglês), realizado em Yogyakarta, Indonésia, aponta uma redução de 77% na incidência de dengue e redução em 86% de hospitalizações em
decorrência da doença em áreas tratadas com Wolbachia em comparação com áreas não tratadas. No Brasil, dados preliminares observacionais apontam redução de 75% dos casos de chikungunya em Niterói.

A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti, e foi introduzida por pesquisadores do WMP, iniciativa global sem fins-lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos.

Quando presente no Aedes aegypti, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam no inseto, contribuindo para a redução destas doenças. Não existe modificação genética neste processo.

O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e seja estabelecida uma população destes mosquitos, todos com Wolbachia.

 

Mais informações sobre o Método Wolbachia estão disponíveis em wmpbrasil.org ou @wmpbrasil nas redes sociais.