Profissionais da Rede Municipal de Ensino (Reme) participaram, na manhã desta quarta-feira, de evento que apresentou a Resolução nº 197, que dispõe sobre as normas e procedimentos para a implantação do projeto Valorização da Vida nas escolas da Reme, desenvolvido desde 2018 e que visa combater o bullying e promover a autoestima do aluno e esclarecer sobre temas como a depressão, suicídio e automutilação.

No primeiro semestre deste ano a equipe do projeto realizou atendimento em 40 escolas, contemplando 4.600 alunos com terapias de grupo e 78 que passaram por encaminhamento psiquiátrico. Desde o ano passado, 1.583 profissionais da Reme foram capacitados e 7.300 mil alunos foram atendidos.IMG-20190911-WA0058

O evento contou com a presença da secretária municipal de Educação, Elza Fernandes, secretária-adjunta, Soraia Campos, superintendentes e técnicos da Semed, além dos vereadores Willian Macksoud, Valdir Gomes e enfermeira Cida Amaral. Também prestigiaram a ação, a subsecretária de Políticas para a Mulher, Carla Stephanini, e representantes de entidades em defesa da vida.

“Quero parabenizar a todos, que realmente foram a fundo nessa questão e não tiveram medo porque não é fácil vivenciar essa problemática. Junto com as secretarias de Saúde, Assistência Social e o grupo GAV, estamos fazendo um trabalho de formiguinha e a semente que foi plantada aqui na Semed precisa ser um trabalho contínuo, por isso a importância da Resolução, que vai garantir o desenvolvimento do trabalho no futuro”, afirmou a secretária Elza Fernandes.

Importância

Para marcar a publicação da Resolução e enfatizar as ações do Setembro Amarelo, a Semed, por meio da Superintendência de Gestão e Normas, convidou a psicóloga Sanami Esaki, coordenadora da Clínica Escola da Uniderp, para ministrar palestra aos gestores das unidades escolares sobre as estratégias que podem ser adotadas pelos professores para identificar os alunos que estejam passando por algum problema emocional.

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“Também quero desmistificar algumas questões interpretadas de forma errônea, como o isolamento. Às vezes o adolescente se isola não porque ele é tímido, mas porque está realmente com problemas emocionais e precisamos sabem como ampará-lo”, disse.

O documento foi publicado na edição do Diário Oficial do município, da última quarta-feira (4) e regulamenta as diretrizes que devem ser adotadas tanto pelos gestores das unidades escolares quanto pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) no que diz respeito aos casos identificados de alunos que tenham apresentado alguma mudança no comportamento, indicando, por exemplo, um quadro depressivo.

A Resolução ainda destaca o foco do projeto, que é a defesa da vida, mediante o fortalecimento da autoestima e a solidificação de valores que sustentem o desenvolvimento psicossocial e contribuam para a promoção da resolução de conflitos cotidianos vivenciados pelas crianças e adolescentes das unidades da Rede Municipal de Ensino.

O objetivo é alertar todos os segmentos da comunidade escolar a respeito da realidade emocional por que passam as crianças e adolescentes e promover estratégias com ações de prevenção.

A equipe é composta por quatro técnicas da Semed, com formação em Pedagogia e Psicologia. Os bons resultados conquistados nesse período de um ano atraíram a atenção de gestores do interior do Estado, que passaram a convidar a equipe para ministrar palestras, aplicar dinâmicas e falar sobre o projeto com o objetivo de atualizar os profissionais da Educação sobre os temas que levam os adolescentes a depressão.

Para o presidente do Condaem (Conselho de Diretores e Diretores Adjuntos das Escolas Municipais e Diretores de Emeis de Campo Grande) e diretor da escola Arlindo Lima, Aristóbulo dos Anjos Castro Neto, comentou a importância da implementação do trabalho na Reme. “A cada dia que passa temos uma demanda de alunos com problemas emocionais, que refletem na escola e se não tivermos o apoio da gestão, fica inviável o auxílio. O projeto também tem ajudado as famílias a perceberem a realidade e que é preciso prestar ajudar aos filhos quando eles passam por determinada situação”, destacou.

A superintendente de Gestão e Normas da Reme, Alelis Gomes, mencionou o pioneirismo da gestão em criar o documento. “Campo Grande é o único município do país que tem um documento que estabelece um ritual que deve ser cumprido quando um aluno é identificado com problemas emocionais. A Resolução atribui tarefas para todos os segmentos envolvidos no projeto e quem deixar de fazer os encaminhamentos necessários, terá que responder por isso”, ressaltou