Apesar das chuvas frequentes desde o início de janeiro em Campo Grande, ainda que em pontos isolados,  a Secretaria Municipal de Infraestrutura  e Serviços Públicos tem  conseguido manter , em “janelas de estiagem”,  7 frentes de serviços para garantir condições de trafegabilidade nos 800 km da malha viária não pavimentada existente na cidade. Só em janeiro foram executados 50 quilômetros  de patrolamento  e conformação das pistas.  No mês passado choveu na cidade 234 milímetros.

IMG_0903A prioridade, segundo o secretário Rudi Fiorese,  são as vias de acesso e de maior tráfego nos bairros, intervenções em pontos de atolamento, recomposição de pistas onde a enxurrada levou o aterro.  “As condições do tempo não favorecem o trabalho, mas enquanto não há período de estiagem que reduza de fato a umidade do solo, é necessário atuar para que a população atingida não fique isolada”.

Um dos locais críticos onde equipes da Sisep estiveram atuando no início da semana, foi no  conjunto  habitacional Ramez Tebet, onde a enxurrada forte levou o material de revestimento primário e deixou algumas ruas praticamente interditadas, inclusive aquelas onde passam  os ônibus do transporte coletivo, como as  ruas  Martinez e Maria Glória Ferreira de Souza .

Segundo o comerciante Edvaldo  Silveira, dono de uma mercearia na esquina das duas vias, por causa da topografia do terreno,  na Rua Maria da Glória, a enxurrada desce muito forte.  Como medida paliativa, além de ser aplicado e compactado o revestimento, foram feitos alguns “quebra molas” de terra para amortecer a velocidade da água.   “Depois que o pessoal fez este trabalho melhorou bastante”, avalia Luiz Henrique, dono de uma barbearia.

O trabalho de manutenção de vias não pavimentadas é permanente. Ano passado, conforme levantamento da SISEP, foram executados 588 quilômetros de  patrolamento, o que corresponde a quase 80% da malha sem asfalto. Em alguns bairros , como Noroeste, Columbia, Santa Emília, São Conrado,  Nova Campo Grande,  onde as características do solo e a topografia aumentam  o impacto dos estragos provocados pelas águas pluviais, equipes da Secretaria estiveram várias vezes para garantir condições de tráfego. “A solução é fazer drenagem e asfaltar, mas infelizmente, a Prefeitura não tem recursos para custear todas estas obras de forma simultânea”, explica o secretário Rudi Fiorese.

Numa estimativa preliminar, o secretário calcula que a Prefeitura precisaria de R$  1,2 bilhão, que corresponde a quase dois orçamentos da Secretaria de Infraestrutura. Em 2020  a SISEP tem um orçamento de R$ 738 milhões.