Os Serviços de Referência de Assistência Social de Campo Grande visam informar, formar e transformar a vida das pessoas assistidas. Para tanto, a Prefeitura Municipal, trabalha com grupos familiares, idosos e crianças, identificando suas necessidades e demandas, potencializando a inclusão na rede de atendimento, encaminhando e acompanhando cada caso.

Atualmente, cerca de 24 mil pessoas são atendidas mensalmente nos CRAS, CC e CCI. As ações desenvolvidas vão desde a acolhida a atendimento particularizado. Há ainda oficinas, ações comunitárias, atividades socioeducativas, culturais e esportivas, bem como, a concessão de benefícios eventuais e inserção e atualização do Cadastro Único.

Para a doceira Helena Rosa do Nascimento Santos, que há dez anos frequenta o CCI Elias Lahdo, as aulas de culinária serviram como ferramentas para ela incrementar suas habilidades profissionais. Foi no CCI que ela também aprendeu a fazer alguns dos bolos que hoje comercializa.

Desde agosto, com a retomada dos cursos presenciais, ela decidiu participar das aulas de artesanato para aprender a fazer suporte para bombons e com o novo aprendizado e viu suas encomendas cresceram em 50%. “Antes eu aceitava só fazer os doces, porque não sabia montar os suportes. Agora posso pegar mais festas e tenho faturado até R$ 300,00 a mais”, comemora enquanto presta atenção nas orientações da professora.

Ela conta que o período crítico da pandemia foi difícil, mas mantinha a mente ativa participando das aulas on-line de pilates postadas nos grupos de whatsApp do CCI. “Fazer as aulas ao vivo e rever os amigos é bem melhor”, diz.

Quem também busca o aprendizado frequente é a aposentada Conceição Ossuna. Há dois anos participando do grupo de violeiros “Passageiros do Tempo”, formado por usuários do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da unidade, a aposentada sentiu a necessidade expandir seus conhecimentos além das habilidades musicais e se inscreveu nas aulas de Informática.

“A tecnologia está avançando e a gente precisa aprender outras coisas. Não gosto de ficar perguntando para meus netos. Gosto de independência. É importante, porque, às vezes, você quer fazer um cadastro, uma compra on-line ou uma inscrição e não precisa depender dos outros”, destaca. “Amei quando as aulas retomaram, porque a pandemia foi muito triste, ficamos muito presos em casa, quase não fazia atividades”, conta Conceição, que não pode fazer as aulas remotas oferecidas pelo CCI, porque fazia hidroginástica no CCI Vovó Ziza.

“Foi maravilhoso retornar, é uma influência positiva muito grande. Quando fiquei viúva passei por uma fase muito triste, depois que comecei a aprender violão consegui me comunicar melhor. Era tímida, muito reclusa”, pontua a aposentada, moradora da Vila Nhá Nhá e que frequenta três vezes na semana o CCI Elias Lahdo.

A coordenadora da unidade Ana Lia Monvalier, explica que as atividades estão sendo retomadas aos poucos e com todos os protocolos de biossegurança, sem o compartilhamento, inclusive, de materiais. No momento o CCI, oferece aulas de violão, artesanato, educação física, informática e pilates.

Ana Lia enfatiza que a procura pelos cursos oferecidos em sua unidade aumentou com a retomada das atividades presenciais. “A pandemia mudou o olhar das pessoas. É visível a felicidade dos usuários nessa retomada. Eu sinto que as pessoas agora valorizam mais a convivência com os amigos e a família. Muitos pedem só para ficar aqui, olhando as atividades, só para ter esse contato”, conclui.

Já a apequena a pequena Stephanie Natália Figueiredo Duarte, de 9 anos, conta que começou a frequentar as atividades do Cras Moreninhas aos 7. “Aqui é muito legal. O que eu mais gosto é da dança. Eu danço várias coisas, mas a minha preferida é o hip hop”, revela.

A usuária Lorena Garcia Medeiros diz que estuda lá desde pequenininha. “O serviço aqui é muito bom. Eu chego tomo café da manhã. Ai a gente vai brincar, faz atividades, e depois almoça. A atividade que mais gosto é a de educação física e capoeira. Eu participo de todas as atividades dadas. E também faço judô no Parque Jacques da Luz, já sou faixa amarela, e quero ser campeã no esporte”, conta

O coordenador do Cras Moreninhas, João Henrique, explica que atualmente eles estão atendendo com 50% da capacidade, devido ao plano de biossegurança. “Hoje atendemos 30 crianças de manhã e 30 crianças de tarde. Atendemos em duas salas, conforme a faixa etária. As demais crianças ficam em aula remota”, explica.

Ou seja, mesmo com o retorno das ações presenciais, as atividades remotas foram mantidas e continuam sendo elaboradas e enviadas via grupos de WhatsApp para garantir o atendimento de 100% dos usuários do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. Dessa forma são respeitadas as normas de biossegurança e o distanciamento social nas unidades.

No local, há oficinas de dança, de capoeira, tem educador físico e educadores pedagógicos, que fazem um trabalho mais referente a comportamento. “Fazemos um planejamento com eles onde é definido um percurso. Estamos fechando um sobre violência. Falamos sobre violência doméstica, violência familiar. Também trabalhamos com temas. Fizemos um trabalho da consciência negra, falamos sobre racismo, preconceitos… Tivemos a festa das crianças, da Primavera e muitos outros, estamos sempre trabalhando dessa forma”, explica

As crianças ali assistidas, na maioria, são crianças em situação de vulnerabilidade social. Algumas também têm problemas de vínculos familiar, nestes casos, elas recebem ainda acompanhamentos da assistente social e psicóloga. “Chamamos os pais para conversar e entender o que está ocorrendo. Se a criança começa a faltar entramos em contato. Estamos sempre próximos”, diz.

No local é servido café da manhã e almoço para as crianças do período matutino, e lanche e janta para as do período vespertino.

Para promover os serviços de referência de Assistência Social, a Prefeitura de Campo grande conta com 4 Centros de Convivência do Idoso, 21 Centros de Referência em Assistência Social e 6 Centros de Convivência.