Olhos atentos, expressões de espanto e muitas perguntas. Essas são algumas das reações dos alunos da Reme (Rede Municipal de Educação) que estão visitando o museu José Antônio Pereira, que nesta semana tem uma programação especial, alusiva ao Dia Internacional dos Museus, comemorado nesta quinta-feira(18).

A visita dos alunos tem sido viabilizada graças a uma parceria entre a Divisão de Esporte, Arte e Cultura (DEAC) da Secretaria de Educação (Semed) e a Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur).

As ações fazem parte também da 15ª Semana Nacional dos Museus – “Museus e histórias controversas: dizer o indizível em museus”. Até esta sexta-feira (19), os estudantes terão a oportunidade de conferir uma programação diferenciada, repleta de atrações musicais, visitas guiadas e contação de histórias.

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O que tem despertado a atenção dos alunos são os objetos, móveis e utensílios domésticos distribuídos nos vários ambientes do museu, que conta a história da família do fundador de Campo Grande, José Antônio Pereira, além de retratar os costumes de vida no século 19. “Não imaginava que existisse ferro de passar naquela época”, comentou surpreso, o aluno Lorenzo Gabriel Rossato da Silva, do 7º ano da escola municipal Desembargador Carlos Garcia de Queiroz.

Além do artefato que funcionava com brasa quente, os utensílios de cozinha, como panelas de barro, ferro e até um moedor de café, também deixaram as crianças admiradas e acabaram servindo de cenário para várias selfies.

No quarto da casa que abriga o museu, mais surpresas. As malas e camas sem colchões, com apenas o estrado feito de couro de vaca, promoveram um debate entre os alunos sobre a falta de conforto e as dificuldades que a família dos pioneiros passou naquela época.

“Nem imagino como seria dormir em uma cama sem colchão”, comentou o aluno Lorenzo.

Já para a aluna Maria Eduarda Oliveira de Veiga, também do 7º ano, o tamanho do móvel foi o que despertou sua curiosidade. “Impossível dormir um casal ali. Ela é menor do que uma cama de solteiro de hoje”, disse.

Na área externa do museu, o carro de boi, utilizado como transporte da família; o monjolo, que na época era movido pela água dos córregos Bálsamo e Esquecido; e a moenda, que produzia caldo de cana, são os objetos que mais intrigam as crianças.

“Carro de boi só conhecia pelos livros, mas acho que não era tão difícil a vida naquele tempo porque elas já eram acostumadas”, pontuou Kaio Rodrigues, do 3º ano, também da escola Desembargador Carlos Garcia de Queiroz.

Além dos utensílios domésticos, os alunos têm a oportunidade de conhecer um pouco da Capital do início de sua fundação por meio de fotos cedidas pela Arca (Arquivo Histórico de Campo Grande). As imagens mostram a região central, comércio, praças e ruas ainda de terra.

Para a maioria dos alunos, foi a primeira de muitas visitas que eles pretendem fazer e garantem que irão incentivar suas famílias a conhecerem mais a cidade através dos pontos turísticos e museus.

“É muito importante conhecer o passado para valorizar o que temos hoje”, ensinou Lorenzo Gabriel. Já sua amiga Maria Eduarda, acredita que as histórias que ouviu no museu irão facilitar seu aprendizado na escola. “Fica mais fácil de lembrar o que aprendemos porque viemos conhecer de perto a história, não ficamos só nos livros”, afirmou.

A coordenadora da Divisão de Memória, do setor de Gerência de Patrimônio Cultural e Espaços Públicos da Sectur, Leoneida Ferreira, revela que a parceria entre as secretarias de Educação e Cultura deve render novos projetos no futuro. “O interesse dos alunos é muito grande. Quem sabe a gente não consegue promover atividades desse tipo uma vez por mês”, disse.

O fato de poder tocar e ver de perto elementos que povoam apenas o imaginário é o que torna o museu atraente, segundo a coordenadora. “Temos uma visita bem didática. O museu não é algo intocável. Podemos interagir cultura e educação, por isso conseguimos ter sucesso”, pontuou.

O chefe da DEAC, Wilson Lands reforça a parceria e diz que ela é uma das prioridades da Semed. “Essas atividades possibilitam ao aluno e professores, vivenciar experiências fora do ambiente escolar”, concluiu.