Flávia foi a primeira a ser vacinada em Campo Grande. (Foto: Denilson Secreta/PMCG)

Em 19 de janeiro de 2021, a enfermeira Flávia Cristine Correa de Almeida recebia a sua primeira dose da vacina contra a Covid-19 na unidade de saúde do Bairro Tiradentes simbolizando o início de uma verdadeira corrida pela vida: “Essa é uma esperança para nós. A promessa de dias melhores que estão por vir”, declarou a servidora na ocasião. Um ano depois, a imunização se mostrou extremamente importante e eficaz no enfrentamento ao coronavírus, visto que as vacinas têm se demonstrado primordiais para a diminuição do número de casos graves e de óbitos provocados pela doença.

“A vacina foi e é fundamental para que tivessemos uma estabilidade nas mortes e internações. Chegamos a registrar 180 óbitos em uma semana e ter mais de 300 pessoas internadas em UTI. As unidades de pronto atendimento lotadas. O nosso sistema de saúde estava extremente sufocado. Hoje a realidade é totalmente diferente. A pandemia ainda persiste, a cada dia temos novos casos, porém, em sua maioria, se manifestam de maneira leve e isso só reforça o quanto foi importante e valeu a pena todos os nossos esforços para que mais de 80% da nossa população fosse imunizada até agora”, destaca o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho.

Conforme o boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), nas duas primeiras semanas de 2021 foram registradas 115 mortes em Campo Grande. Já no mesmo período deste ano, apenas 04, o que representa uma redução de 96%.

Desde o início, a capital sul-mato-grossense se destaca na vacinação contra a Covid-19, figurando entre as cidades com maior cobertura vacinal do País, sendo considerada referência nacional,  fruto planejamento, organização e estratégias adotadas pelo Município.

Foram abertos mais de 60 pontos de imunização nas sete regiões urbanas e distritos, incluindo quatro drives (Ayrton Senna, Albano Franco, Cassems e UCDB) e dois Polos (Guanandizão e Seleta).

Foi montada uma logística jamais vista para que as doses pudessem chegar a estes pontos em tempo recorde. Era praticamente do aeroporto para o braço da população.

O Município contou com a parceria importante de diversas instituições, como a Federação das Industrias do Estado de Mato Grosso do Sul (FIEMS), a Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems) e a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), que contribuiram com a disponibilização de espaços e equipe para a vacinação.

A fim de evitar aglomeração e longas filas nos pontos de imunização foram evitadas,  a Capital implementou um sistema de cadastramento prévio para agilizar o processo de identificação, contribuindo assim para dar mais celeridade no ato da vacinação. Desenvolvido em Campo Grande, o sistema serviu de modelo para todo o País e inclusive foi cedido para o Ministério da Saúde para ser utilizado por outros municípios.

Processo de vacinação

O primeiro lote com aproximadamente 26,8 mil doses de Coronavac chegaram no dia 18 de janeiro, para a para imunização de 11 mil trabalhadores da saúde, idosos asilados e pessoas com deficiência institucionalizadas. Com o passar dos dias, novos lotes com as doses de esperança foram chegando e a vacinação avançou a passos largos.

Mais de 30 públicos de diferentes categorias e faixa-etárias foram vacinados. A expectativa e o alívio era grande a cada mudança de calendário.

Passados 12 meses, Campo Grande ultrapassou a marca de 1,5 milhão de doses aplicadas, tendo praticamente 80% da sua população elegível vacinada com as duas doses. São mais de 642 mil campo-grandenses completamente imunizados.

Agora, a vacinação chega a uma nova etapa, com a imunização do público infantil de 5 a 11 anos e a Capital saiu na frente mais uma vez, sendo a primeira cidade de Mato Grosso do Sul e uma das primeiras do País a vacinar os pequenos, no dia 17 de janeiro.

“É uma nova etapa que também é muito importante no combate da doença, tendo em vista que as crianças também estão expostas ao vírus, com riscos de complicações, e elas podem ser agentes de transmissão da doença. Por isso é necessário fortalecer a proteção não só dos pequenos, de forma individual, mas também de maneira coletiva”, comenta a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Veruska Lahdo.

A vacinação segue como o meio mais eficiente para proteger a população da Covid-19 e suas variantes. Assim como ocorreu com as vacinas para pessoas com 12 anos ou mais, o imunizante pediátrico também passou por diversos estudos e testes até que fosse atestada sua segurança, tendo eficácia garantida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Mesmo com o avanço da vacinação contra a Covid-19, a pandemia não acabou e os protocolos sanitários de prevenção devem ser mantidos – como uso de máscara, higienização constante das mãos e distanciamento social.