Com exibição de vídeos educativos, palestras com profissionais que atuam em diversas áreas do campo, gincanas e até observação de aves, a escola agrícola “Governador Arnaldo Estevão de Figueiredo”, realiza, até sexta-feira (8), a primeira Semana do Meio Ambiente da unidade.

O evento é alusivo ao Dia Mundial do Meio Ambiente, que foi comemorado na terça-feira (5). O objetivo da data é criar uma postura crítica e ativa em relação aos problemas ambientais existentes no planeta e conscientizar as pessoas sobre os graves danos que estão sendo causadas na natureza, como a poluição e a perda de biodiversidade.

Assim como a data, a proposta das ações realizadas na escola agrícola também é a de transmitir aos alunos, informações relevantes sobre os impactos do homem no planeta e levá-los a ter uma postura permanente de proteção e respeito ao meio ambiente, garantindo a preservação dos recursos naturais.EscolaAgricola (4)

Apesar de os alunos da escola agrícola já estarem inseridos em um ambiente rico em recursos naturais, a diretora da unidade, Maria Kátia Miranda da Silva, ressalta que é importante desenvolver ações pontuais que reforcem a necessidade da preservação.

“Foi uma semana muito produtiva e superou nossas expectativas. Os alunos interagiram com os palestrantes, que foram muito didáticos em suas exposições. É necessário criar eventos como este porque os alunos estão em desenvolvimento constante e precisamos sempre lembrar e repensar sobre nossas práticas, já que o meio ambiente está ligado às nossas ações”, pontuou.

A secretária municipal de Educação, Elza Fernandes, que visitou a escola nesta quinta-feira (7) com a superintendente de Gestão e Normas, Alelis Izabel de Oliveira Gomes, elogiou a programação e disse que a questão ambiental é uma das preocupações dos profissionais que atuam nas unidades, por isso são desenvolvidos vários projetos sobre a temática nas unidades.

“Fiquei muito satisfeita em ver o trabalho dos profissionais que elaboraram esta semana e do interesse dos alunos em participar das palestras. Tudo o que eles viram será de grande importância para o trabalho futuro deles, já que as palestras foram ministradas por profissionais especializados, que transmitiram informações valiosas”, comentou.

A 1ª Semana do Meio Ambiente foi elaborada pelos professores Adriana Paula Borges Quintana, coordenadora do 6º ao 9º ano e Ensino Médio da escola, Nádia Lopes Bezerra, de Biologia e Práticas do Campo, Luiz Kleber Padilha, professor responsável pelo Laboratório de Informática e Rosiane de Moraes, professora responsável pelo Laboratório de Ciências.

EscolaAgricola (3)As palestras abordaram temas como plantas alimentícias não convencionais, produção de inseticidas e repelentes de origem orgânica, sistemas agroflorestais e educação ambiental.

“Fomos buscar parceiros para aprimorar alguns projetos que já realizamos na unidade e aprofundar para os alunos dos anos finais, conteúdos passados pelos professores”, destacou a coordenadora.

Na lista de atividades lúdicas, as gincanas e trilhas ganharam destaque. Entre estas ações, foi estabelecida uma competição entre as salas dos anos iniciais para verificar qual turma organiza melhor o espaço onde estuda.

“Precisávamos mobilizar os alunos também quanto a questão da vivência. Mesmo passando mensagens diárias sobre o meio ambiente, às vezes nos pegamos descartando um lixo de forma errada, e o objetivo dessas atividades é levar os alunos a se questionarem sobre o que podem fazer, enquanto indivíduos, para melhorar nosso meio ambiente local”, explicou a coordenadora Adriana.

A ideia da gincana é promover uma ação permanente de responsabilidade entre os alunos, tanto que as premiações só ocorrerão no final do bimestre. Outra ação que mobilizou as turmas foi a exibição do vídeo “Águas que educam”, material que integra coletânea de três filmes produzidos pelo instituto Rubem Alves, feitos a partir da coleção de telas de artistas de Mato Grosso do Sul. Após a apresentação, houve um debate em sala sobre educação ambiental.

Outra atividade realizada ao ar livre foi a observação de pássaros que habitam a região e que aconteceu nesta quinta-feira pela manhã. Orientados pelas biólogas Simone Mamede e Maristela Benites, os alunos do 7º seguiram uma trilha dentro da escola para catalogar e descobrir espécies de aves desconhecidas por eles.EscolaAgricola (2)

De acordo com Simone, que também ministrou palestra para a turma, há pelo menos 200 espécies de aves na região e a ideia de levar as crianças a observá-las, mesmo as que já são acostumadas com o cenário, é a de reconhecer a função ecológica e a forma como cada uma contribui com a regeneração de determinada área.

“Foi um momento importante de troca de experiências e diálogo sobre biodiversidade, reconhecendo e reconectando esta ligação com a natureza, que não percebemos no dia a dia”, disse a bióloga.

Nesta sexta, a última atividade será a Trilha dos Sentidos, onde os alunos irão explorar os cinco sentidos para perceber o meio que os cercam. Em uma atividade, por exemplo, eles irão percorrer o caminho descalços para sentir aos diversos tipos de solo. Já através do paladar, as crianças sentirão a diferença entre a água potável e a imprópria para o consumo. Para isso explicar o conteúdo, os professores irão adicionar sal no líquido.

Para o aluno do 3º ano Carlos Alberto de Jesus Pereira Neto, a primeira edição da Semana do Meio Ambiente foi uma experiência construtiva. “Estou me formando este ano e não tinha a visão de que é possível conciliar produção e meio ambiente. As palestras abriram nossa visão de que é possível ter um produto de qualidade, protegendo o meio ambiente. Isso agregou no meu currículo”, pontuou.

A aluna Isadora Mendes de Souza, do 5º ano, gostou de participar da gincana e acredita que a atividade ajuda a reforçar a ideia de que a preservação do meio é um comportamento diário. “Sei que vou lembrar de tudo o que aprendi aqui e passar para minha família”, afirmou.

“A culminância destas ações não acontece. Elas têm um início, mas não terminam, são contínuas. À medida que eles vão se apropriando deste conhecimento, a gente vai introduzindo novas áreas e abordagens para melhorar a percepção do ambiente com o outro”, concluiu a coordenadora Adriana Quintana.