A Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos de Campo Grande(SDHU) realizou na manhã desse sábado(10) a primeira edição do Podoação, um projeto desenvolvido pela instituição que leva podólogos a comunidades terapêuticas para atender pessoas assistidas e que estão em tratamento contra dependência química ou substâncias psicoativas.

“A podologia é a disciplina que se dedica aos cuidados com os pés, sua anatomia e patologia. Os pés estão sujeitos a desgastes que pode resultar em vários problemas de saúde, então resolvemos trazer esse atendimento aos nossos assistidos que antes de estarem aqui, já se encontravam em outros estados de vulnerabilidade”, aponta o subsecretário da SDHU, Amadeu Borges.

A ação integra o projeto Reviva Mais Campo Grande e é uma parceria com Consultório Fernanda Bittencourt, que disponibilizou sete profissionais para atender cerca de 30 assistidos por meio da Coordenadoria de Proteção a População de Rua e Políticas sobre Drogas (Coprad – SDHU).

Fernanda Bittencourt explica que muitas pessoas ainda confundem a podologia com um serviço de pedicure melhorado. “Nosso trabalho não é somente uma questão de higiene ou embelezamento. Nós realizamos prevenções e tratamentos patológicos tais como úlceras plantares, onicopritose (unha encravada), calosidades e perfurações que, em pessoas diabéticas por exemplo, podem levar até a amputação do membro”, aponta a podóloga.

Antes de serem atendidos pelos podólogos, os pacientes passaram por uma triagem para preencher uma ficha e apontar se são diabéticos, hipertensos ou se tem hepatites ou tromboses, diagnósticos já identificados anteriormente realizados por exames médicos.

Em um dos pacientes (os nomes dos atendidos são preservados devido a situação do tratamento) foi detectado durante o atendimento uma anomalia com compensação de simetria na altura entre pernas.

Nesse caso, além de ser feito o tratamento de profilaxia, é realizado orientações de cuidados e até mesmo sugerido o encaminhamento para um ortopedista. “Nós orientamos que o paciente use palmilhas para a compensação das pernas e sapatos especiais para que evite o atrito constante, que pode resultar em calosidades devido aos atritos constantes”, afirma Maria Carolina El-Daher, podológa há 14 anos.

Outro caso foi o atendimento preventivo em um paciente diabético, diagnosticado com trombose em umas das pernas. “Nós fizemos um tratamento rígido e orientamos cuidados especiais, pois por ele ter problemas vasculares e por ser diabético a cicatrização é lenta. Com isso, pode levar a abertura de úlceras nos pés e calcanhares e atenção deve ser redobrada para evitar problemas graves com amputação”. O paciente foi atendido pela podológa Faelly Fernandes, que veio especialmente de Corumbá para participar desse projeto.

O atendimento é continuado e em breve as profissionais retornarão à Comunidade Terapêutica para dar andamento na verificação dos pacientes atendidos nesta manhã. Segundo Fernando dos Santos, gerente de gestão de planejamento e projetos da SDHU, o Podoação pode ser estendido as outras coordenadorias da subsecretaria. “Já recebemos demandas para o mesmo atendimento das coordenadorias de Igualdade Racial, LGBT, pessoas com deficiência e idosos. Queremos ampliar essa ação e dar atendimento para quem precisa dessa atenção com a saúde”.

A ação contou com a parceira da Escola Padrão, que cedeu técnicos de enfermagem para auferir a pressão dos assistidos.