O retorno presencial escalonado das aulas da Rede Municipal de Ensino (Reme), no dia 26 de julho, foi preparado para garantir a biossegurança para toda a comunidade escolar e também a segurança emocional dos trabalhadores da educação e alunos. Como parte das ações desenvolvidas pela Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), foi finalizada na tarde desta sexta-feira (20), a acolhida dos diretores e profissionais da educação como parte do programa “Valorização da Vida”, desenvolvido pela Superintendência de Gestão e Normas (Sugenor). A atividade também faz parte das festividades do calendário de aniversário dos 122 anos de Campo Grande.
Uma das principais ações desenvolvidas pelo “Valorização da Vida” é o atendimento psicossocial aos alunos e trabalhadores da REME. “O início, por meio de um projeto em 2018, foi uma demonstração de coragem. Pois o atendimento era para alunos com ideação suicida e automutilação. A gente sempre soube que o problema existia. E foi uma grande vitória que esta ação tenha se tornado lei. É um cuidado que temos com toda a comunidade escolar, é fruto de um trabalho iniciado nesta gestão”, afirmou a secretária Municipal de Educação, Elza Fernandes.
O “Valorização da Vida” foi instituído lei municipal, após ser aprovado por unanimidade pela Câmara Municipal, sancionado pelo prefeito Marquinhos Trad e publicado no Diogrande no dia 21 de janeiro de 2021. A transformação do programa em lei garante o funcionamento permanente na Reme.
“Sabemos que nosso país tem altos índices de depressão e o trabalho desenvolvido é de extrema importância. Os trabalhadores da educação tem uma missão, que é educar e cuidar. E este projeto só demonstra que todo o processo é de vitórias. Existe conquista, perseverança e cuidado com o próximo”, afirmou o prefeito Marquinhos Trad.
O evento que encerrou a acolhida para o retorno presencial das aulas da Reme foi realizado esta tarde na Escola Municipal Elpídio Reis, localizada no Bairro Mata do Jacinto. A unidade fica próxima ao Parque do Sóter, onde os participantes soltaram balões brancos em homenagem aos próprios familiares e aos colegas de trabalho que morreram vítimas da covid-19.
“Tivemos perdas irreparáveis, de colegas de trabalho, familiares. E muitos professores e demais servidores, estavam com medo do retorno. Foi de extrema importância a preparação emocional que tivemos, para que pudéssemos estar bem, fortes, e assim poder ajudar aqueles que precisavam ter forças para o retorno presencial. E deu tudo certo. Sou grata pelo “Valorização da Vida”, por este cuidado que é oferecido para nós e para a comunidade escolar”, disse a diretora Lucilene Vedana, da Escola Municipal Vanderlei Rosa de Oliveira, que fica no Parque dos Novos Estados.
Durante todo o período de suspensão das aulas presenciais da Reme as escolas continuaram abertas fazendo a distribuição dos materiais escolares, cadernos de atividades, kits merenda, e oferecendo demais atendimentos, inclusive com ações e formações do “Valorização da Vida”.

Atuando com os alunos desde agosto de 2018, e com os profissionais da educação das 104 Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) e das 98 escolas municipais de ensino fundamental, a partir de 2020, o programa já realizou mais de 20 mil atendimentos. Implantado, organizado e coordenado pela Semed, sob a responsabilidade da Sugenor, o objetivo do programa é garantir o bem-estar social, fortalecer a autoestima e o desenvolvimento psicossocial, além de contribuir para resolução de conflitos cotidianos vivenciados pelas crianças e adolescentes das unidades da Reme.

“Nós somos a única capital do país com um programa de atendimento como este, que é o “Valorização da Vida”. Acolhemos, cuidamos e encaminhamos para a rede de saúde, caso haja necessidade. É uma política pública que só existe aqui. Temos o cuidado de orientar e treinar nossos profissionais, para que fiquem atentos aos sinais da depressão. E este trabalho é essencial para as escolas, para nossos alunos e trabalhadores da educação”, afirmou a superintendente da Sugenor, Alelis Izabel Gomes.

Para o retorno presencial escalonado o programa realizou formações – entre 14 de março e 11 de junho – com pequenos grupos de diretores, respeitando os protocolos de biossegurança. Entre os temas apresentados estavam o autocuidado, autoconhecimento, empatia, resiliência e demais habilidades socioemocionais, que foram trabalhados no formato de vivências e
dinâmicas, proporcionando reflexão sobre a necessidade de um olhar mais humanizado com servidores, alunos e familiares. “Contribuiu muito, para que nós pudéssemos voltar com mais segurança emocional e para que tivéssemos este cuidado com os demais. É um trabalho que nos fortaleceu e nos ajuda sempre”, afirmou a diretora da Emei Aero Rancho (Caic), Elizângela Melo.