Alunos da Escola Municipal Nerone Maiolino, localizada no Bairro Jardim Vida Nova, participaram ontem (16) com professores da unidade, técnicos da Divisão de Educação e Diversidade (DED) e comunidade escolar, de um projeto com a temática de valorização da cultura indígena de Mato Grosso do Sul, onde visitaram a aldeia ‘Água Bonita’.

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O objetivo do projeto é realizar visita técnica de observação na arquitetura e costumes. A intenção também é reviver e conhecer as diferenças sociais e culturais dos Povos Indígenas que compõem o patrimônio Cultural Imaterial Indígena do nosso estado.

O projeto visa também explorar, conhecer e analisar de forma crítica, práticas e produções culturais das etnias indígenas do Estado para reconhecer a diversidade cultural, histórica e social em diferentes contextos.

As ações do projeto pretendem descrever por meio de múltiplas linguagens (corporal, oral, escrita, audiovisual), diversos elementos de etnias distintas valorizando a importância do patrimônio histórico cultural na preservação das diferentes culturas.

Os alunos foram acompanhados pelos professores da unidade escolar: Ana Maria (artes), Anysio (história), Natália (Matemática), Elisangela (Orientadora), Jucimar (Supervisor), Karinne (História) e técnicos da Semed, da Divisão de Educação e Diversidade, Aline Ferreira, professora Marinês Sorato e Itamar Jorge Pereira.

A diretora, professores e técnicos organizaram uma caminhada com os alunos pelo bairro para visitar a aldeia que fica próxima da unidade escolar. Mais de 40 alunos andaram pelas ruas da aldeia e conversaram com a população para conhecer como é o dia a dia dos moradores indígenas urbanos.

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A diretora da escola, Marcele Vilalba, acredita que a visita dos alunos contribui para maior interação sobre o que os estudantes aprenderam em sala de aula. “O projeto contribui para o aluno, que às vezes em sala de aula não compreende o conteúdo, e quando vai a campo, faz com que veja a realidade da aldeia, onde muitos deles moram na região mas não conhecem a realidade daquelas pessoas”.

A aluna do 8° ano Mirela Silva Nunes ficou surpreendida com a visita na aldeia indígena. “Achei importante a visita, eu gostei de ver os desenhos nas casas das etnias e as plantas que vimos em sala de aula.”

Já para o aluno Henrique Aparecido Vicente da Silva, também cursando o 8º ano, a visita foi um aprendizado da valorização e respeito da cultura indígena. “Aprendi que a cultura deles não pode ser esquecida, eles fazem parte da nossa cultura e da nossa cidade. Achei interessante, um índio ensinou uma dança pra gente e as pessoas não dão muito valor, temos que começar a olhar por esse lado.”

O professor de história Anysio Henriques Neto, um dos responsáveis pela criação do projeto, juntamente com a professora Ana Maria, comentou sobre a importância de desenvolver esse projeto com os alunos da escola.

“A ideia é resgatar o patrimônio cultural, material e imaterial indígena e correlacionar isso com a cultura brasileira, para que os alunos reconheçam a cultura indígena como pertencente a cultura do país. É uma estratégia metodológica para melhorar o processo de ensino e aprendizagem, refletindo sobre a realidade dos alunos que vivem em um país com diversidade.”

O técnico pedagógico da Semed, Itamar Jorge Pereira, tem descendência indígena, sendo um dos responsáveis pelo atendimento no segmento indígena da Reme, explicou a relevância do projeto para os alunos da escola.

“A importância é divulgar o resgate da cultura indígena para os alunos terem conhecimento como é uma aldeia na cidade. Percebi que observaram e viram diferença no que é apresentado no livro didático para a realidade. Os livros somente mostram o índio na aldeia pescando e caçando. Viram o índio no contexto urbano. Essa é a importância do projeto, mostrar visões diferentes.”