O dia a dia de uma Pessoa com Deficiência no mercado de trabalho exige não só do empregado, mas também do empregador. Sabendo disso, a Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Fundação Social do Trabalho, em parceria com o Ministério do Trabalho e Previdência, realizaram a ação de inclusão Social e Profissional da Pessoa com Deficiência, o “Dia D”, na intenção de promover esse encontro entre empregador e futuro empregado.

A sétima edição da ação foi marcada por oportunidades e esperança para diversas pessoas que passaram pela sede da Funsat. Ao todo foram 23 empresas que disponibilizaram 88 oportunidades, e mais de 90 cartas de encaminhamento foram emitidas.

O diretor adjunto da Funsat, João Marcelo Pereira, falou sobre a importância das empresas em ter em seu quadro de colaboradores pessoas com deficiência. “Existe uma Lei n° 8.213 que especifica a quantidade de PcD que a empresa deve ter de acordo com o número de colaboradores, mas não é só isso, é oportunizar o crescimento profissional dessas pessoas. A Funsat está à disposição desses profissionais disponibilizando diariamente inúmeras oportunidades de emprego, assim como ofertando cursos gratuitos, conforme portaria n° 17, de novembro deste ano, a Funsat reserva 10% das vagas de cursos para PcD”, disse João Marcelo.

O cadeirante Nelson Correia Tosta, de 61 anos, veio à Funsat a procura de uma nova oportunidade na área de auxiliar de escritório. Atualmente, ele trabalha em uma empresa como monitor de alunos. “Achei o evento de suma importância, já que nós temos muitas dificuldades para ingressar no mercado de trabalho, vim na ação para tentar melhorar minha colocação, fui muito bem atendido. Penso que essas ações fazem com que nós PcDs tenhamos uma melhora até mesmo na autoestima. Peguei duas cartas de encaminhamento e vou fazer as entrevista, estou confiante que dará tudo certo”, comentou Nelson.

Do outro lado, o representante de RH da Santa Casa de Campo Grande, Mateus Stumpf, de 26 anos, falou sobre a importância em ter pessoa com deficiência inserida na equipe de trabalho. “Estamos muito felizes em participar do evento. Nós trabalhamos essa parte da inclusão social e profissional PcD, e hoje temos algumas vagas em aberto e espero sair daqui com todas preenchidas, fazer a parte social é um benefício não só para quem está sendo contratado, mas para nós como colaboradores da empresa”.

O coordenador Joel Lídio Faustino, da Coordenadoria da Pessoa com Deficiência (CAPED), esteve no evento e destacou a importância da ação e lembrou que, não é só fazer a inclusão por estar na Lei, mas também dar a oportunidade de crescimento na empresa. “Que a pessoa com deficiência tenha oportunidade de crescer dentro da empresa, não só uma peça para cumprir cota”, apontou Joel.

Outra candidata que saiu satisfeita e esperançosa foi Marines da Rocha, de 42 anos. Ela estava desemprega há quase dois anos e viu na ação uma oportunidade para voltar ao mercado de trabalho. “Esse é um dia importante para nós PcDs. Estou a um tempo sem trabalhar, mas tenho fé que essa realidade vai mudar, estou saindo com uma carta de encaminhamento e posso dizer que estou muito feliz com essa oportunidade que a ação nos trouxe”.

Marilena Carvalho, membro titular do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e atendente do guichê preferencial da Funsat, disse que a ação foi uma forma de aproximar o empregador do futuro empregado, para que ele veja a pessoa e não a deficiência. “A ação é de uma enorme importância, porque esse contato entre o empregador com o candidato, faz com que o próprio empregador conheça não só os limites, mas principalmente o potencial que cada pessoa tem”, finalizou Marilena.

Lei n° 8.213

Conforme a Lei n° 8.213, a quantidade de PCDs mínima exigida pode variar de acordo com o total de colaboradores na empresa. Em um time de até 200 profissionais, deve haver pelo menos 2% de pessoas com deficiência. Com 201 a 500 empregados, 3% devem ser PCDs. Na faixa de 501 a 1000, 4%. Com mais de 1.001 pessoas compondo a equipe, a organização deve contar com no mínimo 5% de pessoas portadoras de necessidades especiais.

Pessoa com Deficiência, atendimento Funsat

Neste ano percebemos uma maior oferta de vagas pelas empresas para o público das pessoas com deficiência, muitas das vezes, esta oferta é motivada pelo cumprimento da cota de vagas destinadas à inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Em relação à demanda de procura deste público por vagas de emprego e que buscaram nosso atendimento, podemos observar pelos nossos indicadores que no período de janeiro a 15 de novembro de 2021 foram realizados 295 atendimentos a pessoas com deficiência em busca de emprego. Sendo que no ano passado, no mesmo período, realizamos 356 atendimentos, ou seja, houve uma queda de 17,14% nos interessados, consequentemente isso impacta nos saldos de contratação e preenchimento destas vagas.

Muitas vezes essa dificuldade não é motivada pelo fato da falta de qualificação ou experiência, mas sim pela insegurança da perda do direito ao recebimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e outros tantos motivos pessoais. Porém, devemos informá-las que foi “instituído pela Lei 14.176, sancionada em junho e que trouxe modificações no Benefício de Prestação Continuada (BPC), o Auxílio Inclusão que será concedido aos beneficiários com deficiência que ingressarem no mercado de trabalho, em emprego formal. O valor do auxílio corresponde à metade do BPC, ou seja, R$ 550,00. Para receber o auxílio é preciso ter sido contemplado com alguma quantia do BPC nos últimos cinco anos, estar inscrito no Cadastro Únido (CadÚnico) e receber remuneração mensal de até dois salários mínimos (R$ 2.200) no novo emprego. Acreditamos que com o direito a este auxílio muitos destes trabalhadores, sintam-se seguros em ingressar no mercado de trabalho, sem que haja diminuição em sua renda familiar.” (site gov.br e istoedinheiro.com.br).