Falar sobre a importância de respeitar as regras de trânsito e conscientizar os futuros motoristas das consequências de cometer infrações exige seriedade, porém, quando o tema é abordado com um pitada de humor, o aprendizado pode ser mais eficaz.

VOM_9104E foi apostando nessa fórmula, que cinco escolas da Rede Municipal de Ensino (Reme) criaram suas peças de teatro para participar da etapa Morena da décima edição do Fetran-MS (Festival Estudantil Temático de Trânsito), que aconteceu esta semana no auditório do Sest/Senat e contou com a presença da secretária municipal de Educação, Elza Fernandes e da secretária-adjunta, Soraia Campos.

As escolas que disputaram classificação para a etapa final nas categorias infanto-juvenil e infantil foram “Nagen Jorge Saad”, com as peças “A revolta das Emílias”, “Trânsito Contente” e “Brilha, brilha estrelinha”, “Irene Szukala”, que conquistou o terceiro o lugar na etapa com a peça “Epifania”, “Dr. Eduardo Olímpio Machado”, que apresentou a peça “Os aventureiros”, “Arlene Marques de Almeida”, com a peça “A desinformação para o trânsito”  e “Lenita de Sena Nachif”, que levou o espetáculo “Na rua não se brinca e com a pipa não se arrisca”.

Descontração

VOM_9102Mesmo abordando temas sérios, os professores autores das histórias não deixaram de lado o bom humor para dar leveza ao espetáculo, mesmo quando ele levou para o palco, um relato verídico de um aluno que foi salvo em um acidente por usar um bebê conforto específico para o transporte em veículos.

Foi o caso da professora Renata Soares Angelosi,  da escola “Nagen” , autora da peça “Brilha, brilha estrelinha”, que além de valorizar a cultura japonês, de obediência ás regras de trânsito, deu destaque ao depoimento do aluno Mattias Espíndola Coelho, 11 anos, que relatou o capotamento sofrido por ele e sua família quando ele tinha dez meses. “Se eu não estivesse na cadeirinha, não estaria aqui hoje, por isso acho importante participar da peça porque pude falar do que aconteceu comigo de verdade”, frisou.

VOM_9046O depoimento foi inserido em meio a uma história que contava a chegada ao Brasil da pequena Yumi, que morava no Japão. Os diálogos divertidos, a interpretação carismática da aluna Kariny Kaori Shikasho, 8 anos e o elenco descontraído, arrancaram risos do público que se divertiu com as situações inusitadas vividas pela personagem na tentativa de se adaptar ao novo país.

A professora Renata disse ter ficado satisfeita com o resultado.  “As crianças percebam que outras culturas têm essa educação para o trânsito que temos aqui também, mas para nós falta as pessoas executarem mais”, disse.

Para Kariny, que sonha em ser agente de trânsito, alertar sobre as questões relacionadas ao trânsito é importante inclusive, para os adultos. “Antes meu pai não usava cinto e eu falava sempre para ele usar. Agora ele não esquece mais”, afirmou.

VOM_9012Também com criatividade, as professoras Liliane Oliveira dos Santos e Viviane Franco Melgarejo escreveram a peça “Na rua não se brinca e com a pipa não se arrisca”, para os alunos da escola “Lenita de Sena Nachif”, que pela primeira vez participaram do festival.

A peça mostrava a visão de três pipas que, do céu, avistavam os motoristas cometendo falhas no trânsito e ainda tinham que enfrentar uma pipa com cerol. “Tivemos essa ideia porque nos bairros das grandes cidades ainda tem essa cultura de brincar na rua e soltar pipa, por isso acreditamos que é mais fácil passar a mensagem quando mostramos a realidade”, pontuou Liliane, que fez a plateia rir em diversos momentos com o diálogo das pipas.

O festival

Idealizado pela Polícia Rodoviária Federal, o Fetran ocorre desde 2010 e tem a proposta de promover educação para o trânsito por meio das artes cênicas. A ideia é formar cidadãos capazes de refletir sobre o contexto em que vivem e de atuarem como agentes transformadores para construção de um trânsito mais seguro.

Entre todos os inscritos, 19 peças serão selecionadas para a final que ocorrerá entre os dias 20 a 25 de outubro, em Campo Grande.