Mais de mil mudas serão plantadas na comunidade terapêutica CERTA (Centro de Reabilitação e Tratamento para Dependentes Químicos de Campo Grande) onde a Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (Sidagro) inicia a implantação de agroflorestas. A ação, que iniciou nesta quarta-feira (27), faz parte do Projeto Agro Cidade e é um dos itens do Plano Municipal de Agricultura Urbana.

No mesmo terreno deverão conviver plantas lenhosas perenes (árvores, arbustos, palmeiras) das mais variadas espécies, em conjunto com horta, pomar e as chamadas PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais, plantas com potencial alimentício e desenvolvimento espontâneo, e esse conjunto de todas elas é o que denomina agroflorestas que também é um sistema sustentável que faz a recuperação vegetal e do solo.

A agrofloresta na comunidade terapêutica será o primeiro desenvolvido em Campo Grande e para realizar o trabalho, a Superintendência do Agronegócio da Sidagro juntou técnicos para articular a implantação da unidade. “O papel da Prefeitura é articular, fomentar e viabilizar novas possibilidades sustentáveis para o agro e para esse projeto disponibilizamos alguns insumos, maquinários, técnicos da secretaria e um consultor externo para esse início de preparo do solo, além de cursos básicos sobre manejo de hortas”, explica o agrônomo João Duarte, da Sidagro.

Implantação da agrofloresta

“Há tempos estamos tentando implantar uma agrofloresta no Certa”, afirma Maria do Rosário Almeida, presidente da entidade. “Se não mudarmos a forma de produzir alimentos estaremos comprometendo a natureza e a nossa constituição física”, diz ela lembrando que no Certa convivem 46 internos que procuram se reconstruir como pessoas, participando de um completo plano terapêutico. “Queremos oferecer aos internos esse conhecimento sobre agrofloresta, incorporando os conceitos no tratamento enquanto eles estiverem no Certa”, completou Maria do Rosário.

Belloto Couto, consultor que trabalha em parceria com a Sidagro, deverá fornecer as mudas de Plantas Alimentícias Não Convencionais e conduzir a parte educativa sobre como implantar essa agrofloresta. “Não devemos derrubar as nossas florestas. Devemos integrar frutos do cerrado, plantas fitoterápicas, PANCs e hortifruti, proporcionando um ambiente propício para a propagação da fauna, flora e melhorando a qualidade de vida”.

O Projeto Agro Cidade, também é responsável pelo fomento das hortas urbanas na capital e já atendeu em setembro e outubro de deste ano mais de 100 produtores com auxílio técnico, mudas e adubos.