Lugares inusitados, dados e histórias desconhecidas sobre Campo Grande surpreenderam alunos da escola municipal Arlindo Lima, que foi escolhida para ser o primeiro palco do projeto “Campo Grande na Tela”, que destaca produções cinematográficas realizadas na Capital. Após a sessão foi realizado debate com os atores, professores da escola e alunos.

As películas mostram, além das paisagens, os personagens que marcaram a história de Campo Grande. O objetivo do projeto é divulgar os filmes aos adolescentes, público que nem sempre consegue ter contato rotineiro com esse tipo de material cinematográfico.

No total são 20 curta-metragens que estarão em diversas escolas da Capital, levando o cinema às sete regiões da cidade. As produções revelam cenas, em sua maioria, distantes da realidade dos estudantes, o que torna as exibições, um momento de aprendizado e mostram desde os povos indígenas que residem na Capital, os acontecimentos inusitados de uma caçada, passando por obras de ficção, animação e documentários.

projeto_curta_2Temas

Entre os temas que mais despertaram a atenção dos alunos da escola Arlindo Lima estão os que focam nas comunidades indígenas de várias etnias, que vieram para a Capital em busca de melhores condições de vida e educação para os filhos. É o que retrata, por exemplo, o curta “O olhar indígena sobre Campo Grande”, do diretor Sidney de Albuquerque, que narra as dificuldades, o acolhimento recebido pelos índios e a esperança de um futuro melhor.

Atenta, a aluna Isadora Ferreira, de 13 anos, do 9º ano, estava sensibilizada pelas histórias. “Achei bem legal, porque mostra um pouco de Campo Grande. O que mais me chamou atenção foi o documentário sobre os índios. Eu não sabia que existiam tantos índios aqui na cidade”, disse.

O aluno Cauã Torraca da Silva, de 14 anos, também do 9º ano, comentou que reconheceu alguns lugares da Capital no filme “Ela veio me ver”, que narra o romance de dois jovens estudantes que se conhecem na Praça do Rádio Clube e andam pelo centro da cidade conversando sobre o cotidiano que vivem. O curta mostra pontos de ruas importantes do centro e lugares como o Horto Florestal. “Eu gostei dos filmes e vi alguns lugares de Campo Grande que não conhecia”, pontuou.

projeto_curta_3Para Cauã, o documentário indígena também foi importante e revelou uma curiosidade. “O filme que mais gostei foi sobre os indígenas, como eles estão vivendo na cidade. Não tinha ideia como era. Percebi agora como eles vivem e as etnias que pertencem”, afirmou.

Rosana Vasconcelos, diretora-adjunta da escola destacou a importância de levar este tipo de projeto para os alunos. “A escola é um local onde nós temos que trabalhar com os alunos o conceito de cidadania, de participação cidadã e, com certeza, a arte e a cultura contribuem muito para a transformação da sociedade. Esse evento é importante para os alunos refletirem mais”, disse.

Quanto ao enriquecimento da aprendizagem com os filmes, a diretora Rosana acredita que o projeto irá ajudar, também, os professores no momento de prepararem suas aulas. “A discussão é o momento de trocar ideias com os professores sendo a oportunidade para discutirem diversos temas em sala de aula”, acredita.

Nesta terça-feira (27), a escola irá receber mais sete filmes: “Clave latina”, “Tia Eva”, “Lamento”, “Preto e branco”, Memórias de luz”, “Enterro” e “A TV está ligada”.

Escolas

Outras escolas da Reme (Rede Municipal de Ensino) serão contempladas com o projeto: “Professor Nagib Raslan”, no Jardim Petrópolis, “Consuleza Margarida Maksoud Trad”, no bairro Estrela Dalva, na região Prosa; “Professor Múcio Teixeira Júnior”, na Vila Carlota, que fica na região Bandeira; “Irene Szukala’, localizada no Jardim das Hortências, na região Anhanduizinho e “Dr. Tertuliano Meirelles”, no bairro Caiçara, na região Lagoa. Após as sessões acontecem os debates.

O projeto “Campo Grande na Tela” é resultado de projeto cultural da Marruá Arte e Cultura, produtora fundada em 1992, em Campo Grande que atua em diversas vertentes artísticas como música, literatura, fotografia e audiovisual. O projeto conta com recursos do FMIC (Fundo Municipal de Investimentos Culturais).