Evento do Dia D contra o Aedes realizado na escola enador Rachid Saldanha Derzi. (Foto: Sesau).
Evento do Dia D contra o Aedes realizado na escola enador Rachid Saldanha Derzi. (Foto: Sesau).

Em Campo Grande, o trabalho de promoção e prevenção à saúde, juntamente com as campanhas educativas, aliadas a utilização de novas tecnologias, têm se mostrado eficiente no combate ao mosquito Aedes Aegypti – transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya. Os resultados destas ações e as estratégias de combate ao vetor para o próximo ano, bem como o balanço do projeto “Cidade Limpa”, foram anunciados na manhã desta sexta-feira (8) durante evento em alusão ao ‘Dia D’ da Campanha Nacional de Combate ao Mosquito Aedes Aegypti, realizado na Escola Municipal Senador Rachid Saldanha Derzi.

O secretário municipal de Saúde, Marcelo Luiz Brandão Vilela, destacou que através de tais ações foi possível reduzir consideravelmente os casos notificados destas doenças.

“Nós vivemos em um País de clima tropical e, consequentemente, existe e sempre irá existir uma proliferação constante do mosquito. Cabe a nós termos atitudes para evitar que isso ocorra de maneira excessiva, evitando assim o acometimento de doenças. E isso é feito através de ações preventivas por parte do Poder Público e também pela população, considerando que 80% dos focos do mosquito são encontrados dentro das casas. Portanto, é preciso que cada um faça a sua parte e que todos estejam unidos nesta luta, que envolve todos os setores da sociedade”, destacou Vilela.

Agentes comunitários de saúde fizeram uma vistoria nos imóveis do bairros. (Foto: Sesau).
Agentes comunitários de saúde fizeram uma vistoria nos imóveis do bairros. (Foto: Sesau).

Conforme Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), até o dia 6 de dezembro 2017 foram notificados 2.278 casos dengue em Campo Grande, o que representa uma redução de mais de 90% em relação ao mesmo período de 2016 (28.469).

No caso da febre chikungunya, até dezembro deste ano foram registrados 102 casos prováveis da doença, contra 265 casos no mesmo período do ano passado. Em relação a Zika foram 144 casos notificados este ano e 4.594 em 2016.

Presente no evento, a secretária municipal de Educação, Elza Fernandes Ortelhado, destacou a importância dos trabalhos desenvolvidos nas escolas da Rede Municipal de Ensino (Reme) na luta contra o Aedes, considerando que, de fato, tais ações contribuem na disseminação de conhecimento e orientação não só dos alunos, mas também dos pais, familiares e dos próprios educadores.

Logo após a solenidade, representantes das secretarias Municipal e Estadual e Ministério da Saúde percorreram algumas ruas do bairro Jardim Noroeste, entregando panfletos informativos e orientando os moradores sobre os cuidados para evitar o mosquito.

Tecnologia no combate ao Aedes

Drone utilizado nas ações de combate ao mosquito. (Foto: Sesau).
Drone utilizado nas ações de combate ao mosquito. (Foto: Sesau).

Recentemente, o Município passou a utilizar um Drone nas ações de combate ao Aedes, com o objetivo de sobrevoar inicialmente os prédios públicos a fim de identificar focos do mosquito e auxiliar no trabalho de bloqueio.

O equipamento se mostrou eficaz no mapeamento e identificação de possíveis focos, em locais de difícil acesso como coberturas de prédios, casas fechadas e terrenos abandonados.

A partir do ano que vem, a intenção é agregar o aparelho também às ações de bloqueio, fazendo a utilização também na pulverização de larvicida em locais inacessíveis aos agentes.

Cidade Limpa

Materiais depositados no Ponto de Coleta. (Foto: Sesau).
Materiais depositados no Ponto de Coleta. (Foto: Sesau).

O ‘Dia D’ de combate ao Aedes culminou no encerramento da fase piloto do projeto “Cidade Limpa”, instituído com o objetivo de recolher resíduos de grande volume, no bairro Jardim Noroeste.  O ponto de coleta foi implantando no cruzamento das ruas Indianápolis e Nazaré, para receber os materiais levados pela população como sofás, geladeiras, televisores, carcaças de computadores, fogões, carrinhos de mão, pias de cozinha, banheiras de plástico, móveis, armários de aço e máquinas/tanquinhos de lavar roupas.

Durante toda a semana foram coletados vários materiais em locais próximos do ponto de coleta com o objetivo de conscientizar a população.

Agentes Comunitários de Saúde e de Endemias visitaram casas e comércios da região para orientar e pedir a colaboração da população no combate ao mosquito Aedes aegypti.

Pá carregadeira fazendo o recolhimento do material. (Foto: Sesau).
Pá carregadeira fazendo o recolhimento do material. (Foto: Sesau).

Foram recolhidos mais de quatro caminhões de resíduos de grande volume e cinco toneladas de pneus que, inicialmente, não seriam passíveis de descarte, mas que acabaram sendo coletados na região pelos agentes, com auxílio dos trabalhadores do Programa de Inclusão Profissional (Proinc).

O projeto  “Cidade Limpa” é resultado da parceria entre a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana), Sisep (Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos) e Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano).

Os materiais recolhidos são potenciais depósitos e criadouros do mosquito da dengue, além de facilitar a proliferação de animais indesejáveis como ratos, pombos, baratas que podem transmitir doenças, destruir alimentos ou sujar as residências.

Os objetos também podem expor crianças a riscos de acidentes e, na estação das chuvas, podem entupir bueiros, provocando inundações.

Conforme o último Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LiRaa), realizado em outubro, a região do Jardim Noroeste apresenta o maior incidência do mosquito, tendo um índice de 7% dos imóveis visitados com focos positivos.

DSC04879Fumacê

Diariamente, o fumacê, nome popular para a pulverização espacial UBV,  percorre os bairros de Campo Grande.

O procedimento  consiste na liberação via aérea de gases, que agem por contato, atingindo os mosquitos adultos em voo.

A ação do produto só é efetiva quando o inseticida está em suspensão no ar e só mata o mosquito. O inseticida não mata as larvas do Aedes aegypti, que estão em caixas d’água, potes, baldes, pneus, lajes.