O Viveiro Municipal Flora do Cerrado da Prefeitura de Campo Grande sediou na manhã desta quinta-feira (06.10), a fase prática do curso de Técnicas de coleta e conversação de sementes, produção de mudas e restauração ecológica nos Biomas Pantanal e Cerrado. A capacitação, destinada a profissionais, acadêmicos e produtores rurais, é realizada pela Embrapa (Produtos e Mercado Cerrado Pantanal) e UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

O curso apresenta atividades teóricas e práticas sobre a coleta e manejo de sementes de espécies nativas, orientações sobre produção de mudas e técnicas de restauração ecológica, além de apresentar as normas e procedimentos para produção e comercialização de sementes e mudas de árvores.

O viveiro produz cerca de 15 mil sementes por mês que resultam na produção de diversas espécies do cerrado que auxiliam na arborização urbana de Campo Grande e na distribuição de mudas de árvores à população de forma a incentivar práticas ambientais. São 5 mil metros quadrados de espaço com extensa produção de mudas de árvores de espécies nativas e frutíferas recomendadas para a arborização urbana.

Vinculado à Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), o local produz mudas que também são destinadas para plantio em Áreas de Preservação Ambiental (APP), praças, parques, escolas, entre outros, produzindo assim o quantitativo necessário e dentro dos critérios técnicos estabelecidos no Plano Diretor de Arborização Urbana.

Curso
Durante a atividade prática no viveiro municipal, o professor do curso de Agronomia e Engenharia Florestal da UFMS, Norton Hayd Rego destacou a valorização do viveiro para a comunidade universitária e profissionais que atuam com a produção de sementes e mudas. “É o melhor viveiro que conheci, muito bem organizado, há local de semeadura e como há falta de mudas no Estado vêm em benefício da comunidade. O espaço também pode ser utilizado nas didática por ter estrutura suficiente para o ensino”, destacou.

Antonio Andrade, viveirista que atua no viveiro Flora do Cerrado há mais de cinco anos, acredita que as pessoas deveriam conhecer os recursos ambientais que a Prefeitura oferece. “A ação do viveiro atrai as pessoas que nos procuram para conseguir espécies de mudas. As universidades também se interessam em realizar cursos, acredito que aqui seja um banco de dados de informações sobre mudas de espécies nativas”, explicou.

Para a bióloga da Divisão de Fiscalização de Áreas Verdes e Posturas Ambientais da Semadur, Gisseli Giraldeli, o curso abrange também pessoas do interior do Estado, transmitindo assim as experiências repassadas da Capital para cidades do interior. “O viveiro Flora do Cerrado é modelo em Campo Grande para todo o Estado, além de atender a população, fornece suporte para a formação acadêmica com aulas práticas na produção de mudas e sementes”, pontuou.

Liliane Lacerda, 35 anos, bióloga e coordenadora do Instituto das Águas de Bodoquena veio de Bonito à Capital para obter conhecimentos sobre a recuperação florestal dos Biomas Pantanal e Cerrado. “É essencial o viveiro para quem atua na área adquirir informações sobre o plantio de mudas e a produção de sementes nativas. Em Bonito temos somente dois viveiros, onde um deles foi criado para nossa instituição. Há dificuldade na maioria dos viveiros pela falta de quantidade adequada de sementes que interfere no plantio das mudas. Neste viveiro Flora do Cerrado há irrigação diferenciada que também contribui muito para que as mudas sejam de boa qualidade”, ressalta.

De acordo com Tatiana Spposito, 51 anos, engenheira agrônoma, a iniciativa da Prefeitura em distribuir as mudas de árvores para a população aproxima outros órgãos a buscar parcerias e ações ambientais. “É muito importante auxiliar as universidades e as escolas. A Prefeitura com o viveiro está realizando este papel de educação ambiental”, observou.
 

 
O curso Técnicas de coleta e conversação de sementes, produção de mudas e restauração ecológica nos Biomas Pantanal e Cerrado tem o apoio da Prefeitura de Campo Grande, Agraer, Águas Guaritoba, Projeto Biomas, UEMS e WWF. Participaram acadêmicos da UFMS, UEMS, técnicos e profissionais da Agraer, Imasul, Iagro, ICMBio, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Senar/MS e produtores rurais.