Na última segunda-feira, 30 de setembro, o Procon Campo Grande em parceria com o PRO D TEA, realizou o Seminário TEA: Entender para Atender. Após descobrir, por meio de pesquisa, o quase completo desconhecimento dos setores comerciais da Capital sobre o tema, o Procon realizou em julho deste ano uma ação de conscientização visando o cumprimento da Lei Municipal 5.917/17, que torna obrigatório o atendimento preferencial às pessoas com Transtorno Espectro Autista (TEA) nos estabelecimento públicos e privados do município de Campo Grande.

“É com imensa satisfação que o Procon Campo Grande realiza esse seminário, e posso dizer a todos que ele já cumpriu antecipadamente a sua missão, que é buscar o respeito ao ser humano, independentemente da prioridade, especialidade ou espectro que tenha. O ser humano em sua essência como criação divina deve ser respeitado”, pontua o Subsecretário Valdir Custódio.

É função do Procon Campo Grande tutelar o equilíbrio entre o consumidor e o fornecedor. A vontade do Procon é visitar e observar que o direito do consumidor está sendo respeitado. Com esse objetivo, o Órgão convidou comerciantes e sociedade civil para ministrar as palestras durante o Seminário TEA: Entender para Atender.

O evento, que a princípio seria um único seminário, superou as expectativas, fazendo o fechamento de uma campanha de conscientização que começou em julho, mas com o aumento da procura, o Procon juntamente com o PRO D TEA e em parceria com os representantes comerciais, darão continuidade ao seminário abrindo outras edições.

“Eu digo que já colhemos os seus frutos, e digo isso com grande felicidade, porque este era para ser o único seminário, e quando começamos a estudar e tomamos a postura de Órgão de Defesa e Proteção do Consumidor de optar inicialmente pela educação, por levar o conhecimento e a cultura, porque só assim se obtém respeito e não uma oposição financeira decorrente de multa. Nós idealizamos fazer este como um seminário final, e assim fechar com ‘chave de ouro’ a nossa campanha que se iniciou em julho. Portanto nós realizaremos outros seminários em parceria com os representantes comerciais da nossa Capital”.

Os palestrantes ficaram satisfeitos com o resultado do seminário. O deputado federal Fábio Trad, que fez parte desse grupo, disse que entende a angustia das mães de pessoas com TEA, mas alerta que as Leis estão sendo criadas, aperfeiçoadas e cumpridas. O deputado comenta ainda a importância do interesse de todos em buscar conhecimento sobre o tema. “Eu vejo a angustia das mães de TEA para que as coisas aconteçam mais rapidamente, mas se você olhar a floresta e não a árvore, você vai ver que melhorou, está avançando, pode avançar mais rápido, mas para isso precisamos fazer eventos como esse, conscientizar mais as pessoas, fazer a luta”, destacou o parlamentar.

O psicólogo André Varella abordou o tema ‘estratégias para atender com qualidade famílias ou pessoas com TEA e como auxiliar em situações de crise’. Já o psiquiatra José Carlos Rosa Pires de Souza falou das características sintomáticas do TEA. A psicopedagoga e mãe de autista Cristiane Alcantara emocionou a plateia com seus relatos de experiências mal e bem sucedidas.

“Não são só os funcionários do comércio que precisam entender para atender, mas todas as pessoas. Meu filho já foi constrangido por um senhor na fila de uma sorveteria, incomodado com a demora do meu filho de 9 anos com TEA, ele simplesmente perguntou em tom agressivo ‘É pra hoje?’”, relatou Cristiane.

Carolina Spínola, presidente do PRO D TEA, e mãe de gêmeos autistas, e  Naina Dibo, empresária, vice presidente do PRO D TEA, e também mãe de autista, fizeram o encerramento do seminário, apresentando situações que possibilitaram as pessoas presentes identificarem crianças ou adultos com TEA. “Acho que conseguimos chegar ao objetivo, como disse o doutor Valdir, antes de começar já cumprimos nossa missão”, comentou Naina.

“Eu gosto de falar enquanto mãe, pois eu vivencio todos os dias diversas situações que podemos passar como experiência, e assim, colaborar para um melhor atendimento das nossas crianças e adultos com TEA”, ponderou Carolina.

É importante lembrar que é obrigatório aos estabelecimentos públicos e privados inserirem nas placas de atendimento prioritário o símbolo mundial do TEA, que se refere ao constante no anexo único da presente Lei, o qual é representado por uma fita feita de peças de quebra-cabeças coloridas, que representa o mistério e a complexidade desta patologia. O descumprimento da lei pode acarretar ao fornecedor uma multa fixada em R$ 800,00 (oitocentos reais), com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em caso de reincidência.

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

A ação atende o compromisso da Prefeitura de Campo Grande com a Organização das Nações Unidas (ONU), de adesão aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que tem como um dos princípios, promover e fazer cumprir leis e políticas não discriminatórias para o desenvolvimento sustentável.