Os desafios da implantação do regime integral no Ensino Fundamental foram tema de audiência pública na Assembleia Legislativa nesta sexta-feira (7). A secretária de Educação Ilza Mateus de Souza e a superintendente de Políticas Educacionais da Reme, Carla Britto, participaram do debate e pontuaram a importância desse tipo de regime.

O objetivo do debate foi formar uma comissão que irá elaborar um documento reunindo as propostas apresentadas na audiência e que deverá ser encaminhado às autoridades do setor na tentativa de buscar apoio no processo de implantação do tempo integral nas escolas que oferecem o ensino fundamental.

A secretária destacou a importância desse tipo de regime e enfatizou que ele deve garantir o desenvolvimento dos alunos em todas as suas dimensões, tanto intelectual quanto emocional, física e social. “É um projeto que deve ser compartilhado entre a comunidade escolar, profissionais da Educação e escolas, pois ele deve ser avaliado em todos os aspectos”, disse.

Ilza explicou que em 2009 a prefeitura implantou duas escolas de tempo integral: Professora Maria Vicente, no bairro Rita Vieira e Professora Ana Lúcia de Oliveira Batista, no bairro Paulo Coelho Machado. Cada unidade conta com 600 alunos divididos em 21 turmas que abrangem desde a Educação Infantil até o 5º ano do ensino fundamental. As aulas acontecem das 7h30 às 16 horas.

Já zona rural são três unidades: Escola Agrícola Arnaldo Estevão de Figueiredo (Ensino Fundamental e Ensino Médio), Barão do Rio Branco (1º ao 9º) e Leovegildo de Melo (1º ao 5º). Juntas, as unidades atendem 1 mil alunos.

Ilza Mateus ainda lembrou dos 99 Ceinfs (Centros de Educação Infantil) da Reme. “É importante dizer que estas unidades também oferecem ensino e hoje atendem mais de 16 mil alunos”, enfatizou.

Apesar da boa estrutura física das escolas de tempo integral, que contam com quadras poliesportivas, laboratórios, biblioteca e salas multisseriadas, a secretária Ilza Mateus disse que as equipes da Semed estão trabalhando na reformulação do projeto pedagógico dessas unidades.

“A proposta foi se perdendo um pouco ao longo dos anos e não está sendo operacionalizada da forma como foi implantada, por isso os técnicos estão estudando mudanças que serão implantadas nos próximos três anos de gestão”, completou Ilza Mateus.

A superintendente Carla Britto explicou que há um acompanhamento técnico-pedagógico em todas as unidades da Reme e que o novo projeto em estudo visa buscar a autonomia do aluno, frente ao processo de aprendizagem.

Além das alterações no projeto pedagógico, a implantação do tempo integral em outras escolas que tenham salas ociosas também faz parte dos projetos futuros da Semed, segundo Ilza Mateus.

De acordo com a secretária, a ampliação do número de escolas em período integral é um dos principais pedidos da comunidade escolar, por isso as equipes da Semed estão trabalhando nesse projeto desde janeiro. “Acreditamos que em 2018 já poderemos oferecer mais vagas dentro do regime de educação integral, aproveitando as escolas que já contam com uma boa estrutura, mas vamos implantar com muito cuidado, de forma gradativa para que aconteça a adequação necessária”, finalizou.

Proposta pelo deputado estadual Felipe Orro, autor da emenda à Constituição Estadual que prega a transformação progressiva das escolas de ensino fundamental do Estado em tempo integral, a audiência contou ainda com representantes de entidades e instituições ligadas à Educação. Também participaram da audiência, o senador Pedro Chaves e o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto Botareli.