Sucesso de público em 2018, o projeto “Brinquedos e Brincadeiras Tradicionais”, organizado pela Secretaria Municipal de Ensino (Semed) por meio da Divisão de Educação e Diversidade, abriu, nesta terça-feira (1º), no shopping Bosque dos Ipês, a segunda edição da exposição, que tem como foco, reconhecer e valorizar a ancestralidade africana e indígena, que caracteriza o povo brasileiro, levando os alunos a perceberem a importância de perpetuar as tradições históricas.

A abertura contou com a presença da secretária municipal de Educação, Elza Fernandes, superintendentes e técnicos da Rede Municipal de Ensino (Reme). Para a secretária, o resgate das brincadeiras entre as crianças da Educação Infantil é importante para preservar a história. “Parabenizo a equipe da DED, e principalmente os diretores, professores, apoios pedagógicos e assistentes pelo excelente trabalho que vêm desenvolvendo em nossas unidades. Valorizar os brinquedos antigos é preservar nossa memória. É muito gratificante quando visitamos as escolas e ouvimos elogios dos pais, reconhecendo nosso empenho”, disse.

Curiosidade

Voltada a professores, supervisores, orientadores, coordenadores pedagógicos e alunos das escolas municipais de Educação Infantil (EMEIs), a exposição poderá ser conferida pelo público até dia 15 de outubro. No total, pelo menos 80 peças como bonecas, jogos, chocalhos e carrinhos foram produzidos por alunos de 40 EMEIs, a partir de materiais diversos, como tecidos, barbante, papel e lã, prometem despertar a curiosidade principalmente das crianças que passarem pelo local.

De acordo com a chefe da DED, Magali Luzio, o objetivo do projeto é incentivar o gosto pelas brincadeiras tradicionais, propiciar aos professores e estudantes, temáticas e abordagens de brincadeiras tradicionais que ajudam no desenvolvimento infantil, na afirmação da identidade e autoestima, além de abordar questões que reforçam o quanto o multiculturalismo tem ganhado destaque nos âmbitos educacionais e sociais.

“Podemos observar que brincar não significa apenas recrear, é muito mais, pois é uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar consigo mesma e com o mundo. Os jogos de videogame e de computadores, diariamente vêm mantendo a criança muito presa pelas imagens frente à televisão ou ainda a máquinas de jogos disponíveis no mercado”, afirmou Magali.

A proposta do projeto “Brinquedos e Brincadeiras Tradicionais”, além de colocar em prática o que rege as leis federais 10.639/2003 e 11.649/2008, que orientam sobre a necessidade de resgatar a cultura de nossos ancestrais por meio de atividades lúdicas é a utilização adequada de brincadeiras tradicionais de origem indígena e africana como recurso pedagógico, que poderão contribuir para o processo de aprendizagem das crianças na escola, especialmente na educação infantil, pois estes recursos neste contexto retêm o interesse da criança possibilitando assim, o seu desenvolvimento global de habilidades necessárias para o processo educativo.

Segundo Magali Luzio, em um mundo cada vez mais urbanizado, industrializado e informatizado, a tendência é que muitas das brincadeiras tradicionais percam espaço nas preferências infantis. Mesmo assim, jogos e brinquedos como a peteca, a amarelinha, a ciranda, a pipa e a cama de gato têm um valor cultural inestimável, e o lugar dessas brincadeiras deve ser garantido em nossa sociedade.

Professora na MEI Pedacinho do Céu, Marina dos Santos Barros, ressaltou que o resgate da cultura brasileira foi o principal ganho no processo de ensino e aprendizagem das crianças. “Nossas tradições estrão quase esquecidas devido às tecnologias. Foi muito gostoso oferecer para eles outras possibilidades de brinquedos e ampliar o olhar para a cultura de outras comunidades. Na EMEI trabalhamos uma boneca da cultura afro e produzimos uma galinha d’angola de argila”, explicou.