A Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, de Ciência e Tecnologia (Sedesc), em parceria com a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), Uniderp Unidade Agrárias, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Associação de Moradores da Chácara das Mansões está desenvolvendo o programa Rota do Sabor.

Integrante do Plano de Desenvolvimento Sócio Econômico do município, o projeto objetiva organizar a produção rural, reduzir a evasão de PIB, gerar emprego e renda no campo e pode vir a movimentar cerca de R$ 200 milhões em um ano.  A previsão se baseia no fato de que em 2016 o PIB do agronegócio foi de R$ 220 milhões, mesmo com uma produção local praticamente inexistente. Campo Grande produz apenas 4% do que consome.

Foto: Marlon Ganassin
Foto: Marlon Ganassin

Ciente desse campo enorme a se explorar, a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Sedesc, assinou um termo de cooperação mútuo entre as entidades civis e governamentais com a finalidade de promover atividades relativas à organização, desenvolvimento da cadeia produtiva de hortifrutigranjeiros e de comercialização da região da Chácara das Mansões.

Para o prefeito Marquinhos Trad, este crescimento só será possível graças as parcerias firmadas. “A Rota do Sabor é um programa que se não fosse a ajuda e a parceria de todos os envolvidos não nasceria. Juntamente com os parceiros, a expectativa é movimentar o equivalente a R$ 200 milhões por ano”, frisa.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, de Ciência e Tecnologia, Luiz Fernando Buainain, o mais importante para se atingir o objetivo do programa é proporcionar a experiência da construção de uma base sólida para a agricultura familiar. “Agricultura familiar não é plantar hoje e colher amanhã. Temos que ver a base estrutural de organização, de ajuste para que a gente possa movimentar esse setor tão importante na nossa capital. E através das técnicas, do conhecimento, das informações de como produzir que vamos ter uma melhor fluidez neste produto”, salienta.

Ele lembra que é preciso organizar a cadeia produtiva para que se possa fazer uma estruturação de uma cooperativa na região que contempla mais de 40 produtores. “Estamos fazendo junto com a UFMS uma cooperativa, uma organização estruturada, com passo a passo, colocando todo mundo na mesma página, mostrando a importância da organização para chegarmos efetivamente a criar a cooperativa”, explica.

Entre os vários ganhos dessa estruturação está o não desperdício da produção e a entrega do que realmente o mercado está consumindo.

@3O secretário de Governo, Antonio Lacerda, lembra que, para isso, serão criados locais estratégicos na cidade para o escoamento da produção. “Isso quer dizer que o produtor vai produzir e vai ter um lugar para entregar diretamente para a população. Ganha o município, ganha o agricultor e ganha o consumidor final”, diz.

Parceiros

Parceira no projeto, a ACICG teve papel fundamental desde o início. Presidente da ACICG, João Polidoro, explica que por a entidade conhecer a região viu que havia muita gente produzindo no local, mas sem apoio de outras entidades. “A gente viu que a cadeia não estava organizada. Nosso papel foi juntar a Sedesc, a UFMS, Uniderp para fazer essa organização e fazer com que esses produtores atinjam o mercado”, diz.

Diretor da Uniderp Agrárias, Fabio Julio explica que a universidade tem participado do projeto no sentido de prestar assessoria técnica da área agrícola, por intermédio dos alunos. “Para nós enquanto universidade é fundamental darmos essa contrapartida para a sociedade e também proporcionar aos acadêmicos a oportunidade de colocar em prática o que aprendem em sala de aula”, afirma.

Foto: Marlon Ganassin
Foto: Marlon Ganassin

Coordenadora da incubadora da Cooperativa da UFMS, Miriam Aveiro explica que a incubadora fez um diagnóstico para iniciar o trabalho, no sentido de não trazer projetos de fora, mas consultar a comunidade em relação ao quer queriam desenvolver. “Foi feito o diagnóstico participativo onde eles escolheram cinco projetos que serão trabalhados: peixe, frango caipira, fruticultura, hortaliça e a mandioca. Essa proposta é um projeto piloto, mas pretende-se expandir para outros locais”, diz.

Representando a comunidade, o presidente da Associação de Moradores da Chácara das Mansões, Djalma Pereira, diz que o projeto vai trazer um boom para a região. “Queremos que cada vez mais as pessoas possam produzir e gerar renda dentro da própria região. O projeto Rota do Sabor veio alavancar o crescimento que a Chácara das Mansões está tendo neste momento, creio que vamos nos tornar um polo de produção dentro de Campo Grande”, finaliza.