Os trabalhos científicos expostos na primeira edição da Feira das Ciências, Inovação e Tecnologia da Rede Municipal de Ensino, tem despertado a atenção do público pela criatividade, mas também pela transformação que estão promovendo no comportamento dos alunos e profissionais que atuam nas unidades da Rede Municipal de Ensino (Reme).

Facit2Os temas atendem as 17 metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), contemplando diversas áreas como social, saúde, educação e sustentabilidade.

Com tanta diversidade, foi difícil inscrever apenas um projeto, por isso diversas escolas estão apresentando até seis trabalhos. E muitos já foram colocados em prática na unidade ou estão em fase de implantação, como o projeto de criação de um perfume de baixo custo com efeito repelente contra o mosquito da dengue, elaborado pelas alunas Fernanda Mirelli da Silva Preza e Helen Romero, do 6º ano da escola “Elízio Ramirez Vieira”.

A professora de Ciências que orientou a dupla, Franciela Andreia Leduíno, explicou que a ideia é oferecer um produto a população de baixa renda. As alunas estudaram textos sobre a elaboração de trabalho científico, seguindo com a pesquisa sobre o tema e a produção de armadilhas para a coleta de mosquitos. Com estas informações, elas pesquisaram quais extratos poderiam ser utilizados na confecção do perfume.

“Acreditamos que no próximo ano conseguiremos fazer o perfume por meio de uma parceria com a UFMS, que já ofereceu o laboratório de Química para nos ajudar”, disse a professora. Para as alunas, a experiência de participar da Fecit tem sido enriquecedora. “É uma mistura de sentimentos e estamos muito animadas com a produção do perfume”, disse Fernanda.

Facit1Conscientização

Já os alunos do 5º ano da escola “João de Paula Ribeiro” estão aprendendo a consumir alimentos de forma consciente, evitando o desperdício, a partir da merenda escolar. A proposta surgiu da própria merendeira da unidade, segundo a professora Jaqueline Gonçalves Figueiredo. “Ela observava que as crianças mal pegavam o prato e já descartavam. A partir daí começamos a identificar o problema e fazer leitura de textos”, disse.

O resultado do trabalho já pode ser comprovado na prática e a economia de alimentos tem chegado a dois quilos, de acordo com o tipo de cardápio. “No dia que tem leite banana e cacau, o desperdício é zero”, frisou a professora.

As crianças também perceberam que quando a merenda era servida na hora do recreio, o desperdício também crescia, pois as crianças preferiam brincar e deixavam o alimento de lado. Com a mudança de horário, o problema começou a ser resolvido.

Mudança de atitude também entre os alunos da Escola de Tempo Integral “Iracema Maria Vicente”, que iniciaram uma revolução ecológica na unidade, com o plantio de mudas e a criação de mais espaços verdes de lazer na unidade.

Com o título de “Áreas verdes sustentáveis: posso ajudar a criar e a manter”, a turma do 5º ano tem levado a ideia até para dentro de casa. “Antes minha avó costumava queimar lixo. Depois que expliquei que é crime ambiental, ela nunca mais fez isso”, revelou a aluna Lívia Luna, que disse ter gostado de todas as etapas do projeto, mas não esquece o dia em que plantaram um ipê. “É a árvore que mais gostei de plantar porque é o símbolo de nossa cidade”, afirmou.

Programação

A Fecit acontece até esta sexta-feira (29), no Centro de Formação da Semed, com apresentação dos trabalhos, roda de discussões sobre trabalho científico e apresentação de curtas-metragens regionais.