A dança, o vestuário, a culinária, a história e a origem dos povos africanos e indígenas do Brasil foram pontos de pesquisa de um projeto da Escola Municipal Maestro João Corrêa Ribeiro, que emocionou alunos e professores durante as apresentações que marcaram o encerramento do trabalho.

O projeto Cultura Afro-Indígena Brasileira foi tema de estudo no primeiro bimestre e desenvolvido com 90 alunos, do 1º ao 9º ano, junto ao conteúdo pedagógico do período, envolvendo todas as disciplinas.

A apresentação dos alunos foi pontuada por diversos elementos das duas culturas, como roda de capoeira e apresentações de danças da etnia Terena, realizadas por alunos da escola municipal Sullivan Silvestre – Tumune Kalivono “Criança para o Futuro”, que foram convidadas ao evento.

A professora do 5º ano, Rosana Haro Mikurita, uma das organizadoras do evento, ressaltou que o projeto, além de enriquecer a aprendizagem dos alunos, valoriza a mistura de raças que forma o país.

“O brasileiro é descendente de negros e índios. Estamos trabalhando a conscientização e a valorização”, disse. A professora ainda comentou que trabalhou com os alunos a montagem de uma árvore genealógica das crianças para encontrar qual era a descendência de cada um.

“Muitos descobriram que tiveram bisavós escravos. Teve uma criança que descobriu que era descendente de Tia Eva – ex-escrava que se tornou líder da comunidade remanescente de quilombo que hoje leva seu nome”, afirmou a professora.SONY DSC

Para a aluna Juliana Araújo de Lima, do 5º ano, descobrir uma informação tão importante sobre seu histórico familiar foi uma surpresa. “Foi muito legal, porque aprendemos muita coisa sobre os índios, que foram os primeiros habitantes do Brasil e sobre os africanos, que eram trazidos em navios negreiros. Na aula também descobri que sou descendente de Tia Eva”, contou.

Já a aluna Ana Carolina Costa conta que as aulas foram proveitosas e que aprendeu sobre a cultura indígena e a vinda dos povos europeus. “Gostei da dança de bate-pau. Aprendi também como o povo europeu chegou ao Brasil e que não importa nossa raça, origem e cor, porque somos todos iguais e não temos diferença”, ensinou.

A dança apresentada no evento, conhecida popularmente como “bate-pau”, foi apresentada pelas crianças da escola Sullivan Silvestre. No entanto, a etnia Terena, que forma a aldeia urbana Marçal de Souza, na região do bairro Tiradentes chama de dança da Ema e é feita quando os guerreiros davam o primeiro passo à procura da caça, quando encontravam a pegada do animal e gritavam alertando os companheiros para saírem em perseguição.

A diretora da escola Maestro João Corrêa Ribeiro, Lindalva Ribeiro comenta que a culminância do projeto leva a interação dos alunos e ajuda na educação e aprendizagem dos alunos.

“Eles tem conhecimento sobre outras culturas, de outras etnias. É importante termos esse projeto na escola para que elas aprendam o respeito às diferenças”, pontuou.