Projeto que visa  trabalhar com os alunos expressão corporal, vocal, facial e gestual, além de dramaturgia, texto teatral, espaço cênico e ação dramática, rendeu ao professor de artes da Rede Municipal de Ensino (Reme), Fernando Freitas, uma viagem à China, concedida pela Sociedade de Educação e Arte de Hong Kong. O professor embarca em dezembro para apresentar o resultado dos trabalhos desenvolvidos por meio do projeto.

O projeto “O quarto que habita em mim” foi desenvolvido com alunos da Escola de Tempo Integral (ETI) “Ana Lucia de Oliveira Batista”, localizada no bairro Paulo Coelho Machado.

DSC_9766A Sociedade Artística Chinesa existe desde 1992 e sempre trabalhou com a seleção de obras artísticas de escolas públicas da China. A partir do ano de 2018, a instituição iniciou as seleções de obras de estudantes de escolas públicas de outros países com o objetivo de serem exibidas em Hong Kong. Ao todo foram selecionadas cinco obras de alunos da escola “Ana Lucia de Oliveira Batista”.

A intenção do professor foi levar os alunos a improvisarem  diversas cenas a partir do estimulo dormitório/quarto; elaborar dramaturgia (escrita, corporal, e/ou gestual) com base no tema quarto e reconhecer as potencialidades criativas e expressivas do corpo.

O trabalho desenvolvido com os alunos nesse projeto também tem a intenção de explorar a expressão corporal dos movimentos gestuais e de potencialidades criativas; criar cenas explorando elementos constitutivos da linguagem teatral e reconhecer o teatro como saber cultural gerador de significação e integrador de identidade.

Dinâmica

O professor iniciou o projeto em fevereiro, em sala de aula , onde os alunos trabalharam a questão de sua própria identidade como forma de autoconhecimento. A intenção era identificar traços e personalidades dos alunos a partir da observação do desenho dos quartos de suas casas.

“A intenção do projeto sempre foi trabalhar a identidade dos alunos e possibilitar o espaço de autoconhecimento. Todos os desenhos das obras surgiram a partir de uma dramaturgia teatral. Aos invés de ser escrita, por meio do desenho eles começaram a criar experimentações orais trazendo o elemento do seu próprio quarto e, a partir disso montamos um experimento cênico”, explicou o professor.

Participaram do projeto, 30 alunos da escola, na faixa etária de nove a 11 anos de idade, do 5º ano do Ensino Fundamental. Ao todo foram selecionados cinco obras dos alunos que foram pintadas no caderno de desenho e depois repassadas para telas de pequenos quadros.

DSC_9760A representante da Sociedade artística chinesa, June Wong, artista plástica que veio de Hong para prestigiar a apresentação dos alunos, falou sobre o trabalho das crianças e o diferencial em relação aos trabalhos de outros países.

“Notei que não é muito diferente de outras crianças do mundo. A diferença esta entre artistas mais jovens e mais velhos. Quando se está mais velho, está mais suscetível a inspirações do cotidiano. As crianças trazem um trabalho de maneira diferente e inovadora”, ressaltou.

June também falou da importância da arte na formação das crianças. “A arte é muito importante para a criança se expressar, para que elas se conhecerem mais como pessoa. As crianças tendo chance de se expressar podem ficar mais criativas, mais livres e com menos estresse”, pontuou.

Realização

Já o professor Fernando Freitas comentou sobre a emoção ao saber que as obras selecionadas dos seus alunos ganhariam projeção internacional. “Foi um surpresa muito agradável. De fato, nós não estávamos esperando e quando entrei em contato com a June e começamos a explicar como foi todo o processo, perceberam o encantamento, e, sem sombra de duvidas fiquei bastante feliz. Para as crianças também está sendo muito importante elas entenderem que podem ganhar o mundo e o mundo pode ser o quintal da casa deles”, afirmou.

O aluno Paulo Ricardo Ortega Marília, 11 anos, do 5º ano comentou sobre a seleção das obras do projeto e disse que o teatro gera emoção.

“Achei muito legal. A gente se esforçou muito fazendo jogos teatrais para conseguir ter esse resultado. Isso para mim foi maravilhoso. Do meu quarto eu fiz o desenho de como eu queria que ele fosse e fiz como ele é. Acho importante porque o teatro faz parte de nossa vida e fomenta outras emoções. Foi tudo uma surpresa, minha mãe ficou feliz e sempre falou pra eu ir nas aulas de teatro”, disse.

Bruno Benites de Souza, 10 anos, também do 5º ano, ressaltou que não esperava que o projeto tivesse destaque internacional. “Foi bem interessante, nunca tinha acontecido essa oportunidade e logo do nada aconteceu e eu fiquei bem feliz. Apresentamos uma imagem do nosso quarto de como seria ele, o quarto dos sonhos e como seria o verdadeiro, porque as características de nosso quarto representam muito sobre a gente”, concluiu.

 

(Matéria editada para atualizar informação às 17h20, de 02/09/2019)