O projeto Livros fora da estante, descoberta constante da escola municipal Carlos Garcia Queiroz eleva em 70% a frequência e retirada de livros da biblioteca. A iniciativa surgiu com a constatação de que o dinamismo e a modernidade trazidos pelas novas tecnologias, como celulares, tablets e computador estavam afastando as crianças do hábito de ler. A ideia foi apresentar as obras de diversas maneiras, explorando as contações de histórias de forma dramatizada, realizando debates sobre textos, além de trabalhar projetos que abordaram temas atuais.

O projeto, coordenado pelas professoras Jucleide Blanco Benedito e Cristiane Seares de Lima, que atuam na biblioteca da escola foi desenvolvido durante o ano com os alunos do 1º ao 9º ano da escola.

biblioteca -escola_2Segundo elas, a tarefa do professor de incentivar a leitura nem sempre é fácil, já que o ato de ler não deve ser imposto mas, despertar prazer no aluno. A ideia foi apresentar as obras de diversas maneiras abordaram temas como o preconceito e bullying, por exemplo. O resultado surpreendeu a equipe da escola, tanto que até as crianças da pré-escola veem na biblioteca um espaço para descobrir os clássicos da literatura infantil.

Premiação

Como forma de reconhecer a dedicação dos alunos, as duas professoras realizaram uma premiação. Os alunos do 3º ao 9º anos que mais retirarem obras da biblioteca ao longo do ano ganhariam livros como forma de incentivo a continuar a prática. A receptividade foi grande por parte dos estudantes.

A professora da 5ª série, Maria Emília Gomes da Silva Jerônimo conta que no início do ano, dos 35 alunos de sua turma, no máximo dez iam até o local buscar livros. “Hoje, 100% da turma frequenta a biblioteca. É muito gratificante ver este resultado”, disse. Toda esta dedicação também rendeu a ela o prêmio de uma das professoras que mais incentivou a leitura na escola.

biblioteca -escola_4“Além de levar os alunos à biblioteca, eu buscava fazer uma leitura interessante e sempre frisava os benefícios que eles teriam no futuro, com a ampliação dos conhecimentos gerais”, afirmou Maria Emília. Como resultado, sua turma leu um total de 240 livros, contando apenas as obras disponíveis na biblioteca da escola, sem contabilizar os títulos disponíveis na própria sala de aula e os que eram levados pelos alunos de casa.

“Fizemos um simulado e fiquei feliz em ver que alunos que tinham dificuldade de escrever sobre um tema, foram os que mais exploraram a redação”, revelou a professora

Premiada como a aluna que mais retirou livros da biblioteca na classificação geral, totalizando 33 obras no ano, a aluna Ana Eloísa Cheim, do 8º ano, disse que sempre foi motivada desde criança pela família a desfrutar da leitura. “Lia muitos gibis e isso facilitou quando cheguei à escola”, contou.

Exemplo

A diretora da escola, Rosa Ida Dávalo disse que o projeto deu tão certo, que os alunos buscam a biblioteca mesmo fora do horário designado à turma. “Foi uma ação maravilhosa, que mobilizou toda a escola. Elas incentivam os alunos trabalhando junto com eles, desenvolvendo atividades sobre o livro, leem as histórias e pedem para as crianças recontar”, afirmou.

biblioteca -escola_3As professoras Jucleide e Cristiane explicam que, além de organizar a biblioteca de forma a atrair as crianças, realizaram projetos que despertaram sua atenção para o universo da literatura. “Falamos de problemáticas do cotidiano, a bordando questões presentes no dia a dia, como ética, bullying, cidadania. Foi um trabalho muito impactante”, comentou Cristiane.

A imersão na literatura foi tão grande, que a professora conta que alguns alunos se emocionavam com os textos, chegando a chorar”, contou Jucleide.

A bibliotecária Rosilene Melo disse que a ideia é expandir o projeto para outras unidades da Reme. “Na próxima formação ele será um dos exemplos de incentivo à leitura abordado”, disse.