A manhã desta quinta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, também foi dedicada às mulheres vítimas de violência, assistidas pela Casa da Mulher Brasileira. Corte de cabelo, escova, tratamento de pele e curso de automaquiagem foram alguns dos serviços oferecidos no local, durante o “Dia da  DSC_0098Beleza”, organizado pela Subsecretaria de Políticas para a Mulher de Campo Grande, em parceria com a Subsecretaria Municipal da Juventude, com a participação do cabeleireiro Marcos Rogério, e apoio da Mary Kay.

Durante todo o mês de março, a prefeitura de Campo Grande, por meio da Subsecretaria de Políticas para a Mulher de Campo Grande promoverá ações voltadas para o reconhecimento do papel da mulher na sociedade e também para dar visibilidade e chamar atenção sobre a importância em se respeitar as mulheres como sujeito de direitos e também alertá-las sobre os serviços que hoje existem para protegê-las. DSC_0211

A assessora de Ações Temáticas da Semu, Marina Bragança, justificou a ação realizada nesta manhã, que contemplou também as servidoras da Casa da Mulher, responsáveis pelo acolhimento daquelas que buscam a unidade.

“A ideia surgiu a fim de valorizar àquelas que passaram por momentos de sofrimento e que hoje estão em processo de transformação, e também um momento dedicado às servidoras que recebem essas pessoas e as ajudam no acolhimento. Estamos aqDSC_0154ui para mostrar que existe outro lado, além da dor e do sofrimento, onde há amor e vida. Hoje estamos aqui para devolver a autoestima e fazer com que elas gostem da imagem que veem ao se olharem no espelho. Todas as mulheres são importantes e, neste caso das assistidas pela Casa da Mulher, as comparamos com a fênix, que ressurge das cinzas e, de fato elas renascem quando decidem denunciar e buscar ajuda. Elas estão aqui reescrevendo a sua história e contam com a ajuda das nossas servidores, que contribuem para essa nova história”.

DSC_0181Em seu momento de beleza, a vendedora autônoma Lucinete M. J., de 40 anos, falou do sentimento ao ‘ser cuidada’ por alguém. “Essa ação é muito importante pra gente. Quando nos encontramos em qualquer situação de violência a gente acha que além de Deus ninguém mais olha pra gente. Isso não é verdade, pois aqui na Casa da Mulher fui acolhida e, além de proteger o meu físico, com medidas protetivas oferecida pela Rede, a Prefeitura também cuida da alma da gente, com ações como essa que de alguma maneira nos devolve a dignidade e recupera a nossa autoestima”, disse.

Lucinete fez questão de mostrar o rosto para deixar sua mensagem e motivar às mulheres que se encontram em situação de violência e que, na maioria das vezes têm medo de denunciar o agressor.

“Antes eu morria de medo de contar pra alguém. Eu vivia dentro do medo. Mas tomei coragem e hoje sei DSC_0145que foi a melhor decisão. Quando alguém pensar que não vai dar em nada denunciar e ainda pode haver consequências piores do agressor, eu digo que não funciona assim, que resolve sim. Minha vida se transformou e a realidade que hoje vivo dentro de casa é outra. Não existe mais o medo em minha face ou de meus filhos. Estou viva de novo e qualquer homem que hoje tente levantar a voz para mim terá outro tipo de reação, diferente do que acontecia por conta do medo. Sou mulher e nenhum homem é melhor do que eu. Somos iguais e exijo respeito”, desabafou.

A Casa da Mulher Brasileira, que funciona há três anos em Campo Grande e é pioneira no país, reúne os mais diversos serviços de enfrentamento à violência contra a mulher, e já realizou 179.429 mil encaminhamentos para 34.631 mulheres neste período.