Um documento que detalha os principais temas que afetam o cotidiano das comunidades indígenas no contexto urbano foi entregue ao prefeito Marquinhos Trad no fim da manhã desta segunda-feira (10). O material é resultado do “I Seminário de Direitos Humanos e Políticas Públicas para os Povos Indígenas em Contexto Urbano de Campo Grande – MS”, que foi organizado pela Prefeitura de Campo Grande, por meio da Subsecretaria dos Direitos Humano, em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Foto: Diogo Gonçalves
Foto: Diogo Gonçalves

O subsecretário dos Direitos Humanos, Ademar Vieira Junior, pontuou a importância do seminário e afirmou que o evento foi fundamental para tirar dúvidas a respeito da questão indígenas e traçar políticas que se efetivem. “Este seminário nos deu subsídio para construirmos as políticas necessárias para os nossos ‘patrícios’, não podemos permitir que ele vivam como estão vivendo”, afirmou.

A professora do Curso de História da FACH e coordenadora do PIBID, Vanderleia Paes Leite Mussi, ao entregar o documentou explicou que o material contém toda a história e anseios das comunidades indígenas urbanas.

“Aqui está toda a história de tudo que nós levantamos de comunidades indígenas em contexto urbano desde 2008. A gente pede para que de fato consigamos tirar os indigenas dessa condição de invisibilidade e estabelecer políticas públicas. Aqui (documento) o senhor vai ter uma diretriz de tudo que eles pensam, de tudo que eles querem em termos de efetivar políticas públicas em comunidade em contexto urbano”, afirmou.

Ao receber o material, o prefeito Marquinhos Trad disse que irá investir e dar total apoio às decisões tomadas pelas integrantes do seminário e lideranças indígenas. “O que vocês fizerem terão o meu apoio”, disse.

Com o documento, será possível direcionar a implantação de propostas voltadas ao cumprimento de políticas públicas que atendam as necessidades básicas dessas populações.

Foi exatamente isto que destacou o secretário de Governo Antonio Cezar Lacerda. “Não tínhamos até o momento algo que nos fornecesse essas informações. Nosso objetivo é atender, melhor servir a comunidade e atingir o objetivo deles. A gente vem pensando em tudo isso e as emendas parlamentares vão consolidar este propósito”, afirmou.

Foto: Diogo Gonçalves
Foto: Diogo Gonçalves

Um dos principais problemas citados é a questão da moradia. Atualmente, os índios saem da aldeia e vêm para a cidade em busca de emprego. Hoje existem 15 mil índios em Campo Grande, a segunda maior população indígena urbanizada do país.

Para solucionar essa questão, o diretor-presidente da Agência Municipal de Habitação, Eneas José de Carvalho, pontuou que uma das soluções é aplicar o mesmo projeto que a prefeitura vem fazendo com os ex-moradores da Cidade de Deus. “Essa experiência que estamos tendo de capacitar os próprios moradores para construírem suas casas pode ser colocada em prática com os indígenas. No que depender da gente, vamos trabalhar para resolver”, afirmou.

Para isso, o deputado federal Zeca do PT disse que ele e o parlamentar Vander Loubet vão garantir emendas para a geração de renda das comunidades. “Estamos colocando na emenda deste ano, eu e o deputado Vander Loubet, R$ 500 mil para um programa de geração de renda das comunidades periurbanas. Precisaria a prefeitura definir espaços, eventualmente vagos, para que possam plantar”, disse.

Foto: Diogo Gonçalves
Foto: Diogo Gonçalves

O terena Ivan dos Santos agradeceu e disse acreditar na atual gestão. “Eu creio que o senhor (Prefeito) vai estar sempre aberto ao nosso povo. Temos o secretário Coringa sempre ao nosso lado, nos olhando, tendo um carinho por nós”, declarou.

Liderança indígena, Elcio Terena também salientou a importância do documento para direcionar as necessidades da comunidade. “O senhor está em mãos com um documento que traz todo o sentimento do nosso povo”, disse.

Para finalizar, Dionedson Terena, esclareceu que agora com o documento pronto é trabalhar junto para conseguir por em prática as reivindicações. “A esperança daqui pra frente é trabalhar unificado. A situação indígena é muito delicada e a gente precisa trabalhar junto para aplicar as demandas das comunidades urbanas de Campo Grande”, salientou.