Prefeitura orienta comerciantes a aderirem à campanha “Onde a esmola acaba, o direito começa”

A Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS), está trabalhando ativamente com os comerciantes do Centro de Campo Grande para aderirem à campanha “Onde a esmola acaba, o direito começa”. Todas as terças-feiras, equipes técnicas da SAS saem às ruas para fazer abordagem direta aos comerciantes e orientar sobre a importância de não dar esmolas e a dificuldade ao aceite das pessoas em situação de rua aos serviços públicos.

 “A esmola alimenta uma falsa esperança. Com isso, elas se recusam a aceitar o acolhimento da assistência social, que tem todo um suporte de encaminhamento para que haja de fato a retomada da dignidade desse cidadão. A Constituição diz que todos têm o direito de ir e vir, então, não podemos obrigar o cidadão a aceitar o acolhimento. Atuamos incansavelmente nessa busca ativa, porém, quando as pessoas estão sustentando o cidadão nas ruas, com a esmola que oferecem, estão prejudicando a solução desse problema”, justificou o secretário municipal de Assistência Social José Mário Antunes da Silva.

Nesta terça-feira as equipes percorreram o quadrilátero das ruas 13 de Maio, 14 de Julho, Rui Barbosa e avenidas Calógeras entre a Afonso Pena e Mato Grosso. Foram entregues folders explicativos sobre a campanha.

Vendedor no camelódromo, Fernando Dias, falou sobre a importância das orientações prestadas aos comerciantes.

“Antigamente, os pedintes eram pessoas que estavam em situação social muito ruim ou sem capacidade para trabalhar. Hoje, o que vemos é que muitos que estão aí ganham dinheiro sem esforço e vendem drogas. Essa campanha nos ajuda a ajudar outras pessoas”, afirmou.

O material tem informações e telefones do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) para denúncia, oportunizando assim as pessoas em situação de rua a terem atendimento e atividades direcionadas para o desenvolvimento de sociabilidades na perspectiva de fortalecimento de vínculos interpessoais ou familiares que oportunizem a construção de um novo projeto de vida.

Coordenador do Centro Pop e do Serviço Especializado em Abordagem Social, Artêmio Versoza, disse que a campanha vem divulgar os serviços do SEAS, que é o serviço de abordagem social da Prefeitura.

“Com essa campanha a população toma conhecimento dos serviços e pode acionar ligando para nós ou para o disque 100 para fazer a denúncia ou até mesmo encaminhar aquela pessoa que está em situação de rua. Então a campanha é importante porque a gente possibilita a oferta dos nossos serviços e a possibilidade dessa pessoa de sair da rua. A gente não contribui com o vício e solicita à população para que não contribuia com a mendicância  para que nós possamos trabalhar todo o resgate da cidadania”, explicou.

Busca Ativa

O Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) realiza a busca ativa de pessoas em situação de risco. O SEAS identifica indivíduos ou famílias, assim como crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, exploração sexual, uso abusivo de crack e outras drogas, que utilizam os espaços públicos como meio de moradia ou de sobrevivência.

O SEAS funciona no período de 24 horas, sendo que até as 23 horas a equipe encontra-se nas ruas da cidade realizando a abordagem social, com o intuito de acolher os indivíduos que aceitam o convite para pernoitar no Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante (Cetremi).

Após as 23 horas, a equipe encontra-se na Unidade atendendo as denúncias realizadas através do telefone funcional (67) 98405-9528 ou 99290-8174.

O Cetremi, que é prioritariamente uma casa de passagem para atender o migrante, está disponível para acolher esse público a qualquer hora. Já pessoas em situação de rua, o Cetremi acolhe até as 19 horas ou a qualquer hora através da abordagem e encaminhamento do SEAS.

A assistência social faz abordagem de moradores de rua e quando é detectado que o mesmo é usuário de substâncias psicoativas, é orientado e encaminhado para a Saúde para o caso de tratamento.