A Prefeitura de Campo Grande  iniciará  em 2018   a construção de dois  piscinões, além das obras de controle de enchente no Rio Anhandui,  em fase de homologação da licitação, que devem começar em dezembro, com investimento de quase R$ 50 milhões.  Também está no planejamento a construção de  mais dois piscinões e quatro  barragens, com capacidade para reter 154 mil metros cúbicos de água,  orçadas em R$ 43 milhões,  parte de um financiamento que está sendo negociado com a CAF (Corporação Andina de Fomento)

O  anúncio  foi feito pelo prefeito Marquinhos Trad, que na manhã desta terça-feira (24) vistoriou  a construção de uma barragem na Praça das Águas, nos altos da Avenida Afonso Pena, resultado de parceria  entre a Prefeitura e o Shopping Campo Grande. A obra deve ficar  pronta  dentro de duas semanas, prazo para conclusão do replantio de árvores e urbanização.

O prefeito informou ainda que  neste mês, como medida compensatória de um loteamento na região, a empresa dona do empreendimento vai custear a dragagem de duas barragens no Córrego Segredo, que estão assoreadas. A estimativa é a retirada de aproximadamente 20 mil metros cúbicos de areia, o que exigirá 2 mil viagens de caminhão para transportar todo este material . Esta manutenção  evitará o transbordamento na rotatória das Avenidas Ernesto Geisel  e Rachid Neder, quando o Segredo recebe as águas do Cascudo.IMG_9390

Já no lago do Parque das Nações Indígenas, uma construtora (também como medida compensatória)  construirá uma   comporta móvel que vai regulará o nível da água e evitar o transbordamento, que acaba contribuindo para alagamentos na região do Shopping Campo Grande.

Piscinão

O prefeito lembrou também que  nos altos da Avenida Mato Grosso, como parte das obras do Complexo Mata  do Jacinto etapa D, será implantado um piscinão com capacidade para 22 mil  cúbicos. A empreiteira já está fazendo os serviços preparatórios para implantar uma travessia (em tubo armco), por onde escoará a água da bacia retenção que vai cair no Córrego  Réveillon (afluente do Prosa).

Provavelmente em janeiro será licitada as obras de drenagem  dentro do Parque Sóter, onde  em 2014 foi construído   um dissipador de energia, que são degraus para diminuir a velocidade da água da chuva e retardar a chegada ao leito do córrego de toda a enxurrada captada numa região, que abrange o bairro e o conjunto habitacional Mata do Jacinto, onde há aproximadamente 4.500 imóveis, entre casas e apartamentos.  Será feito agora  a canalização em gabião de um trecho do Soter, além de uma bacia de detenção.

Barragem

A barragem que o prefeito visitou nesta terça-feira (24) tem  capacidade para reter mais de 22 mil metros cúbicos de água, o que reduzirá a velocidade da correnteza que desce das cabeceiras do Prosa e Soter, nos dias de chuva.   Está retenção  evitará o transbordamento  mais abaixo, provocando alagamentos  principalmente nos cruzamentos da Avenida Ricardo Brandão, com as ruas Bahia e Joaquim Murtinho, trecho onde o Prosa recebe as águas do seu afluente, o Vendas, o que provoca as enchentes.

A represa de retenção tem seis metros de altura, com 302 metros de largura e a água se espalhando (chamada de espelho) por 9.489,69 metros quadrados. A configuração do projeto não prevê a formação de um lago artificial, pois a represa vai se esvaziar tão logo pare de chover.

Estão sendo investidos em torno de R$ 1,2 milhão, recurso integralmente da iniciativa, como medida compensatória. Um estudo desenvolvido pela Prefeitura em toda a área do Shopping Campo Grande , abrangendo também um terreno vizinho na esquina da Avenida Afonso Pena com a Rua Ceará, definiu a necessidade da construção de uma represa para reter seis milhões de litros de água, diante do impacto dos empreendimentos.

Se a represa fosse construída no próprio terreno, reduziria a  área de edificação, diminuindo em consequência o potencial de retorno do investimento. Houve então uma negociação na qual a Prefeitura cedeu a área pública na Praça das Águas, onde estava planejada uma represa e em contrapartida a empresa construiu uma represa maior, com quase quatro vezes a capacidade de retenção que seria obrigada a construir.

A represa na Praça das Águas  está prevista no plano de drenagem de Campo Grande, elaborado em 2008, que indica a necessidade da retenção, ao longo da bacia do Prosa, de 205 milhões de litros em várias barragens.  Vai aumentar em 22% a atual capacidade da bacia, que é de 98 milhões de litros, distribuídas em cinco barragens construídas no Sóter (afluente do Prosa).