Nesta quarta-feira (25), a primeira-dama de Campo Grande e presidente de honra do Fundo de Apoio à Comunidade (FAC), Tatiana Trad, que acompanha de perto as ações do Instituto Mirim de Campo Grande (IMCG), assegurou que o município vai manter o convênio com a instituição e pretende colaborar com a nova gestão que assumirá a diretoria no dia 7 de fevereiro. O objetivo é encontrar ferramentas para ampliar a assistência aos jovens.

Tatiana explica que a mudança recente da natureza jurídica do IMCG deveria ter alterado o funcionamento do instituto, o que não ocorreu. Por isso, a Procuradoria Jurídica do Município está fazendo um levantamento a fim de entender como funciona esse processo e até onde a prefeitura pode ou não atuar, já que houve a mudança da entidade jurídica.  Os estudos iniciais já apontaram que o Instituto Mirim continua funcionando, em muitos aspectos, como se fosse um braço da prefeitura, dependendo dela para continuar funcionando.

“Precisamos desse diagnóstico para saber, de fato, como está hoje o IMCG. Se é uma entidade de direito privado, como funciona o relacionamento com a prefeitura, que é um órgão público? E, diante do histórico de conflitos dos últimos anos, envolvendo o instituto, acredito que não foi possível essa readequação. É isso que estamos fazendo, sem qualquer intenção de interromper ou perder qualquer trabalho dessa entidade, que existe há mais de 30 anos e já formou mais de 22 mil adolescentes em nossa Capital”, justificou a primeira-dama.

Para Tatiana, é necessária uma mudança na visão do Instituto Mirim, desenvolvendo projeto que insira o contexto familiar desses adolescentes. Para isso, ela entende que no primeiro momento a prefeitura precisa de uma segurança jurídica, por meio de um diagnóstico do convênio entre as partes.

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“Hoje, o mirim tem um valor muito alto. Quem quiser contratar um menor aprendiz vai ter o custo total de R$ 1.720,80. Antigamente, era mais fácil inserí-los no mercado, pois o Instituto Mirim era soberano e não havia tanta concorrência. Hoje, existe mais oferta desta mão de obra, como no sistema S, o CIEE, e outras entidades que oferecem o mesmo trabalhador mirim, mas com um custo menor. Com isso, fica difícil concorrer e, como a prefeitura tem sua responsabilidade social e participa desse processo que os prepara para o mercado, acaba absorvendo grande parte deles com custo mensal de R$ 924 mil. A gente não conseguiu acompanhar a evolução do mercado e perdeu a competitividade”, lamentou.

O município desenha uma nova linha de atuação, considerando a preocupação em cumprir a totalidade da assistência aos jovens. Para tanto, está avaliando a grade curricular do curso, pensando em adotar uma linha vocacional, no sentido de oferecer um preparo dentro da aptidão de cada um. A expectativa é de que isso melhore a oferta, que estará aliada a necessidade do mercado.

A primeira-dama defende uma reformulação do plano de trabalho do Instituto Mirim para que este adolescente não fique restrito apenas ao setor administrativo, como ocorre atualmente. Ela também está elaborando mudanças pontuais, que envolvem até a carga horária destes menores.

“Vamos pensar da seguinte maneira: se para um adulto, trabalhar oito horas por dia e estudar à noite, já é uma carga muito pesada, imagina para um adolescente, que não pode e nem deve perder o foco nos estudos. Respeito as políticas adotadas até agora, mas, pensando no futuro desses jovens e no impacto que essa experiência pode trazer para cada um, acredito que é possível, com boa vontade, uma reformulação dessa realidade, adequando inclusive a carga horária de trabalho”, defende.

Lista

O IMCG informou que o adiamento da publicação da lista de aprovados no processo seletivo ocorreu em virtude da transição da nova direção do Instituto Mirim de Campo Grande. A nova data será publicada em breve no site da instituição.

A nova diretoria do Instituto Mirim de Campo Grande foi escolhida na segunda-feira (23), por aclamação, durante assembleia ordinária. A assistente social Mairy Batista de Souza tomará posse no dia 7 de fevereiro, quando substituirá a atual presidente, Lilian Veronese.

Uma equipe de transição foi composta para garantir que não haja interrupção dos trabalhos da entidade neste período. O ato está previsto no Estatuto do IMCG e foi registrado em ata.