Investir na coleta seletiva e na educação ambiental é um dos objetivos que a Prefeitura de Campo Grande se propôs para melhorar a vida e o rendimento dos catadores. Para isso, as secretarias municipais de Assistência Social (SAS), Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur), Fundação Social do Trabalho (Funsat) e as agências de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Agereg) e Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb) vão atuar em conjunto para articular ações voltadas ao apoio e ao fomento da organização produtiva dos catadores de materiais recicláveis.

Foto: Marlon Ganassin
Foto: Marlon Ganassin

Na manhã desta quinta-feira (27), o prefeito Marquinhos Trad visitou a UTR (Usina de Triagem de Resíduos Sólidos) para conhecer o local e ver na prática o que poderá ser aplicado para potencializar a coleta seletiva.

“Aqui são quase 150 pessoas trabalhando. São em média 600 famílias que dependem da coleta seletiva. Viemos aqui para conhecer e ver o que precisa ser revitalizado e reordenado para melhorar a separação dos reciclados, e por conseqüência, a vida dessa família”, explicou o prefeito.

Para a catadora Gilda Macedo, que representa a Associação dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis dos Aterros MS (Atmaras MS), as melhorias vêm dar novo alento a todos. “A gente está muito agradecido. Ficamos estagnados nos últimos anos. Estamos prestando um serviço para toda a sociedade e o que a gente busca é política pública. As melhorias vão nos ajudar a crescer cada vez mais”, disse.

As melhorias vão impactar de imediato na parte operacional, já que uma esteira que estava inoperante vai voltar a funcionar. Além disso, a Semadur e Planurb estão auxiliando com suporte na gestão e educação ambiental. “A secretaria está nos ajudando a gerenciar e isso só vem a melhorar. Agora é focar na educação ambiental para diminuir os rejeitos e melhorar na nossa triagem”, enfatizou Gilda Macedo.

O representante da Coopermaras MS, Daniel Arguello, também frisou a importância da educação ambiental. “Nós estávamos abandonados e vejo que nessa gestão estamos sendo amparados. Essa parceria com o poder público só vem nos ajudar. Nós temos aqui 150 famílias que dependem deste material e a educação ambiental para que chegue só o reciclável, sem rejeitos, é primordial para que nosso trabalho avance”, afirmou.

Foto: Marlon Ganassin
Foto: Marlon Ganassin

Assessor especial, Marcos Cristaldo salientou ainda que na última quinta-feira (20), ele e o prefeito cumpriram agenda na Secretaria Nacional de Assistência Social, vinculada a Secretaria de Governo da Presidência da República, para buscar recursos para potencializar a coleta seletiva.

Eles foram conhecer o programa Pró-Catador, que tem como objetivo integrar e articular as ações do governo federal voltadas ao apoio e ao fomento à organização produtiva dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.

Ao mesmo tempo, visa melhorar as condições de trabalho desses profissionais, ampliando as oportunidades de inclusão social e econômica, expandindo a coleta seletiva de resíduos sólidos, reutilização e reciclagem.

“Hoje eles (catadores) dependem essencialmente da coleta seletiva – ou seja – do material reciclado. A coleta seletiva funciona em 100 mil domicílios, de 300 mil, e gera 70 toneladas/dia de material reciclado, mas só chega aqui 14 toneladas. Esse valor é muito pequeno em função do potencial de geração”, apontou Cristado.

O valor total não chega a UTR por falta de consciência ambiental. Por isso, a importância de se fazer um trabalho de base. “Com a nova reestruturação da prefeitura, a educação ambiental ficou com Semadur e Planurb. Então tem que se trabalhar a educação ambiental. O município deve se apropriar disso, trabalhar com essa questão para poder conscientizar a sociedade com relação à separação deste material. Levar os catadores para fazer palestras para que haja essa conscientização”, explicou.

Para finalizar, o chefe de gabinete, Alex Oliveira Gonçalves, pontuou que Prefeitura está trazendo as melhorias para que essas pessoas possam trabalhar com dignidade e respeito. “Estamos acompanhando essa situação há muito tempo e hoje pudemos vir aqui e trazer essas novidades que vão melhorar a vida de todos”, apontou.

Dentro do programa, Pró-catador, é previsto ações nas áreas de capacitação, formação, assessoria técnica, incubação de cooperativas e empreendimentos sociais solidários, pesquisas e estudos sobre o ciclo de vida dos produtos e a responsabilidade compartilhada, aquisição de equipamentos, máquinas e veículos, implantação e adaptação de infraestrutura física e a organização de redes de comercialização e cadeias produtivas integradas por cooperativas e associações de trabalhadores.