Após três dias de escavação, inclusive no último final de semana, equipes da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (SISEP) começaram a fincar no solo as 14 estruturas  de ferro e concreto  que  vão dar sustentação as 4 placas do canal do Rio Anhandui. Elas serão reerguidas numa extensão de 24 metros da margem direita do canal (sentido  bairro), logo após a Rua Santa Adélia.  O  trecho está no primeiro lote das obras  de revitalização e controle de enchentes que a Prefeitura está executando no rio.  A previsão é que os reparos se estendam por duas semanas.

Os engenheiros da SISEP, antes de erguer as 4 placas de concreto, que juntas pesam 22.500 toneladas, optaram por implantar uma estrutura de sustentação com 8 estacas de trilhos; 4  treliças metálicas e duas vigas de concreto.

Numa segunda etapa, já sob responsabilidade da empreiteira, as paredes de concreto serão “grampeadas” no solo, num sistema conhecido como ancoragem,  já empregado no restante  do canal: serão abertos furos (nos quais serão colocados cabos de aço que atravessarão  as paredes,  se estendendo  por 11 metros no solo.  Haverá ainda a injeção de concreto. O projeto, que ainda está em fase de fechamento do orçamento, além dos 24 metros do canal danificado, prevê a ancoragem numa extensão de 70 metros (nas duas margens) do trecho do canal antigo.

As placas caíram no último dia 23, quando o nível do rio subiu e com a força da correnteza, um trecho de 24 metros do canal caiu, trazendo parte do aterro sobre o qual estava encostado.  Segundo a meteorologia, em pouco mais de duas horas, naquele  dia choveu em Campo Grande 73 milímetros. Este índice pluviométrico foi equivalente a 40% da chuva prevista para todo o mês de fevereiro

Segundo o superintendente de Serviços Públicos da Sisep, Medhi, o trabalho de recuperação do canal, iniciado já no dia seguinte ao temporal, só agora começa a avançar, porque era necessário  esperar uma “janela de estiagem”, reduzir a umidade do solo, porque a havia o risco da movimentação de terra no barranco   danificar ao gabião construído que está intacto. Foi preciso abrir um caminho no barranco  para  que as equipes pudessem trabalhar   sobre a placa de concreto que caiu dentro do rio.

Estrutura antiga   

O Anhandui, assim como o Córrego Segredo,  foi canalizado há mais de 40 anos. Segundo engenheiros da Sisep,  as ferragens de sustentação das paredes sofrem os efeitos da ação do tempo,  como a corrosão decorrente do contato com a correnteza, que recebe  água servida, contaminada por produtos químicos.

Como a queda de placas tem sido recorrente após chuvas intensas, a Prefeitura vai contratar um projeto  de revitalização para reforço de toda a estrutura do canal. De forma emergencial, a estrutura tem sido reforçada com trilhos e  estabilizada  a contenção do barranco, com pedras e concreto.

Revitalização

O andamento das obras de revitalização do  Rio Anhandui, entre as ruas Santa Adélia e do Aquário, iniciada em 2017, tem sido prejudicado pelo atraso na liberação dos recursos federais. Já foi feita a imprimação (que precede a pavimentação ) do primeiro trecho da ciclovia e nos próximos dias está prevista a pavimentação dos 500 metros de pista e a urbanização do passeio público na margem  esquerda. Depois das intervenções no canal, a empreiteira vai recapear as duas pistas da Avenida Ernesto Geisel.

Ainda neste mês, a Águas Guariroba vai iniciar a transposição de 1.300 metros do interceptor de esgoto que fica na margem esquerda. Feita a mudança, será retomada a construção do canal em gabião entre as ruas da Abolição e do Aquário.