As apresentações de balé realizadas pelos alunos da Rede Municipal de Ensino (Reme) ganharão um toque especial em 2018, graças a uma parceria da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), que irá garantir uniformes aos alunos participantes do projeto da Divisão de Esporte, Arte e Cultura (Deac) da secretaria, que leva aulas aos Centros de Educação Infantil (Ceinfs) da Reme.

Através da parceria, detentas do presídio feminino “Irmã Irma Zorzi” irão costurar os modelos dos uniformes de balé, trabalho que deve começar já em março.

O objetivo do projeto é contemplar crianças de Ceinfs localizados nas regiões mais carentes da cidade. Além dos Ceinfs, a intenção é atender alunos das séries iniciais de escolas que também participam do projeto.

Para a secretária de Educação, Elza Fernandes, a parceria fomenta o trabalho social para as duas instituições. “O projeto é importante porque são duas instituições envolvidas em uma ação social. Pretendemos realizar o projeto durante o ano todo. O uniforme será um complemento importante nas apresentações dos nossos alunos e a Semed vai trabalhar para que essa parceria se fortaleça cada vez mais”, conclui a secretária.

A ideia da parceria partiu do professor Felipe Augusto da Costa, técnico da Deac, que já no ano passado teve contemplado o projeto, também em parceria com a Agepen, de produção de parquinhos de pneus, que foram inaugurados em três Ceinfs, beneficiando 515 alunos.

Felipe explicou que já conhecia os projetos voltados à área social do presídio feminino e percebeu que poderia ter a possibilidade de realizar esta parceria.

Ao todo serão atendidas com as roupas de balé 1200 crianças da Reme, em primeiro momento. O material para confecção dos modelos será enviado para o presídio pela própria Semed e serão atendidos 15 Centros Infantis.

Para Felipe o projeto é importante porque, além de atender muitos alunos, também vai ajudar na ressocialização das presidiárias. “Vamos atender muitas crianças, levando alegria a elas. Outro fator é que o projeto vai valorizar o trabalho das presidiárias e isso é muito bom para a reinserção delas na sociedade”, destacou.

A diretora do presídio, Mari Jane Carrilho, comenta que o trabalho de ressocialização é um grande desafio para as prisões no país. “Vejo que é de fundamental importância esses projetos. Sempre estamos de portas abertas a eles. Nada melhor do que dar uma ocupação às detentas para suprir a ociosidade, além de ter uma ação terapêutica”, afirmou.

O presídio “Irmã Irma Zorzi” possui 348 internas e quatro delas trabalharão na produção das roupas, no entanto, de acordo com a diretora, esse número pode aumentar, já que dentro do presídio existe um espaço reservado para essa atividade equipado com máquinas de costura.