Equipes de trabalho da Agência Municipal de Habitação de Campo Grande (Emha) e da Fundação Social do Trabalho de Campo Grande (Funsat) estiveram com moradores da antiga comunidade Cidade de Deus no canteiro de obras no bairro José Teruel II. O encontro deu início ao projeto de readequação e reconstrução das casas destinadas ao reassentamento das 327 famílias previamente cadastradas pela Emha.

O sistema adotado em comum acordo para solucionar o problema de moradia dessas famílias – o de autoconstrução – trará uma série de benefícios adicionais para a população local. De acordo com o diretor-presidente da Funsat, Cleiton Franco, serão disponibilizadas 100 vagas via Programa de Inclusão Profissional (Proinc). Os participantes oriundos da Cidade de Deus receberão um salário mínimo, cesta básica mensal, vale-transporte, caso haja necessidade, e a qualificação necessária a fim de assegurar (com qualidade técnica) o término da construção das unidades habitacionais previstas para esses moradores.

“O próximo passo é fazer uma reunião para cadastramento dos interessados em participar do Proinc. Vamos oferecer cursos de pedreiro, servente de pedreiro, eletricista, encanador, azulejista e carpinteiro. Os próprios moradores farão parte da nossa força-tarefa na prestação desses serviços. Começaremos com a qualificação teórica e assim que os materiais chegarem, iniciaremos o trabalho de campo”, destacou Cleiton Franco.

Emprego e renda

Para o presidente da Associação dos Moradores do José Teruel I e II, Roni Leão, a proposta é benéfica, já que soluciona tanto o problema da habitação das famílias em situação de vulnerabilidade quanto o da geração de emprego e renda. “Depois que o aterro sanitário foi fechado, muitas pessoas aqui ficaram desempregadas porque dependiam daquele trabalho com materiais recicláveis. Os participantes vão receber certificado ao término dos cursos, finalizarão suas casas e ainda estarão capacitados para assumir outros postos de trabalho, ou seja, a qualificação vai estimular a também economia do bairro”, constatou.

Início das obras

O diretor-presidente da Emha, Enéas Netto, explica que uma empresa deverá ser contratada para a emissão dos laudos de vistoria estrutural diante das condições atuais em que se encontram as habitações destinadas ao reassentamento dos moradores da antiga Cidade de Deus. “O processo de aquisição dos materiais de construção, com aporte de recursos proveniente da nossa parceria com o governo do Estado, já se encontra na fase final de levantamento orçamentário. O intuito é de que, quando os laudos técnicos estiverem disponíveis, a capacitação da Funsat deverá estar adiantada e os materiais necessários já aguardando nos canteiros de obras para início efetivo do trabalho”.

Enéas indica o motivo da contratação de empresa para as vistorias: “a exigência de avaliação estrutural trata-se de uma garantia e respaldo na responsabilidade técnica quanto à execução do trabalho que será efetuado pela Emha e pela Funsat, já que a Agência Municipal de Habitação nunca esteve presente nas obras efetuadas pelo convênio com a Morhar Organização Social”. O titular da pasta ressalta que é preciso bastante cautela e responsabilidade quanto à questão da Cidade de Deus.

 

“Considerando que houve muitos problemas anteriores, inclusive com risco de vida para moradores dos empreendimentos no Vespasiano Martins, entregues de maneira precária, trabalhamos de todas as maneiras para poder criar soluções inteligentes, conforme orientou o prefeito Marcos Trad.  É preciso propiciar moradias dignas para essas pessoas que há um longo tempo vem sofrendo com as ações do tempo e com irresponsabilidades da administração passada”, concluiu.