Para incentivar a geração de renda e oportunizar às pessoas a desenvolverem habilidades, a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, oferece diversos cursos de capacitação e profissionalização. Os cursos dão a oportunidade para as pessoas terem uma profissão, gerarem renda, e as incentivam a crescer e progredir profissionalmente.

Este é o caso do senhor Gentil da Silva, de 49 anos. Aposentado por problemas de saúde, ele conta que sempre gostou de ajudar a esposa na cozinha. Com a morte dela, se viu obrigado a se virar sozinho. “Ela era padeira e fazia uma coisa mais gostosa que a outra. Quando ela faleceu, eu assumi algumas coisas em casa e vim aprender mais para melhorar”, conta.

Da iniciativa, que era mais para atender a família, nasceu o sonho de ter a própria padaria. “Agora que finalizei o curso e já tenho a experiência de trabalhar, quero abrir meu próprio negócio. Por enquanto, estou vendendo por encomenda, mas já estou tramitando tudo para abrir a minha padaria”, revela.

DSC_0322Assim como ele, Carla Graziela de Carvalho, 33 anos, salgadeira, deu novo rumo à vida depois de finalizar um curso no Centro de Capacitação e Qualificação Profissional (Cecapro).  “Há seis meses fiz o curso de Pães e Rosca. Neste curso aprendi uma massa que serve para fazer todos os tipos de salgados, comecei a fazer e vender congelados. Agora trabalho em casa, com os meus filhos perto de mim”, comemora.

Ela também está fazendo o curso de corte e costura para incrementar ainda mais a renda. “Quando eu for vender meus salgados posso levar as peças que vou confeccionar e melhorar as minhas vendas”, afirma.

Mulheres e renda

Em 20 anos, o número de lares brasileiros chefiados por mulheres saltou de 23% para 40%, segundo informações divulgadas em março pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), realizada com base nos números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

Para a vice-prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, a iniciativa da SAS não oportuniza apenas renda, mas a melhoria de vida dessas mulheres. “A SAS vem atuando em vários bairros, dando a essas mulheres, às idosas, a oportunidade de ter qualidade de vida. Esses cursos não melhoraram apenas a renda, eles são uma terapia para cada uma delas. Um atenuante de doenças emocionais. Muitas dessas mulheres passariam o dia em casa e a SAS oportuniza, por meio de seus parceiros, trazer à comunidade algo a mais”, salienta.

A coordenadora do CMU o Picolé, Ediele Rosalen, ressalta as oportunidades que os cursos geram. “Aqui no CMU O Picolé são realizadas diversas atividades como cursos de patcwork, bichos em tecido e peso de porta. Hoje mesmo fomos convidados para participar de uma feira de artesanato e as mulheres vão poder levar essas peças e vender”, relata.

A artesã Neli Neves Santana, 43 anos, diz que o curso a ajudou a aperfeiçoar a técnica. “Eu já sabia fazer e estou aperfeiçoando. O acabamento, moldes que eu não sabia tirar. O acabamento enriquece o produto”, diz.

MAG_6008Da mesma opinião, Kátia Fujimoto, 50 anos, diz que vai ter mais criações agora para oferecer. “Tenho um ateliezinho em casa. Eu faço artesanato há muito, mas não sabia fazer dessa forma. A gente aprende na internet, mas não tem instrutora. O trabalho melhorou muito. Agora vou saber fazer novos modelos, oferecer mais atrativos para o cliente”, conta, informando que consegue um salário mínimo ao mês com as vendas.

A gerente de Trabalho, Ações e Cidadania da SAS, Adir Diniz, frisa ainda que os cursos são uma forma de sair da crise, sem sair de casa. “Quem aprende uma atividade como a que nos oferecemos, aprende a empreender, a desenvolver habilidades que poderão ser feitas em casa, junto aos filhos, à família, então é só querer que é possível vencer qualquer obstáculo”, finaliza.

Cursos

Os cursos de Corte e Costura, Informática Básica, Embelezamento, Cozinha Industrial, Panificação, Cerâmica, Habilidades Manuais, Patchwork, entre tantos outros, são ofertados nos Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), no CMU Picolé, CCI Elias Lahdo e no Cecapro. Mais informações pelo telefone 3314-3271.