Logo na entrada os elementos decorativos já anunciavam o clima da festa realizada pela escola municipal Professor Licurgo de Oliveira Bastos, na Vila Nasser, que reuniu pelo menos 2 mil pessoas em comemoração aos 118 anos da Capital.

Móveis rústicos, redes, objetos de fazenda e até uma réplica de um poço artesiano, feito com pneus, imprimiram ao evento um cenário bucólico, típico da zona rural. Tudo para contar as origens de Campo Grande e um pouco da história de seus antepassados.

A festa contou com a participação de toda a comunidade escolar e família dos alunos, que se empenharam por 15 dias para organizar as exposições e apresentações culturais, que contaram com parceiros como o CTG Tropeiros da Querência, que levou apresentações de danças gaúchas; a Universidade Católica Dom Bosco, que apresentou os projetos de horta escolar e Aquoponia – sistema de produção de alimentos que combina a aquicultura convencional com a hidroponia –; a Associação Okinawa, que levou a tradicional dança com tambores e a tradicional dança do bate-pau, com os alunos da escola ‘Sullivan Silvestre’, localizada na aldeia urbana indígena Marçal de Souza, na região do bairro Tiradentes.

A diretora da escola, Claudeci de Paula de Almeida, disse que a proposta foi mostrar um pouco de cada povo que contribuiu com o desenvolvimento da Capital através da culinária e exposições. Um dos destaques foram os pontos turísticos retratados em um painel, produzido através da técnica do pontilhismo, elaborado pelos professores de Artes James Cáceres e Estela Maris.

“Nossos alunos também vem de diferentes regiões da cidade, por isso quisemos retratar essa homogeneidade para que eles conhecessem realidades diferentes”, disse.

Desenhos feitos pelos alunos em diversas técnicas, também mostrando cenários da cidade, ocuparam todos os corredores da área externa da escola, que conta com 1.694 alunos da Educação Infantil ao 9º ano.

As apresentações artísticas envolveram todas as séries, que intercalaram danças típicas juninas, com números musicais, de dança do ventre, leitura de poema e apresentação do grupo Amigos do Silêncio, que traduzem músicas para Libras (Língua Brasileira de Sinais).

Para a aluna Jeniffer da Silva Carvalho, de anos e estudante do 4º ano, a experiência de contribuir com a realização da festa foi única, pois contou com a ajuda da mãe para montar a maquete que sua sala fez retratando a área rural da cidade. Apesar de já ter participado de outras festas semelhantes na escola, ela conta que nesta edição aprendeu sobre a comunidade Tia Eva, formada por descendentes de escravos. “Fiquei curiosa para ir lá, deve ser muito interessante”, ressaltou

A aluna Bárbara de Paula de Almeida, do 9º ano, também gosta quando as atividades não se resumem aos livros e saem para a prática. “Aprendemos muito mais assim e temos a oportunidade de conhecer detalhes de cada cultura quando conversamos com essas pessoas”, destacou.

Já o aluno Lucas Daniel Assis Dias, do 8º ano, disse que o mais importante em ajudar na elaboração da festa foi ter a oportunidade de conhecer lugares que nunca visitou na cidade. “Não sabia que aqui tinha um templo japonês. Gostei do que aprendi porque agora posso divulgar melhor minha cidade quando viajo”, afirmou.