A Central de Atendimento ao Cidadão (CAC) foi local de palestra que buscou sensibilizar servidores municipais e população quanto à importância e mobilização social para a doação de sangue e de medula óssea. A mobilização aconteceu na última terça-feira (16) e foi bem aceita pelo público presente.

O professor e presidente do Instituto Sangue Bom, Carlos Alberto Rezende, conhecido como “Professor Carlão”, que em agosto de 2015 recebeu o diagnóstico de Aplasia Medular Severa, contou como foi a descoberta da doença, o tratamento e a cura por meio do transplante de medula, destacando a extrema importância do cadastramento para doação de medula e sangue.

“Em agosto de 2015 descobri que tinha leucemia, e que posteriormente foi diagnosticado como aplasia medular. Como sou muito conhecido, a notícia gerou milhares e milhares de mensagens, envolvimento intenso de pessoas nas mídias sociais, muitas dos quais eu nem conhecia. Amigos se mobilizaram, a imprensa divulgou, houve comoção que resultou em muitas doações de sangue. Ainda em tratamento, comecei a dar palestras em escolas, instituições e faculdades, falando sobre a importância da doação e com o apoio de vários parceiros já conseguimos  50 mil novos cadastros, em três anos de ações do Instituto Sangue Bom”, informou.

Palestra_medula_4O secretário municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana, Luís Eduardo Costa, conta que a iniciativa partiu do representante do Instituto Sangue Bom que o procurou buscando apoio na disseminação de informações relacionadas à doação de medula óssea.

“Abrir esse espaço para nossos colegas sejam incentivados a conhecer e apoiar a causa é muito importante e não custa nada. A doação pode ser um gesto tão simples, mas que ao mesmo tempo é algo tão significante que pode salvar vidas. E estamos neste mundo pra ajudar. Além de entendermos que a Central de Atendimento ao Cidadão é um importante local para a propagação de informações devido ao grande fluxo de pessoas”, esclareceu.

Para a gerente administrativa da CAC, Eliane Diniz, a palestra pode ter sanado as eventuais dúvidas dos presentes quanto à doação. “A palestra tem o objetivo de desmistificar os medos que as pessoas têm em relação à doação de medula. Até porque temos a real consciência da importância em relação à doação quando ocorre um caso na nossa família ou com amigos”, comentou.

Palestra_medula_3Os meses que compreendem o inverno são considerados mais críticos para as doações de sangue já que com a chegada das baixas temperaturas, das férias escolares e das doenças respiratórias que surgem com mais frequência, as doações de sangue ficam até 80% menores em Mato Grosso do Sul, conforme dados do Hemosul. Por isso, as parcerias e campanhas que estimulam a doação são fundamentais para se manter os estoques de sangue, estimulando que doadores já cadastrados façam doações, além de incentivar o cadastro de novos doadores.

O alerta principal durante a palestra foi o de que é  preciso que um maior número de pessoas se cadastrem como doadores no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), um banco de dados financiado pelo Ministério da Saúde com informações de possíveis doadores, para quem precisa de Transplante de medula óssea

Para Jonir Lopes, servidora municipal, as pessoas ainda têm dúvidas quanto a forma como acontece a doação de medula óssea. “E um simples exame de sangue é verificada a compatibilidade consangüínea. É muito mais simples do que imaginamos. É preciso que o doador tenha consciência da relevância da sua doação, que pode salvar vidas”, destacou.

Palestra_medula_2Como se tornar um doador

  • Procure o Hemosul e solicite esclarecimentos sobre a doação de medula óssea.
  • O voluntário à doação irá assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e preencher uma ficha com informações pessoais. Será retirada uma pequena quantidade de sangue (10ml) do candidato a doador. É necessário apresentar um documento de identificação.
  • O seu sangue será analisado por exame de histocompatibilidade (HLA), um teste de laboratório para identificar suas características genéticas que vão ser cruzadas com os dados de pacientes que necessitam de transplantes para determinar a compatibilidade.
  • Os seus dados pessoais e o tipo de HLA serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
  • Quando houver um paciente com possível compatibilidade, você será consultado para decidir quanto à doação. Por este motivo, é necessário manter os dados sempre atualizados.